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Portal Edicase
Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 15:30
A gestação é um período em que as mulheres vivenciam mudanças hormonais e físicas intensas. Essas alterações podem causar problemas como inchaço nas pernas, cansaço e varizes, gerando desconforto e afetando a qualidade de vida. >
Apesar da genética ser preponderante, as varizes costumam surgir em gestantes por dois motivos. “Um dos fatores que fazem com que as futuras mamães apresentem o problema nas pernas é hormonal: a progesterona aumenta a dilatação de todas as veias do organismo. Além disso, o crescimento do feto eleva a pressão nas veias das pernas”, explica o Dr. Nélio Veiga Junior, ginecologista e obstetra, Mestre e Doutor em Tocoginecologia pela Unicamp. >
Conforme a Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, “as estações mais quentes do ano provocam alteração na circulação, já que os vasos sanguíneos passam por uma vasodilatação para favorecer a transpiração e equilibrar a temperatura do organismo estável”. >
Apesar de normal, o inchaço nas pernas durante a gravidez deve ser acompanhado por um médico. “O inchaço é causado pelo acúmulo de líquidos nos tecidos, principalmente nos pés, tornozelos e parte inferior das pernas”, diz o Dr. Nélio Viega Junior. >
Durante os nove meses de gestação, o corpo da gestante passa por mudanças significativas que influenciam no inchaço nas pernas, cansaço e varizes. Entre as principais alterações, conforme as fases da gravidez, os especialistas destacam: >
O Dr. Nélio Veiga Junior lembra que no primeiro trimestre, por exemplo, embora a barriga ainda não tenha crescido tanto, os hormônios já estão à flor da pele. “Nesse período, existe um aumento importante da volemia (quantidade de sangue circulante no corpo), afinal a mulher precisa formar uma placenta. O aumento da progesterona pode causar uma flacidez das veias o que pode levar a inchaço, dor nas pernas, tonturas e sensação de queimação”, comenta a Dra. Aline Lamaita. >
Nessa fase, é importante estar atento a alguns sintomas. “Os sinais de alerta incluem inchaço repentino ou assimétrico, ou seja, com mais intensidade em um dos lados do corpo; dor de cabeça intensa, enjoos e visão turva ou embaçada; pressão arterial acima de 140/90 mmHg; além de calor, rubor ou dor, unilateral, em membro inferior, com ou sem febre”, diz o ginecologista. >
No segundo trimestre, o corpo começa a se adaptar. “Costumo dizer que é a melhor fase da gestação: a barriga ainda não está muito grande, o corpo já se adaptou ao aumento da volemia e variação hormonal, enfim, três meses de relativo sossego. Nessa fase, só é comum a queixa de câimbras à noite”, explica a cirurgiã vascular. >
No terceiro trimestre, a Dra. Aline Lamaita explica que a barriga atinge seu auge e há uma compressão importante da veia cava. “Isso prejudica terrivelmente o retorno do sangue das pernas e vai ser responsável por aquele pé ‘pãozinho’ no final da gestação. Claro que quanto maior for o ganho de peso durante a gestação, mais sofrido será esse período”, diz a médica. >
É importante lembrar que essas alterações podem variar para cada paciente durante a gravidez . Aliás, não necessariamente problemas prévios de circulação pioram as varizes, mas o acompanhamento durante a gestação é essencial. “Para minimizar o problema, muitas vezes a recomendação é o uso de meias de compressão a partir do segundo mês de gravidez. O ideal é colocar pela manhã e tirar apenas na hora de dormir”, explica a Dra. Aline Lamaita. >
Para evitar que o inchaço, o cansaço e as varizes nas pernas afetem as gestantes, os médicos recomendam 7 dicas: >
No entanto, mesmo se todas as orientações forem seguidas, não é incomum que pacientes observem uma piora no aspecto de suas pernas, com vasos e veias dilatadas, de acordo com a Dra. Aline Lamaita. “Grande parte disso diminui depois do parto; por isso, a necessidade de esperar pelo menos três meses após o parto, com retorno do útero ao seu tamanho original, para cogitar qualquer tratamento”, pontua o Dr. Nélio Veiga Junior. “Passado esse período, uma avaliação completa da circulação pode ser feita e o melhor tratamento será escolhido”, finaliza a Dra. Aline Lamaita. >
Por Guilherme Zanette >