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Perla Ribeiro
Publicado em 28 de janeiro de 2025 às 12:29
O protetor solar pode até não faltar na hora de ir à praia ou tomar um sol na piscina, mas os brasileiros ainda negligenciam no uso do filtro de proteção no dia a dia. Um estudo realizado no país revelou que 66% dos brasileiros não aplicam filtro solar diariamente. Embora esse percentual represente uma melhora em relação a 2023, quando atingiu 73%, os índices continuam alarmantes. A pesquisa ouviu 1.057 pessoas de 27 estados brasileiros. >
De acordo com a pesquisa, 65,6% dos brasileiros não reaplicam o filtro solar durante o dia, embora o índice tenha caído em relação a 2023 (69%). Entre os entrevistados, 22,2% não utilizam o produto em dias nublados e 55,3% dos se expõem ao sol pela manhã, enquanto 32,8% preferem o período da tarde. Quanto a preferência, os FPS 30, 50 e 60 são os queridinhos dos consumidores, enquanto 6,6% buscam orientação profissional para decidir a proteção indicada.>
"A pesquisa nos mostra que a conscientização sobre fotoproteção está longe de ser ideal. Muitos ainda consideram o filtro solar supérfluo, especialmente em cenários de crise econômica, onde 19,8% dos entrevistados justificaram o não uso pelo alto custo ou por não verem necessidade", analisa o diretor do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele e mestre pela Clínica Médica da Unicamp, Lucas Portilho, que conduziu a pesquisa. >
Entre os hábitos analisados, um dado alarmante é que 35% dos entrevistados não sabem a quantidade correta de filtro a ser aplicada no rosto, colocando em risco a eficácia do produto. Apesar disso, houve uma melhora significativa em comparação aos 49% de 2023. Além disso, a proteção contra a radiação UVA vem ganhando espaço na percepção dos consumidores. Apenas 39,7% ignoram essa proteção ao comprar filtros solares, uma melhora em relação aos 50% de 2023. "A radiação UVA é mais insidiosa, pois penetra profundamente na pele e causa danos cumulativos, como o fotoenvelhecimento e a degradação do colágeno", alerta o especialista. >
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o câncer de pele responde por 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil, com 185 mil novos casos registrados por ano pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA). "Os dados mostram que o uso inadequado do filtro solar não é apenas uma questão estética, mas um problema de saúde pública. Campanhas de conscientização mais amplas e efetivas são urgentes", reforça o diretor do do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele.>
Como escolher o protetor>
De acordo com informações da Agência Einstein, a escolha do fator de proteção solar deve levar em consideração aspectos como o tom da pele, a presença de doenças fotossensíveis (lúpus eritematoso, por exemplo), os melasmas, a intensidade de exposição solar, as condições de saúde e a tendência ao câncer de pele. >
“Embora seja verdade que a diferença na proteção contra os raios UVB de um filtro 30, 50 ou 70 seja pequena, os produtos com FPS 50 ou mais geralmente ajudam também na proteção contra a radiação UVA”, afirma a dermatologista Flávia Brasileiro, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em entrevista a Agência Einstein. >
Na embalagem, o nível de proteção contra os raios UVA pode aparecer junto à sigla PPD ou como “FP-UVA”. Além disso, esses protetores costumam conter antioxidantes que ajudam a neutralizar os danos causados pela luz vermelha e infravermelha, que também podem prejudicar o tecido cutâneo, ampliando os benefícios da fotoproteção.>