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Carne vermelha processada pode aumentar o risco de demência

Veja como consumir proteínas de maneira saudável e sem prejudicar a saúde

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  • Portal Edicase

Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 12:00

Comer carne vermelha processada em excesso pode prejudicar a saúde (Imagem: CoreDESIGN | Shutterstock)
Comer carne vermelha processada em excesso pode prejudicar a saúde Crédito: Imagem: CoreDESIGN | Shutterstock

A carne vermelha é uma proteína presente no prato de boa parte da população. No entanto, conforme o estudo “ Long-Term Intake of Red Meat in Relation to Dementia Risk and Cognitive Function in US Adults “, publicado na Neurology , periódico da Academia Americana de Neurologia, pessoas que comem mais carne vermelha, especialmente a processada, como bacon, salsicha, frios e mortadela, têm maior probabilidade de ter declínio cognitivo e demência quando comparadas àquelas que comem menos.

“Nos últimos anos, tem surgido muita desinformação e um maior estímulo ao consumo de carne vermelha. Esse é um alimento importante, mas não deve ser a base da alimentação. A carne vermelha é rica em gordura saturada e já foi demonstrado em estudos anteriores que, em excesso, aumenta o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardíacas, que estão ambos ligados à redução da saúde cerebral”, explica a nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia. 

Como foi realizado o estudo

Para examinar o risco de demência, os pesquisadores incluíram um grupo de 133.771 pessoas com idade média de 49 anos que não tinham demência no início do estudo. Elas foram acompanhadas por até 43 anos. Desse grupo, 11.173 pessoas desenvolveram demência.

Os participantes preencheram um diário alimentar a cada dois a quatro anos, listando o que comiam e com que frequência. Pesquisadores definiram carne vermelha processada como bacon, salsicha, salame, mortadela e outros produtos de carne processada. Eles estabeleceram carne vermelha não processada como carne bovina, suína, cordeiro e hambúrguer. Uma porção de carne vermelha processada tinha 85 g, aproximadamente o tamanho de um baralho de cartas. 

O grupo baixo comeu uma média de menos de 0,10 porções por dia (menos de 60 g por semana); o grupo médio comeu entre 0,10 e 0,24 porções por dia (entre 60 g e 143 g por semana); e o grupo alto, 0,25 ou mais porções por dia (ou mais de 144 g por semana). “Após ajustar fatores como idade, sexo e outros fatores de risco para declínio cognitivo , os pesquisadores descobriram que os participantes do grupo alto tinham um risco 13% maior de desenvolver demência em comparação com aqueles do grupo baixo”, diz a Dra. Marcella Garcez.  

O declínio cognitivo subjetivo também foi maior para aqueles que consumiam mais carne vermelha processada (Imagem: AtlasStudio | Shutterstock)
O declínio cognitivo subjetivo também foi maior para aqueles que consumiam mais carne vermelha processada Crédito: Imagem: AtlasStudio | Shutterstock

Declínio cognitivo subjetivo

Para medir o declínio cognitivo subjetivo, os pesquisadores analisaram um grupo diferente de 43.966 participantes com idade média de 78 anos. “O declínio cognitivo subjetivo ocorre quando uma pessoa relata problemas de memória e pensamento antes que qualquer declínio seja grande o suficiente para aparecer em testes padrão. O grupo com declínio cognitivo subjetivo respondeu a pesquisas avaliando suas próprias habilidades de memória e pensamento duas vezes durante o estudo”, explica a médica.

O declínio cognitivo subjetivo também foi maior para aqueles que consumiam mais carne vermelha processada. “Após ajustar fatores como idade, sexo e outros fatores de risco para declínio cognitivo, os pesquisadores descobriram que os participantes que comeram uma média de 0,25 porções ou mais por dia (ou mais de 144 g por semana) de carne vermelha processada tiveram um risco 14% maior de declínio cognitivo subjetivo em comparação com aqueles que comeram uma média de menos de 0,10 porções por dia”, explica a Dra. Marcella Garcez. 

Os pesquisadores também descobriram que pessoas que comiam uma ou mais porções de carne vermelha não processada por dia tinham um risco 16% maior de declínio cognitivo subjetivo em comparação com pessoas que comiam menos da metade da porção por dia (menos de 300g por semana). 

Substituindo a carne vermelha processada

Para ajudar na prevenção do declínio cognitivo, a carne vermelha processada deve ser consumida com equilíbrio . “Definitivamente, a carne vermelha processada não deve fazer parte da rotina alimentar. Ela pode ser consumida com moderação, em pequenas quantidades e esporadicamente”, diz a Dra. Marcella Garcez. 

Segundo a médica, os pesquisadores descobriram que substituir uma porção por dia de carne vermelha processada por uma porção por dia de nozes e leguminosas foi associado a um risco 19% menor de demência e 1,37 anos a menos de envelhecimento cognitivo. 

“Fazer a mesma substituição por peixe foi associado a um risco 28% menor de demência e substituir por frango foi associado a um risco 16% menor de demência. Ou seja, se a questão é adequar o consumo proteico, essas opções são infinitamente mais saudáveis para o cérebro”, constata a Dra. Marcella Garcez.

Assim, diminuir o consumo de carne no dia a dia promove a saúde cognitiva. “Reduzir a quantidade de carne vermelha processada que uma pessoa come e substituí-la por outras fontes de proteína animal, como carnes magras e não processadas, ovos, laticínios e opções baseadas em vegetais pode ser incluído nas diretrizes alimentares para promover a saúde cognitiva”, finaliza a nutróloga. 

Por Maria Paula Amoroso