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10 respostas sobre gravidez de alto risco

Mesmo com todos os cuidados recomendados, algumas mulheres podem enfrentar complicações na gestação

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  • Portal Edicase

Publicado em 12 de abril de 2025 às 12:09

A gestação de alto risco requer cuidados especializados para evoluir bem (Imagem: Jihan Nafiaa Zahri | Shutterstock)
A gestação de alto risco requer cuidados especializados para evoluir bem Crédito: Imagem: Jihan Nafiaa Zahri | Shutterstock

A gestação é um período de intensas transformações físicas, hormonais e emocionais no corpo da mulher. Durante esses nove meses, o organismo se adapta para garantir o desenvolvimento saudável do bebê, exigindo atenção constante à saúde. Mesmo com o acompanhamento médico adequado e todos os cuidados recomendados, algumas mulheres podem enfrentar complicações que caracterizam a chamada gravidez de alto risco.

“Uma gestação é considerada de alto risco quando existem condições médicas/doenças pré-existentes ou desenvolvidas durante a gravidez que aumentam o risco de complicações para a mãe e/ou para o feto durante a gravidez, parto e/ou pós-parto. Essas condições incluem doenças maternas crônicas, histórico obstétrico desfavorável ou fatores relacionados à gestação atual”, explica Elton Ferreira, obstetra coordenador do Pré-Natal de Alto Risco do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP).

Causas mais comuns da gestação de alto risco

De acordo o Ministério da Saúde (MS), cerca de 15% das gestações são consideradas de alto risco no Brasil. As causas mais frequentes são:

  • Diabetes gestacional;
  • Hipertensão arterial (pressão alta);
  • Doenças da tireoide e outras autoimunes;
  • Gestação após os 35, ou antes dos 19 anos;
  • Gestação múltipla (gemelares, trigemelares etc.);
  • Gestações pós FIV (fertilização in vitro)
  • Parto prematuro ou perda gestacional em gestações anteriores;
  • Crescimento fetal inadequado.

“É importante esclarecer que, na maioria das vezes, as gestações de alto risco evoluirão bem. Para que isso tenha maior chance de acontecer, é imprescindível que essas gestantes sejam acompanhadas por um profissional especializado e capacitado no atendimento a gestações de alta complexidade e que haja um envolvimento multidisciplinar nesse cuidado”, conta Elton Ferreira.

Respostas sobre gravidez de alto risco

A seguir, Elton Ferreira responde 10 questões importantes sobre gravidez de alto risco. Confira!

1. Como a gestação de alto risco é diagnosticada?

O reconhecimento precoce de uma gravidez com possíveis complicações envolve uma análise detalhada já nas primeiras consultas. “[A gestação de alto risco] deve ser diagnosticada durante as consultas de pré-natal de rotina. Já na primeira, é fundamental a avaliação do histórico médico para identificar condições pré-existentes que possam afetar a gravidez, como doenças crônicas, complicações em gestações anteriores, histórico familiar, antecedente de cirurgias, uso de medicações e de técnicas de reprodução assistida. É importante ressaltar que essa avaliação deve ser integral e continuada ao longo de todo o pré-natal”, diz o obstetra.

2. Para as pacientes que estão tentando engravidar, é importante uma avaliação pré-concepcional?

Sim, buscar orientação médica antes da concepção pode contribuir para uma gestação mais segura e bem-planejada. “[…] Nessa consulta, antes das tentativas de engravidar, podemos esclarecer dúvidas, iniciar suplementação de ácido fólico, controlar doenças já existentes e orientar a substituição de medicações que porventura faça uso e que não devam ser usadas na gestação”, enumera o profissional.

3. Qual a frequência recomendada das consultas de pré-natal para gestantes com fatores de risco elevados?

De acordo com Elton Ferreira, em casos de maior vulnerabilidade, o acompanhamento profissional tende a ser mais frequente para garantir respostas rápidas a qualquer alteração. “[A frequência das consultas] deverá ser individualizada de acordo com a condição apresentada. Geralmente, as consultas são mais frequentes quando comparadas ao observado na assistência ao pré-natal de risco habitual. Isso permite um monitoramento contínuo rigoroso e intervenção oportuna em caso de complicações”.

4. Como é feita a monitorização do bem-estar do bebê na gravidez de alto risco?

Há métodos variados que auxiliam no controle da saúde fetal, tanto nas consultas quanto no dia a dia da gestante. “Existem diversas estratégias para analisar o bem-estar do bebê. Isso engloba desde a avaliação do tamanho do útero (altura uterina), dos movimentos e batimentos cardíacos do bebê, e da saúde da mãe em consulta de pré-natal, assim como o controle dos movimentos fetais pela gestante em casa, a realização de exames como a cardiotocografia e o ultrassom”, explica o coordenador do Pré-Natal de Alto Risco do Vera Cruz.

A definição do melhor momento para o parto leva em consideração diversos fatores individuais (Imagem: goodluz | Shutterstock)
A definição do melhor momento para o parto leva em consideração diversos fatores individuais Crédito: Imagem: goodluz | Shutterstock

5. Em casos de gestação de alto risco, qual é a estratégia para determinar o momento mais seguro para o parto?

A definição do melhor período para o nascimento é feita com base em múltiplos critérios que variam de acordo com cada situação clínica. “[O parto] também é algo individualizado e deve levar em consideração a doença apresentada, se está ou não controlada, a idade gestacional, assim como deverá ser baseada em um balanço entre os riscos de continuar a gestação e os riscos da prematuridade. É muito importante que toda a conduta tenha embasamento científico e que seja amplamente discutida, esclarecida e compartilhada com a gestante e eventual parceiro(a)”, esclarece o obstetra.

6. O que é a pré-eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia é uma doença que merece atenção. “[A pré-eclâmpsia] é a elevação da pressão arterial, geralmente após 20 semanas de gravidez, associada ao acometimento de um ou mais órgãos/sistemas, como rins, cérebro, fígado, pulmão, coração e/ou sistema hematopoiético (sangue). É uma doença frequente e perigosa e, por isso, necessita de um pré-natal cuidadoso e atento”, diz o especialista.

Ele ainda ressalta que “todas as pacientes diagnosticadas com elevação de pressão arterial na gravidez, seja hipertensão arterial crônica, hipertensão gestacional ou a pré-eclâmpsia, devem ser imediatamente encaminhadas para um serviço especializado de referência”.

7. Existem estratégias para prevenir a pré-eclâmpsia?

Sim, medidas preventivas podem ser adotadas, especialmente entre mulheres com maior risco para o desenvolvimento do quadro. “Para as gestantes que apresentem fatores de risco para o desenvolvimento dessa doença, podemos iniciar algumas medicações e suplementações no início do acompanhamento pré-natal (a partir de 12 semanas), como o ácido acetilsalicílico (AAS) e o cálcio. O uso dessas substâncias, entretanto, reduz o risco de pré-eclâmpsia, mas não o elimina. Além disso, àquelas que não apresentem contraindicações, a realização de atividade física regular também diminui o risco da patologia”, explica Elton Ferreira.

8.Quais fatores de risco indicam o uso de medicações preventivas para a pré-eclâmpsia?

A indicação dessas medicações ocorre quando há um fator de alto risco ou dois fatores de médio risco presentes, como:

  • Alto risco: hipertensão arterial crônica, pré-eclâmpsia/hipertensão em gestação anterior, diabetes tipo 1 ou tipo 2, obesidade, gestação de gêmeos, doença crônica dos rins, doenças autoimunes como a síndrome antifosfolípide e o lúpus eritematoso sistêmico, e gestação pós-FIV (fertilização in vitro);
  • Risco moderado: primeira gestação, idade maior que 35 anos, história familiar de pré-eclâmpsia (mãe e/ou irmã), intervalo entre gestações maior que 10 anos, entre outros.

9. No caso do diabetes gestacional, quais cuidados devem ser tomados?

Alguns ajustes no estilo de vida podem ser suficientes para lidar com a condição, enquanto outros casos exigem intervenções mais específicas. “A maioria das pacientes com esse diagnóstico conseguirá o controle da doença com a realização de dieta equilibrada e atividade física. Naquelas em que esse controle não for atingido com essas medidas, será necessário o uso de medicações, como a insulina, por exemplo”, conta o coordenador do Pré-Natal de Alto Risco do Vera Cruz.

O profissional também destaca a importância de um acompanhamento constante ao longo da gestação. “Portanto, a monitorização do controle das glicemias, assim como uma vigilância rigorosa do bem-estar do bebê, serão cuidados indispensáveis durante toda a gravidez”.

10. Qual a importância do trabalho multidisciplinar e quais outros especialistas devem estar envolvidos?

Uma abordagem integrada entre diferentes profissionais da saúde pode fazer toda a diferença nos cuidados oferecidos durante a gestação. “O trabalho multidisciplinar é crucial para garantir qualidade e segurança do atendimento, além de promover melhores desfechos maternos e neonatais. Nesse contexto, a atuação de uma equipe de profissionais de diversas áreas é fundamental para a abordagem holística e integral da saúde da gestante, visando a prevenção, o diagnóstico precoce e o manejo adequado das condições que possam surgir”, explica Elton Ferreira.

Ele também destaca os benefícios da diversidade de saberes no acompanhamento da gestante. “Além disso, permite que diferentes perspectivas sejam consideradas, integrando conhecimentos e técnicas de várias áreas da saúde, o que resulta em uma assistência mais completa e personalizada. Além de diversas especialidades médicas, outras áreas da saúde envolvidas nesse cuidado incluem a psicologia, a nutrição, a fisioterapia e a assistência social”, conclui.

Por Tiago Freitas