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Portal Edicase
Publicado em 21 de abril de 2025 às 18:09
A hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta, é uma das doenças crônicas mais comuns no Brasil e no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 1,28 bilhão de pessoas convivem com ela. No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 38 milhões de brasileiros relataram diagnóstico médico de pressão alta em 2019. >
Segundo o médico Carlos Augusto Figueiredo Correia, da área de Clínica Médica do AmorSaúde, existem dois tipos principais de hipertensão. A primária é a mais comum e costuma se desenvolver ao longo dos anos, sem uma causa específica identificável; a secundária está associada a outras condições de saúde, como doenças renais, distúrbios hormonais ou uso de certos medicamentos. >
Além da classificação da hipertensão de acordo com suas causas, a condição também pode ser dividida em diferentes estágios, conforme a evolução dos níveis da pressão arterial: >
Segundo o médico Carlos Augusto Figueiredo Correia, os números da pressão arterial indicam a força que o sangue exerce nas paredes das artérias durante a circulação, sendo sempre representados por dois valores. O primeiro número, chamado de pressão sistólica, corresponde à pressão quando o coração se contrai para bombear o sangue — é o número mais alto na medição, como o “12” na pressão popularmente conhecida como “12 por 8”. O segundo número, chamado de pressão diastólica, representa a pressão nas artérias quando o coração está em repouso entre os batimentos — é o número menor, como o “8” na mesma medição. >
Assim, uma pressão de 12 por 8 significa que, durante a contração do coração, a pressão arterial é de 120 mmHg, e no momento de relaxamento, de 80 mmHg. Valores acima de 13 por 9 já acendem um sinal de alerta, podendo indicar o início de um quadro de hipertensão, que se agrava progressivamente conforme os números aumentam. Quando a pressão ultrapassa 18 por 11, a situação é considerada uma crise hipertensiva, exigindo atendimento médico imediato. >
Embora ainda seja mais comum entre adultos e idosos, a hipertensão tem avançado de forma preocupante entre os jovens . Um levantamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia revela que cerca de 10% dos brasileiros entre 18 e 24 anos já apresentam níveis elevados de pressão arterial. >
Embora sejam gerações com maior acesso à informação sobre saúde e bem-estar, muitos mantêm hábitos prejudiciais à saúde — como o consumo excessivo de bebidas energéticas, o uso de cigarro eletrônico e a exposição constante ao estresse digital — o que contribui diretamente para o surgimento precoce da doença. >
Um dos maiores perigos da hipertensão, em qualquer faixa etária, é que ela frequentemente não apresenta sintomas evidentes. Isso dificulta o diagnóstico precoce e reforça a importância de realizar medições periódicas da pressão arterial. >
Quando presentes, os sintomas podem incluir dor de cabeça, tontura, visão turva, falta de ar e palpitações. A longo prazo, a hipertensão não controlada pode comprometer órgãos como coração, rins e cérebro, aumentando o risco de infarto, AVC (acidente vascular cerebral), insuficiência cardíaca e declínio cognitivo. >
Diversos elementos aumentam a probabilidade de desenvolver pressão alta. Entre os principais fatores de risco, Carlos Augusto Figueiredo Correia elenca: >
Embora não tenha cura, a hipertensão pode ser controlada com mudanças no estilo de vida e, quando necessário, com o uso de medicamentos. Com o avanço da tecnologia, o monitoramento da pressão arterial tornou-se mais acessível. >
Aplicativos de celular conectados a aparelhos de medição permitem o acompanhamento em tempo real dos níveis de pressão, auxiliando no diagnóstico precoce e na adesão ao tratamento. “A tecnologia pode ser uma grande aliada, desde que usada com responsabilidade e com o acompanhamento de um profissional de saúde”, pontua o médico. >
Carlos Augusto Figueiredo Correia alerta que uma alimentação saudável é um dos pilares no controle da pressão. “O sódio presente em alimentos processados e enlatados contribui diretamente para o aumento da pressão arterial. Uma dieta balanceada prescrita por um nutricionista é um fator determinante na prevenção e no controle desta e de tantas doenças”, reforça o profissional. >
Fatores emocionais e a qualidade do sono também influenciam os níveis de pressão. Práticas como atividade física regular, meditação, pausas no dia a dia e uma rotina de sono consistente podem ajudar a reduzir os impactos do estresse. “Criar uma rotina com horário regular para dormir e acordar contribui para o equilíbrio do organismo”, acrescenta Correia. >
Quando o uso de medicamentos é necessário, é essencial que ele seja feito com orientação médica e de forma contínua. Um erro comum é interromper o tratamento por conta própria, o que pode causar complicações.“Muitos pacientes abandonam os remédios ao se sentirem bem, e isso é um grande risco. A adesão ao tratamento e a adoção de hábitos saudáveis são indispensáveis para o controle da pressão”, finaliza o médico. >
Por Nayara Campos >