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Portal Edicase
Decorar a casa para o Natal e reunir a família para algumas pessoas é sinônimo de felicidade e alegria, mas para outras também pode ser sinônimo de angústia e melancolia. Essa sensação, apesar da ausência de um diagnóstico médico formal, pode ser chamada de “dezembrite” ou “depressão de fim de ano”, um problema que afeta significativamente o bem-estar emocional das pessoas.
Causada por diversos fatores, como a revisão de metas e balanço emocional, a síndrome pode causar tristeza, frustração e até estresse, como revela uma pesquisa da Associação Americana de Psicologia (APA), que aponta que até 38% das pessoas relatam aumento de estresse nesta época do ano. A boa notícia é que, com o reconhecimento dos sintomas e a busca por apoio adequado, é possível lidar com essa condição.
Luciana Benedetto, neurocientista e especialista da BurnUp, plataforma focada em saúde mental e emocional, explica que a dezembrite é frequentemente comparada ao transtorno afetivo sazonal (TAS), um tipo de depressão que ocorre em determinadas épocas do ano, geralmente em períodos de menor luz solar, como o inverno.
“No Brasil, para muitos, o fim de ano está associado a pressão social e a luta interna entre a celebração e o sentimento de angústia, já que é uma época em que geralmente repensamos como foram os últimos 12 meses e traçamos as metas para o próximo ano. No entanto, é importante estar atento para quando esses sentimentos se tornam intensos e recorrentes ou associados a sentimentos negativos”, acrescenta a psicóloga.
Luciana Benedetto lista alguns dos sinais de alerta para a dezembrite:
De acordo com a neurocientista, os sintomas da dezembrite podem ser agravados pela percepção de que a sociedade espera felicidade e celebração durante o fim de ano , o que aumenta a pressão sobre quem está emocionalmente fragilizado. Entretanto, é importante reconhecer quando a tristeza se torna persistente e incapacitante para, se necessário, procurar ajuda.
“Se esses sentimentos estão interferindo no cotidiano, nas relações ou causando sofrimento intenso, pode ser o momento de procurar ajuda profissional. Por isso, saber reconhecer seus próprios limites, se autoconhecer, estabelecer limites, valorizar as pequenas conquistas e buscar ajuda quando necessário são passos fundamentais para manter o equilíbrio emocional. Nesse sentido, programas de bem-estar podem ser muito eficazes”, finaliza Luciana Benedetto.
Por Maria Julia Cabral