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Portal Edicase
Publicado em 18 de março de 2025 às 12:07
Descobrir que está esperando gêmeos pode ser emocionante e desafiador ao mesmo tempo. A gestação gemelar envolve uma série de fatores que diferem de uma gravidez única, desde os primeiros meses até o desenvolvimento dos bebês. Entre dúvidas sobre a divisão da placenta, o ganho de peso e os cuidados médicos necessários, estar bem-informado faz toda a diferença para aproveitar esse momento com mais tranquilidade. >
“Uma gravidez gemelar não é apenas uma gestação de dois bebês, mas, sim, um processo único que exige um acompanhamento cuidadoso, dado o maior risco de complicações. A mãe deve estar ainda mais atenta aos sinais do corpo e seguir orientações médicas específicas para garantir o bem-estar tanto dela quanto dos bebês”, afirma o Dr. Vamberto Maia Filho, ginecologista especialista em reprodução humana. >
Quando falamos em gêmeos, a primeira imagem que geralmente vem à mente são duas pessoas fisicamente idênticas. No entanto, é importante esclarecer que essa semelhança física é característica apenas da gestação monozigótica (univitelina). A gestação dizigótica (bivitelina), por outro lado, resulta em irmãos gêmeos que, embora compartilhem o mesmo dia de nascimento, são geneticamente distintos e podem ter aparências bem diferentes. >
“A gestação monozigótica gera gêmeos formados a partir de um único óvulo e um espermatozoide, que se dividem espontaneamente, gerando bebês geneticamente idênticos. Eles podem ter uma placenta ou mais, dependendo do momento em que o óvulo se divide. Já a gestação dizigótica é caracterizada por gêmeos formados pela fecundação de dois óvulos diferentes por dois espermatozoides. Eles são geneticamente diferentes e sempre têm placentas e membranas separadas. O sexo pode ser igual ou diferente”, explica o Dr. Vamberto Maia Filho. >
Embora muitas gestações gemelares evoluam de forma saudável, é fundamental destacar alguns cuidados específicos que devem ser adotados tanto para a saúde dos bebês quanto da mãe. >
“Carregar dois fetos implica em uma demanda maior de nutrientes, o que pode impactar diretamente a dieta da gestante, especialmente durante o segundo e terceiro trimestres. Além disso, é essencial manter uma frequência rigorosa nas consultas médicas, pois gravidezes gemelares apresentam um risco elevado de complicações, como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e parto prematuro”, alerta o Dr. Vamberto Maia Filho. >
Acompanhamentos mais frequentes ajudam a monitorar essas condições e garantem que a mãe e os bebês recebam o suporte necessário durante toda a gestação. >
Alguns tratamentos de fertilização podem aumentar as chances de uma gestação gemelar, como a inseminação artificial ou a fertilização in vitro (FIV). Segundo dados da Rede Latinoamericana de Reprodução Assistida (RedLara), 32,3% das gestações originadas de tratamentos de reprodução assistida resultam em gêmeos. >
“O aumento da incidência de gestações gemelares nos tratamentos de fertilização in vitro (FIV) ocorre porque, durante o procedimento, o número de embriões transferidos para o útero é maior. Isso eleva a probabilidade de que mais de um embrião se implante, resultando em uma gestação múltipla”, explica o ginecologista. >
Não existe nenhum sintoma em específico que seja diferente de uma gravidez comum, o que pode ocorrer é alguns sintomas serem mais fortes ou intensos por conta da grande mudança hormonal. >
“Os sintomas de uma gravidez gemelar são semelhantes aos de uma gestação comum, como enjoos, atraso menstrual, cólicas, sensibilidade nos seios e fadiga. No entanto, devido a uma grande alteração hormonal e ao aumento do volume abdominal, esses sintomas podem ser intensificados, levando a dores mais intensas, maior cansaço e até um apetite superior ao habitual, mesmo para uma gestante”, esclarece o Dr. Vamberto Maia Filho. >
Não existe nenhuma regra específica para um parto nesse tipo de gestação, pois vai variar de cada caso e da avaliação do especialista. Pode ser feito tanto o parto natural quanto a cesárea. >
“O parto de gestação gemelar pode ocorrer de três formas, ambos os fetos em parto natural, ambos em cesariana, ou combinado, onde um sai de forma natural e o outro através de cesárea. Porém, o tipo de parto vai depender de vários fatores, como o desejo da gestante, a avaliação do especialista, a saúde da gestante; buscando ao máximo evitar uma gravidez de risco, a posição dos bebês e afins”, explica o médico. >
No caso de partos de trigêmeos, a indicação pode ser diferente. “Em partos de trigêmeos ou mais bebês, a cesariana é o método mais recomendado por uma questão de saúde e segurança, tanto da mãe quanto do bebê”, finaliza o Dr. Vamberto Maia Filho. >
Por Yasmin Paneto >