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Portal Edicase
Publicado em 22 de abril de 2025 às 18:09
A quassia, cientificamente chamada de Quassia Amara L. e conhecida como pau-amargo ou quássia, é uma planta nativa da América do Sul, especialmente encontrada no norte do Brasil. Conhecida por seus arbustos heliófilos e flores distintas, ela é muito utilizada na medicina popular por tratar problemas digestivos, como má digestão e flatulência. Contudo, esses não são os seus únicos benefícios. >
A seguir, conheça outros efeitos positivos da quássia para a saúde e veja como ela pode ser incluída na rotina de forma segura e natural! >
A quassia possui propriedades antitérmicas que são utilizadas na medicina tradicional para ajudar a aliviar a temperatura corporal e combater os sintomas da febre, especialmente em casos de infecção como a malária. Inclusive, neste último, os compostos bioativos da planta, como o quassinoides, demonstram significativa atividade antimalárica. >
A pesquisa “ Antimalarial Activity of Simalikalactone E, a New Quassinoid from Quassia amara L. (Simaroubaceae) ”, publicada no Journals Antimicrobial Agents and Chemotherapy , por exemplo, identificou um novo quassinoide, denominado simalikalactona E (SkE), extraído de um preparado antimalárico amazônico. Nos testes in vivo , esse composto foi capaz de inibir em até 50% o crescimento do parasita Plasmodium vinckei petteri — responsável por causar malária murina — nas doses de 1 e 0,5 mg/kg de peso corporal/dia administradas em camundongos. >
Além dos benefícios internos, a quassia é utilizada externamente como tratamento natural contra piolhos. Esse uso se deve às propriedades inseticidas da planta , que oferecem uma alternativa mais natural aos produtos químicos convencionais. O efeito pode ser obtido por meio do extrato da casca da quassia. Para uso seguro, é recomendável consultar um profissional de saúde ou especialista em fitoterapia. >
Os compostos amargos da quassia estimulam a produção de sucos gástricos e salivares, promovendo uma digestão mais eficiente. Isso pode ser especialmente benéfico para pessoas com perda de apetite que desejam recuperar a fome de forma natural, já que é justamente devido a esse benefício que a planta é frequentemente utilizada como tônico digestivo. >
A pesquisa intitulada “Antiulcerogenic Effects and Possible Mechanism of Action of Quassia Amara (L. Simaroubaceae) Extract and Its Bioactive Principles in Rats” , publicada na revista African Journal of Traditional, Complementary and Alternative Medicines , investigou os efeitos do extrato de quassia e de seus compostos bioativos — quassina e 2-metoxicantina-6-ona — na prevenção de úlceras gástricas em ratos albinos. >
Os resultados demonstraram que tanto o extrato da planta quanto a 2-metoxicantina-6-ona foram eficazes em inibir significativamente a formação de úlceras gástricas induzidas por indometacina, um anti-inflamatório conhecido por causar irritação gástrica. Por outro lado, a quassina isolada não apresentou efeitos relevantes na proteção contra esse tipo de lesão. >
Esses dados reforçam o potencial terapêutico da planta no tratamento de distúrbios gástricos. Contudo, seu uso não deve substituir o tratamento e o acompanhamento médico. >
Estudos científicos têm investigado o potencial da quassia no controle da glicose. A pesquisa intitulada “Antidiabetic activity of standardized extract of Quassia amara in nicotinamide-streptozotocin-induced diabetic rats” , publicada na revista Phytotherapy Research , demonstrou que o extrato padronizado da planta, administrado em ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina e nicotinamida, reduziu significativamente os níveis elevados de glicose em jejum e melhorou a tolerância. >
Conforme relatado no estudo, os resultados indicam que o extrato da planta pode ter valor terapêutico no tratamento do diabetes e de distúrbios metabólicos associados, como a dislipidemia. No entanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar esses efeitos em humanos e determinar formas seguras de uso. >
A forma mais comum de consumo da quassia é por meio de infusões ou decocções preparadas com a madeira ou casca da planta. Para uso externo, como no combate a piolhos, podem ser utilizados extratos ou loções específicas. É fundamental respeitar as dosagens recomendadas e consultar um profissional de saúde antes de iniciar o uso, especialmente em casos de gravidez, lactação ou condições médicas preexistentes. >