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Fake news sobre câncer: médico desvenda 10 mitos que circulam nas redes e no boca a boca

Doença pode atingir diversas partes do corpo

  • Foto do(a) author(a) Yan Inácio
  • Yan Inácio

Publicado em 9 de abril de 2025 às 05:15

Tratamento com
Acompanhamento médico é crucial para o tratamento Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasi

Por ser uma doença potencialmente grave e atingir variadas partes do corpo, o câncer pode estar envolto por desinformação. As fake news podem ser passadas por familiares e amigos bem intencionados ou até por influencers que divulgam tratamentos milagrosos falsos nas redes sociais. O CORREIO conversou com um médico para desmistificar algumas inverdades relacionadas à doença, que pode atingir diversas partes do corpo.

1. Câncer é hereditário

De acordo com o diretor médico da Clínica de Assistência à Mulher (CAM), que integra a Oncoclínicas&Co, o ginecologista Airton Ribeiro, alguns cânceres podem ser hereditários, mas a maioria está ligada a hábitos de vida. “A alimentação, o uso de drogas e a obesidade também são fatores influenciadores do câncer”, explica.

Apesar de se apresentar em menor escala, a hereditariedade pode ser uma das causas, por exemplo, do câncer de endométrio e de mama. A oncogenética, especialidade médica que estuda a relação entre genética e câncer, pode ser usada para diagnosticar histórias familiares de câncer hereditário e auxiliar no diagnóstico precoce, mas os fatores de risco são as principais causas.

2. Câncer é contagioso

O câncer em si não é contagioso, mas há casos em que doenças que o causam são potencialmente infecciosas, como acontece com o câncer de colo de útero, de língua e de laringe, que estão diretamente ligados ao HPV, uma infecção sexualmente transmissível (IST) que afeta a pele e as mucosas. Nesses casos, a vacinação é a principal maneira de prevenir a aparição da doença.

3. Todo tumor é um câncer

"Não, a gente tem tumores benignos que não são câncer. Por exemplo, miomas no útero, fibromas de mama não são câncer. A gente tem, por exemplo, tumores que são benignos de pulmão”, detalha Airton. Ele também esclarece que para configurar um quadro cancerígeno é o crescimento descontrolado da célula a depender do tipo dela.

“É a mudança, a invasão do DNA da célula. A depender do tipo de célula que seja, se for, por exemplo, uma célula muscular, é um sarcoma. Se for uma célula mucinosa, é um adenocarcinoma. Isso varia de acordo com o tipo de célula que perde o seu controle.”

4. Fumar causa câncer apenas no pulmão

A lista é longa: por conta da composição com mais de 4.700 substâncias tóxicas, incluindo nicotina, alcatrão e monóxido de carbono, o cigarro pode causar câncer não só no sistema respiratório, mais conhecido pelos pulmões, mas também no pâncreas, bexiga, rim, fígado e até no colo do útero.

5. Fumar tabaco e cachimbo não causa câncer

Esse é um assunto que costuma ser discutido entre tabagistas. A resposta está no modo de produção dos cigarros industriais, que passam por diversos processos onde substâncias químicas são adicionadas à sua composição. "O cachimbo e o tabaco da mesma forma. Eles não têm o processamento do cigarro. Talvez sejam um pouco menos nocivos, mas também podem causar câncer”, adiciona o médico.

6. Coca-Cola e outros refrigerantes causam câncer.

Não há estudos científicos que comprovem que refrigerantes como a Coca-Cola são causas diretas de câncer, mas os açúcares, principais componentes das bebidas, estão relacionados à manifestação da doença.

“O que a gente sabe é que os açúcares, principalmente os açúcares multiprocessadores, podem causar câncer. Por exemplo, outra coisa diretamente relacionada a qualquer tipo de açúcar, é a gordura, a obesidade. E a gente sabe que a obesidade hoje está diretamente ligada a alguns cânceres”, destaca.

7. Micro-ondas causam câncer

Um dos mitos mais antigos diz que utilizar micro-ondas para esquentar alimentos pode colocar, de alguma maneira, ondas radioativas que podem causar doenças cancerígenas, mas não existe nenhuma comprovação científica que explique essa proposição.

Além disso, também não há evidências de que ele esteja ligado ao aumento de casos de câncer. Pesquisas científicas e organizações, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmam que o micro-ondas é seguro para uso doméstico.

8. O câncer é um castigo divino

Uma justificativa que pode surgir para aqueles que são afligidos por algum tipo de câncer pode ser relacioná-lo a algum tipo de castigo espiritual, divino ou religioso. Mas obviamente este mito não é uma verdade. O que pode acontecer é que alguma mudança psicológica relacionada a problemas como depressão e estresse podem colaborar com uma diminuição da imunidade.

“Se você está bem fisicamente, com seu corpo bom e a mente sã, não vai abrir a porta para a diminuição da sua imunidade. Mas quando se vive uma vida com adrenalina alta, e está ali sempre descarregando isso, pode gerar micro-inflamações no corpo que podem ser um oncogênico desses que vai tomar conta do controle da célula”, explica o ginecologista.

9. Pessoas com pele negra não têm câncer de pele

Apesar de terem mais melanina e não terem queimaduras solares aparentes, pessoas com pele com tons mais escuros também são propensas a serem diagnosticadas com câncer de pele, como o carcinoma basocelular e espinocelular e o melanoma. Tudo está ligado a quanto tempo você está exposto ao sol. “Se tomar sol diariamente e ‘despelar’, há mais chance de contrair câncer”, ilustra.

10. Tratamentos alternativos ou milagrosos curam o câncer

No desespero, aqueles diagnosticados com câncer podem correr atrás de tratamentos alternativos. Métodos como o uso de plantas medicinais sem comprovação científica, por exemplo, podem afastar os doentes do tratamento protocolar com médicos.

“Se a pessoa não estiver muito convicta a procurar seu médico e confiar nele, a gente já perde a oportunidade do início do tratamento. Porque no início temos como tratar, e quando a gente não consegue curar, procuramos oferecer uma sobrevida longa e com qualidade de vida boa”, alerta Airton Ribeiro. Ele destaca que a procura por um médico com frequência, a fuga de tratamentos milagrosos e o apego ao que a ciência diz são pontos essenciais para buscar a cura.