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Portal Edicase
Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 01:30
Os primeiros anos escolares são marcantes para o crescimento da criança, especialmente quando se trata de suas habilidades de comunicação. O ambiente ao redor, incluindo a escola e a casa, influencia diretamente nesse desenvolvimento. >
Para garantir uma progressão positiva, é essencial o apoio de educadores e familiares, além da orientação de profissionais especializados. Considerando isso, a Profa. Dra. Betina Sguario Moreschi Antonio, do UniBrasil, compartilha dicas valiosas para fortalecer essa jornada. Confira! >
A formação de frases simples e o avanço do vocabulário são alguns dos principais termômetros, tanto para pais quanto para educadores, identificarem dificuldades no desenvolvimento da fala. Aos dois anos, a criança deve ser capaz de usar ao menos 50 palavras e começar a formar frases simples. Aos três anos, espera-se que formule frases com três ou mais palavras. Caso isso não ocorra, a Profa. Dra. Betina Sguario Moreschi Antonio alerta sobre a importância em se procurar orientação profissional. >
“Para ajudar as crianças a superarem a gagueira, por exemplo, os profissionais de fonoaudiologia costumam adotar diferentes estratégias para ajudar ela a lidar com a frustração e o estresse associados à gagueira, criando um ambiente de comunicação seguro e sem pressão. Envolver pais e educadores no processo terapêutico também é uma importante estratégia”, explica. >
Dificuldades na pronúncia além dos quatro anos, gagueira excessiva e repetição de sons de forma não natural também merecem atenção especial. “Algumas trocas de sons são aceitáveis até certa idade. Se a criança tem muita dificuldade para pronunciar palavras de forma compreensível até os 4 anos, vale atenção. Se a criança repete sons, sílabas ou palavras de forma excessiva e não natural, pode ser um sinal de gagueira ou outro problema de fluência”, ressalta a professora. >
Outro aspecto importante é o cuidado com crianças que podem enfrentar dificuldades na fala devido a transtornos do neurodesenvolvimento, como o autismo. Para a professora, o apoio familiar e das escolas é vital à criança autista para garantir que ela tenha o suporte necessário em todos os ambientes. >
Por isso, aProfa. Dra. Betina SguarioMoreschiAntonioreforça a importância de um plano de intervenção personalizado, que pode incluir o uso de comunicação alternativa por meio de sinais, imagens ou aplicativos.Elatambém ressaltasobrea necessidade de conscientização sobre o bullying , pois crianças com dificuldades de fala podem ser alvo de brincadeiras maldosas, afetando seu desenvolvimento emocional e social. >
“Crianças que gaguejam ou têm outrasdisfluênciaspodem, infelizmente, ser alvos de bullying , o que pode agravar suas dificuldades e impactar profundamente seu desenvolvimento emocional e social. Por isso, pais e professores devem estar atentos e promover um ambiente acolhedor e respeitoso para essas crianças”, destacaa profissional. >
De acordo com a Profa. Dra. Betina Sguario Moreschi Antonio, o ambiente escolar proporciona experiências essenciais para o aprimoramento da comunicação. “As crianças aprendem observando e imitando a forma como os outros falam, adquirindo novas palavras, estruturas gramaticais e maneiras de se comunicar efetivamente”, destaca. >
Além disso, a interação com colegas e professores permite que a criança receba um retorno imediato sobre a sua fala, favorecendo a autocorreção e a consolidação de formas corretas de se expressar. A professora alerta que atividades em grupo também desempenham um papel essencial, pois estimulam o desenvolvimento cognitivo e, consequentemente, as habilidades linguísticas. Com isso, quanto mais as crianças são desafiadas a pensar e se expressar, mais podem avançar no aprendizado da fala. >
Outro ponto que colabora significativamente nodesenvolvimento da falaé a prática da leitura.Aespecialista destaca queaolerempara a criança diariamenteem casa, os pais podemcontribuirpara ampliar o vocabulário e ensinar a estruturação correta das palavras. >
“Conversar com a criança sobre o seu dia, seus sentimentos e interagir por meio de jogos de palavras, músicas e rimas são formas naturais de incentivá-la a se expressar. Além disso, pequenas atitudes como demonstrar interesse pelo que elas dizem e valorizar suas conquistas também as encoraja a falar mais”, explica. >
De acordo com a professora, a formação de estudantes de fonoaudiologia para lidar especificamente com crianças é bastante abrangente e envolve várias estratégias de ensino e aprendizagem. Além disso, a área de Fonoaudiologia conta com inovações tecnológicas que aprimoram os tratamentos, como aplicativos que utilizam jogos para tornar as terapias mais dinâmicas e a eletromiografia de superfície, que auxilia no tratamento de dificuldades motoras faciais. >
“Esses avanços recentes na área de fonoaudiologia são bastante promissores e ajudam a tornar a terapia mais interativa e interessante, especialmente para crianças, aumentando a frequência e a eficácia das sessões”,concluia Profa. Dra. BetinaSguarioMoreschiAntonio. >
Por Pedro Lima >