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Yan Inácio
Publicado em 17 de abril de 2025 às 05:45
Ao pensar em pacientes em estado paliativo, muita gente pode imaginar que apenas pessoas em estado terminal recebem esse tipo de atendimento. Mas a realidade é que quanto mais cedo forem aplicados os cuidados paliativos, maiores são as possibilidades de melhora na qualidade de vida de quem tem doenças sem cura ou em estado avançado. >
Quem explica é Ana Maria Ribeiro, médica paliativista da Oncoclínicas na Bahia. “Hoje existem inúmeros trabalhos científicos publicados que mostram que quanto mais precoce o início da abordagem de cuidados paliativos, melhor a qualidade de vida dos pacientes e também as chances de melhorar a sua vida ao longo do tratamento”, explica.>
Ou seja, esse tipo de cuidado não é exclusivo para quem sofre de cânceres terminais, mas também pode ser usado para ajudar a tratar doenças mais comuns que são progressivas e ameaçam a vida como diabetes, AIDS e complicações genéticas, cardiovasculares e renais. Mas vale lembrar que apesar disso, os tratamentos paliativos também têm um papel importante em fases avançadas e nos cuidados geriátricos de fim de vida. >
A terapia paliativa é multiprofissional e tem um olhar multidimensional, em outras palavras, articula uma abordagem física, emocional, social e espiritual com uma série de profissionais da saúde. “Não somente os médicos [clínicos], mas enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, fonoaudiólogos, a depender da capacidade de cada serviço, você poderá ter minimamente três ou dois desses profissionais em atendimento concomitante”, detalha a médica, que acrescenta que a quantidade varia de caso para caso.>
O objetivo é sempre aliviar o sofrimento dos pacientes, mas os familiares e cuidadores também podem ser incluídos nos processos terapêuticos. Além disso, o processo é o mesmo com crianças e adolescentes. “E com o mesmo tipo de controle dos sintomas, buscando melhorar a qualidade de vida desses pacientes e com apoio multidimensional tanto para as crianças, como para pais e parentes”, esclarece.>
Em Salvador, são diversos espaços gratuitos que oferecem cuidados paliativos, como clínicas, hospitais universitários e ambulatórios. O CORREIO separou uma lista das instituições que contam com equipes que oferecem esse tipo de tratamento e são vinculadas ao Núcleo de Cuidados Paliativos da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB).>
Além disso, em janeiro deste ano, foi inaugurada na cidade a primeira unidade pública dedicada exclusivamente aos cuidados paliativos no Brasil. O Hospital Mont Serrat (HMS) está localizado no bairro Monte Serrat, e é administrado pelas Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). O HMS possui capacidade para atendimento mensal de mais de 2 mil pacientes e além de oferecer em diversas especialidades para pacientes internados, também possui unidades específicas para terapia da dor e apoio ao luto.>