5 fatos importantes sobre o câncer de mama

Veja a importância da detecção precoce e os fatores de risco para o desenvolvimento da doença

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Publicado em 16 de outubro de 2024 às 17:30

O diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta as chances de sucesso do tratamento (Imagem: Blueastro | Shutterstock)
O diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta as chances de sucesso do tratamento Crédito: Imagem: Blueastro | Shutterstock

O câncer de mama ainda é o tipo de tumor mais incidente entre as mulheres em todas as regiões no país. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número estimado de novos casos no Brasil, em 2024, é de 73.610. Além disso, dados do DataSUS revelam uma alta mortalidade pela doença no ano passado, com mais de 20 mil óbitos. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de sucesso do tratamento.

A seguir, 5 fatos importantes sobre o câncer de mama:

1. O diagnóstico precoce acontece antes de qualquer sintoma aparecer

O objetivo do rastreamento é o diagnóstico precoce, ou seja, alcançar mulheres que ainda não possuem sinais ou sintomas sugestivos de câncer, o que aumenta as chances de cura em 95%, segundo a Dra. Fernanda Philadelpho, radiologista especializada em exames de mama da CDPI.

“Assim, conseguimos identificar, por meio de exames de imagem, alterações indicativas da doença o mais cedo possível e encaminhar as pacientes com resultados fora do esperado para uma investigação por biópsia”, explica a especialista.

O diagnóstico depende de várias etapas, e é iniciado pelo exame mais preconizado, a mamografia, a partir dos 40 anos para mulheres sem fatores de risco. “Atualmente, tivemos mudanças nos paradigmas de rastreamento do câncer de mama que deixaram de analisar somente a idade das mulheres”, reforça a radiologista.

2. Obesidade é um fator de risco importante para o câncer de mama

A obesidade aumenta o risco de morte por câncer de mama, como mostra o estudo recente Women’s Health Initiative. Segundo o Dr. Fernando de Barros, cirurgião bariátrico e gerente médico do Programa de Cirurgia Robótica e Bariátrica dos Hospitais São Lucas Copacabana e CHN, por definição, a pessoa que tem o índice de massa corpórea (IMC) acima de 30 é portadora de obesidade.

“O acúmulo de gordura corporal leva o indivíduo a ter uma inflamação sistêmica grave e crônica, o que, consequentemente, eleva o risco para algumas comorbidades, como os tumores mamários”, argumenta.

O risco aumentado de câncer de mama em mulheres obesas acontece pela ação do hormônio estrogênio, convertido no tecido adiposo periférico, que pode ajudar no crescimento de células cancerosas e fazer a doença se espalhar, sobretudo nos tipos classificados como receptor de estrogênio (ER), que representam cerca de 80% de todos os diagnósticos de câncer de mama, segundo o Dr. Luiz Henrique Araújo, também dos Hospitais São Lucas Copacabana e CHN.

Pesquisa indica que a menopausa precoce pode aumentar o risco de as mulheres desenvolverem câncer de mama (Imagem: Josep Suria | Shutterstock)
Pesquisa indica que a menopausa precoce pode aumentar o risco de as mulheres desenvolverem câncer de mama Crédito: Imagem: Josep Suria | Shutterstock

3. Mulheres com menopausa precoce têm mais chances de desenvolver câncer de mama e de ovário

Recentemente, a revista científica Nature publicou um estudo que relaciona a menopausa antes dos 40 anos com o risco mais elevado para desenvolver câncer de mama e de ovário. Foram analisadas amostras genéticas de mais de 100 mil mulheres e identificado uma mutação que está relacionada com o envelhecimento mais rápido dos óvulos em comparação com a maioria das mulheres, o que leva à insuficiência ovariana prematura, também conhecida como menopausa precoce.

“Também foi percebido, no estudo, que alterações nos genes que já sabemos estar relacionados com um risco maior de câncer de mama , como o BRCA1 e o BRCA2, também estão ligadas a uma idade menor de menopausa”, explica a Dra. Giullia Bortolini, oncologista da Dasa Oncologia, Unidade Barra da Tijuca.

4. Mutações genéticas são responsáveis pela minoria dos casos de câncer de mama

A Dra. Giullia Bortolini explica que, dentro os fatores de risco, as mutações genéticas são responsáveis pela menor parte dos cânceres de mama diagnosticados, ou seja, apenas de 10% a 15% das pacientes com o diagnóstico confirmado da doença apresentam uma alteração genética.

5. A prevenção do câncer de mama começa com o básico

Segundo a Dra. Giullia Bortolini, a principal maneira de reduzir os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama e de ovário é por meio da prevenção. Para a oncologista, é essencial manter hábitos de vida saudáveis, com a prática de atividades físicas regulares, alimentação saudável e pouca gordura, além de evitar as bebidas alcoólicas e o tabagismo.

Por Rachel Lopes