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Brenda Viana
Publicado em 15 de junho de 2024 às 11:00
Álcool ou aguardente, água e até ervas aromáticas estão entre os ingredientes. O tempo para produzir leva entre 60 a 90 dias. O licor começa a ser procurado em meados de maio para, em junho, ser uma das bebidas mais consumidas no São João, principalmente no Nordeste. Os sabores tradicionais, como jenipapo, maracujá e amendoim estão sempre entre os mais buscados. >
Na Bahia, o licor cremoso virou moda e tem outros sabores bastante diferentes. Esse é o caso do licor de pistache, noz que virou a queridinha de 2024, sendo inspiração de várias comidas e bebidas. >
Em Salvador, a empresa "Seu Zé e Dona Bonita Licor" (@seuzelicor), liderada pelo gastrônomo Fábio Alves, tem feito sucesso com o licor de pistache de 500 ml. Criado em 2023, o sabor caiu no gosto da galera e a expectativa é de mil litros vendidos só em junho. >
Os tradicionais ele traz de Alagoinhas, cidade onde a mãe faz e comercializa. Na loja de Salvador, que abriu ao lado de outro empreendimento que possui, a Oxente Gelateria, em Stella Maris, são vendidos os que foram desenvolvidos aos poucos com a matriarca da família, com a base dos sabores mais conhecidos. >
“Como eu sou nutricionista e gastrônomo, então comecei a pensar nos sabores para os licores que já são tradicionais de acordo com os sorvetes da sorveteria. Aí a imaginação foi além, comecei a fazer de chocolate branco com geleia de maracujá, mas também de nutella, leite ninho e agora pistache. Eu digo que os de pistache são 8 ou 80, pois a pessoa precisa gostar dele para apreciar doce, licor, sorvete”, diz. >
São diversos sabores, como doce de leite, ninho com frutas vermelhas, chocolate branco com maracujá, chocolate, ovomaltine, menta com chocolate, entre outros. No de pistache, os grãos são selecionados e torrados, além de triturados com o objetivo de virar uma pasta. O processo demora alguns minutos até que sejam incluídos ingredientes próprios para transformar a pasta no licor artesanal. >
A bebida custa R$ 30 na garrafa de 500 ml. Os outros licores, como os tradicionais, variam entre R$ 25 e R$ 35. Mas é importante deixar claro: não há venda em atacado.>
Pitaya >
Na capital baiana, há outra empresa que vende licor com sabor diferente. É a LicorTodoDia, da empresária Evelyn Lima, de 24 anos. A premissa é poder beber licor todos os dias do ano, não só na época junina. E, pensando nisso, ela desenvolveu o Cupuaçu com Pitaya, uma mistura do rosa com o amarelinho que deixa a bebida visualmente bonita. O sabor, por sua vez, sobressai com o azedinho do cupuaçu. >
Iniciada no começo da pandemia após Evelyn ser demitida do emprego, a LicorTodoDia (@licortododia) se mantém até hoje criando sabores para continuar atraindo clientes que buscam bebidas diferentes. Ela e a mãe, Edilene Lima, fizeram um curso online para começar o empreendimento, mas chegaram a perder mais de 12 litros de licor após a tentativa dar errado. >
“Serviu como base para que a gente soubesse algumas diferenças, principalmente a diferença entre licor e batida, a forma de conservação e todos os cuidados necessários”. >
Porém, o empecilho não desanimou as duas que, em 2024, inventaram novos sabores, como o de Banoffe, que é feito com doce de leite, um toque de canela e doce de banana. “Eu gosto dessas invenções, minha mãe que me segura”, brinca. Durante o festejo do São João, elas conseguem vender mais de 5 mil garrafas, que são fabricadas na própria casa, no Engenho Velho da Federação, em Salvador. >
A empresária explica que as garrafas de 1 litro estão disponíveis entre R$ 35 e R$ 40. Para quem prefere porções menores, os potinhos de 300ml são ideais para provar e custam R$ 14 cada. Adicionalmente, os clientes têm a opção de adquirir quatro unidades por R$ 50. “Viemos para quebrar esse tabu que licor só se deve tomar no São João”, acentua Evelyn, que faz a propaganda dos licores durante todo o ano. >
O CORREIO separou uma lista de 10 lugares que vendem licores em Salvador e algumas cidades da Bahia:>
O Projeto São João 2024 é uma realização do jornal Correio com apoio do Sicoob. >