Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Portal Edicase
Publicado em 6 de março de 2025 às 18:00
Originário da América do Sul, o maracujá ( Passiflora edulis Sims ) é uma fruta bastante popular em diversos países. No entanto, são os brasileiros que mais consomem e produzem essa fruta. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil é responsável por cerca de 70% da produção mundial de maracujá. >
Além de seu sabor cítrico e versatilidade culinária, os benefícios do maracujá para a saúde estão entre os motivos da sua popularidade. Veja a seguir! >
O maracujá é uma fruta que possui mais de 500 espécies, com origem na América Tropical, conforme dados disponíveis no site da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Uma dessas espécies é o “ maracujá silvestre”, também conhecido como “maracujá-do-sono”, típico de biomas como o Cerrado. Essa variedade possui efeito calmante, devido aos flavonoides e alcaloides presentes na polpa, que atuam no sistema nervoso, promovendo relaxamento e alívio do estresse. >
Segundo pesquisas desenvolvidas por especialistas da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (FEA Unicamp) e da Rubian Extratos (empresa filha da UNICAMP), liderada pelo professor Julian Martínez, as sementes de maracujá é fonte de bioativos com potencial para prevenir o envelhecimento da pele. >
Isso porque as propriedades das sementes estimulam a renovação celular e a produção de colágeno. Além disso, os estudos mostram que os extratos podem inibir a produção de enzimas responsáveis pela degradação do colágeno e elastina, além de estimular a proliferação de queratinócitos (células que produzem queratina e que formam a epiderme). >
O maracujá é rico em fibras solúveis e pectina, que formam uma espécie de gel viscoso e não digerível no estômago. Essa substância ajuda a prolongar a sensação de saciedade e a controlar o apetite. No entanto, para obter esses benefícios, é importante consumir a fruta in natura ou seu suco natural, evitando as versões industrializadas, que podem conter açúcares adicionados e contribuir para o ganho de peso. Vale lembrar que o maracujá, por si só, não promove emagrecimento. Seus efeitos devem ser aliados a uma alimentação equilibrada e a um estilo de vida saudável. >
As fibras solúveis presentes na fruta também ajudam a regular o trânsito intestinal, pois facilitam a formação de bolo fecal, promovem a proliferação de bactérias boas no intestino e eliminam toxinas e gorduras do organismo. Além disso, elas ajudam a absorver nutrientes essenciais presentes nos alimentos, favorecendo a saúde integral do intestino. >
Além do suco de maracujá, outros produtos feitos com a fruta também podem ser incorporados no dia a dia para potencializar a saúde. A farinha da casca de maracujá, por exemplo, é rica em pectina, uma fibra solúvel que, segundo o estudo “Pectin from Passiflora edulis shows anti-inflammatory action as well as hypoglycemic and hypotriglyceridemic properties in diabetic rats “, publicado no J ournal of Medicinal Food , pode ajudar a reduzir a glicose no sangue. >
Para chegar a essa conclusão, a pesquisa analisou a ação da pectina presente na casca do maracujá-amarelo em ratos machos da linhagem Wistar, que tinham diabetes induzida por aloxano (uma substância química tóxica produzida a partir de ácido úrico). Os animais foram divididos em dois grupos: um grupo controle (diabético) e um grupo tratado com pectina diariamente durante 5 dias. >
Ao final do experimento, os pesquisadores observaram que a pectina reduziu os níveis de glicemia e triglicerídeos no grupo tratado, indicando que a substância “tem potencial como um tratamento alternativo útil para o diabetes tipo 2”. >
Contudo, é importante lembrar que mais pesquisas são necessárias para confirmar esse efeito. Além disso, o maracujá não deve substituir o tratamento e o acompanhamento médico. >
O estudo “Avaliação do potencial terapêutico da farinha da casca de Passiflora edulis nas Dislipidemias e Diabetes Induzidas”, publicado no Repositório Institucional UFC (Universidade Federal do Ceará), também analisou o efeito da farinha da casca de maracujá na redução do colesterol. Para o experimento, os pesquisadores utilizaram 18 camundongos machos, albinos e da variedade Swiss, dividindo-os em três grupos. >
Esses grupos foram induzidos a dislipidemias (doença que causa alterações nos níveis de gordura no sangue) por meio da aplicação de frutose, Triton e uma ração hipercolesterolêmica (RH). A suplementação com farinha de casca de maracujá foi realizada em todos os grupos, e os resultados mostraram uma redução nos níveis de colesterol total e triglicerídeos, devido à presença de pectina. >
Contudo, o seu uso não substitui bons hábitos de vida nem o tratamento e o acompanhamento médico. >
Apesar da pouca associação entre o maracujá e a imunidade, a fruta também fortalece as defesas do corpo. Isso porque ela é rica em vitamina C , que estimula a produção de glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo contra infecções. Como contém antioxidantes, como flavonoides e carotenoides, ela ainda combate os radicais livres e reduz inflamações. >
O maracujá é versátil e pode ser consumido de diversas formas: >
É importante ressaltar que, mesmo contribuindo para uma alimentação equilibrada, o uso do maracujá não substitui tratamentos médicos ou o acompanhamento de um profissional de saúde. Cada organismo reage de forma diferente e, em casos de condições específicas, é fundamental buscar orientação médica para garantir que seu consumo seja seguro e adequado. >