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Donaldson Gomes
Publicado em 31 de julho de 2024 às 05:00
Quem viveu os anos 80, ou as décadas anteriores, deve lembrar com clareza de tempo regrado para assistir TV, chuveiro quente apenas em dias muito frios e do desespero dos mais velhos apagando as luzes da casa. “Se não pode ajudar a pagar, por favor apague” foi algo bastante ouvido por este jornalista. E não é que os nossos pais e avós tinham razão, pelo menos em parte? A busca por eficiência energética, que vai além da redução no consumo, mas passa também por investimentos em processos e fontes de energia, está entre as alternativas para redução nas emissões de carbono.
As ações para evitar desperdício ou utilizar melhor as fontes energéticas estão à disposição tanto para empresas de todos os portes, quanto para a vida de pessoas das mais diversas condições socioeconômicas. Desde a otimização de um simples eletroeletrônico à instalação de um sistema de energia solar no telhado, passando pela troca de maquinários, ou processos produtivos, são ações que trazem benefícios não apenas para empresas ou residências, mas para todo o planeta.
Apenas com ações de eficiência energética, os consumidores baianos deixaram consumir 120 GWh entre os anos de 2019 e 2023, dentro do Programa de Eficiência Energética (PEE) da Neoenergia Coelba, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A energia que foi economizada é equivalente ao consumo de 960 mil residências durante um mês. Dentro do programa de eficiência energética, a Coelba promove desde 2015 o Projeto Vale Luz, que já resultou na reciclagem de 4,7 mil toneladas de resíduos e ofereceu descontos à população que totalizaram aproximadamente R$ 900 mil. O programa de eficiência energética da Aneel estabelece um orçamento anual de R$ 38 milhões para investimentos na Bahia em ações de eficiência.
Pequenas empresas
De modo geral, as grandes empresas já possuem programas voltados para a eficiência no uso da energia. Na imensa maioria dos casos, essas ações estão voltadas ao interesse de reduzir os custos com a eletricidade.
Aline Lobo, coordenadora do Polo Sebrae Onshore, explica que a atuação do serviço na área energética se dá em duas frentes. Em uma delas, o trabalho é o de ajudar empresas a se inserirem nas cadeias de valor de geração. Na outra frente, o trabalho é voltado para ajudar as empresas a utilizarem a energia de maneira mais eficiente.
“Tem muita gente que imagina que a transição energética passa pelo fim da produção de petróleo, mas nós temos o entendimento de que descarbonizar cada vez mais a produção para que ela continue a servir onde é essencial é um passo importante para a transição energética. Eu prefiro inclusive falar em integração energética”, defende.
Aline Lobo lembra inclusive que a indústria do petróleo está entre as que mais têm investido em novas fontes.
Em relação à eficiência, o trabalho do Sebrae é muito focado em ajudar as empresas a identificarem os focos de desperdício, gestão de resíduos e na avaliação de fontes alternativas de energia. “Nós enxergamos a demanda de quem utiliza a energia como um insumo de produção”, diz.
De modo geral, a temática da eficiência energética surge para empresas dos mais diversos setores, explica Aline. “É um tema transversal e normalmente é a segunda maior fonte de custos para qualquer empresa”, lembra.
Assista o videocast Transição Energética
O Projeto Transição Energética é uma realização do Jornal CORREIO, com o patrocínio da Unipar e Tronox, apoio institucional da Braskem e do Sebrae Bahia e parceria da AC Consultoria.