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Fernanda Santana
Publicado em 18 de junho de 2023 às 05:05
O licor pode até ter surgido no século 13, como os estudos sugerem, mas foi no Nordeste brasileiro que ele virou símbolo. A diversidade de frutas locais alimentou o repertório de sabores e, nas festas juninas, ela substituiu as bebidas mais caras – mas, hoje, também pode ser sinônimo de sofisticação. >
O Correio organizou uma lista de 10 licores vendidos em Salvador e em quatro interiores baianos, com opções para paladares mais exigentes e aqueles que desejam apostar nos clássicos, como o de jenipapo. Os preços variam de R$ 10 a R$ 550. >
A variação de preços é justificada por diferentes fatores, entre eles o tempo de infusão das frutas e a filtração – alguns licores demoram até dois anos para ficarem prontos. >
O licor da Vó Nieta, por exemplo, propõe uma experiência gastronômica – o pingado de café com leite pode mudar a opinião até de quem detesta licores cremosos. São 120 sabores vendidos na garagem da casa de Edna Resch e família, no bairro de Monte Serrat. >
Já o licor da Sonatta propõe sabores e receitas que apresentam o licor como uma bebida atemporal, como adjetivou Ivan Paulino, um dos donos da marca, à reportagem. O sócio de Ivan é, não por acaso, um chefe de cozinha (Evandro Magno). >
Os licores podem ser feitos a partir de ingredientes de origem vegetal (como frutas) ou animal (como leite), infusionados em alguma bebida alcoólica destilada e adoçados. A qualidade da matéria prima, o tempo de infusão, a técnica de filtragem, tudo impacto na qualidade do licor.>
É uma alquimia que, desde o ano passado, está à espera de tombamento como patrimônio estadual. O processo é voltado para o modo de fazer licor em Cachoeira. Abaixo, você conhece duas opções de marcas de licor em Cachoeira – uma delas existe há 100 anos. >
O licor da Vó Nieta é uma experiência gastronômica. Na garagem de uma casa no Monte Serrat, Edna Resch vende 120 sabores: dos clássicos, como o de jenipapo, aos raros, como o de rosa. Antes de eleger seus sabores preferidos, você pode provar quantos quiser. Prepare-se para ficar em dúvida e investir: o preço das garrafas varia de R$ 90 a R$ 550. O de laranja é uma boa pedida se você gosta de algo mais refrescante. Já os de café e leite (servidos como um pingado) mudarão sua opinião sobre licores cremosos. >
Onde: Rio Rio Negro, 216, Monte Serrat, Salvador>
Valores: R$ 90 a R$ 550 >
Telefone: (71) 99177-8819>
O Licor das Freiras do Convento Desterro é uma surpresa: tanto pelo lugar de produção quanto pelos sabores. São 23 sabores à venda, entre eles os de anis e erva-doce. Se você gosta de saber a origem do que consome, vale saber que as frutas transformadas em licores pelas freiras vêm da chácara em anexo ao convento. O de rosas, que leva de oito meses a 2 anos em infusão, é um dos mais vendidos. As freiras garantem que um licorzinho no São João não é pecado nem para os católicos fervorosos. >
Onde: Lojinha do convento – Confeitaria São José, Rua Santa Clara, Nazaré, Salvador>
Valores: De R$ 75 a R$ 85. >
Contato: 2203-4015 / 71 99681-1711>
Antes de escolher qual levar, é possível provar os sabores. O carro chefe é o de pitanga, mas, por insistência dos clientes, o Sonatta fez uma releitura do sabor Jenipapo - que só é vendido no São João. A ideia dos sócios Evandro Magno e Iuri Paulino era fugir dos sabores tradicionais e fazer do licor uma bebida atemporal. "Não queremos concorrer com a tiazinha do interior que faz licores maravilhosos", diz Iuri. O licor de coco ainda pode compor uma pina colada, acrescido de suco de abacaxi, sumo de limão, rum e folhas de abacaxi para decorar. >
Onde: Tv Basílio de Magalhães, 84, Rio Vermelho, Bar Black Duck. >
Valores: De R$ 45 a R$ 59. >
Contato: 71 98339-8223 >
As bebidas criadas por Rosana Oliveira, em 2020, têm um lema: "despertar experiências sensoriais e afetivas e sensibilizar o público de que o licor é uma bebida sofisticada". Todos os licores são produzidos de forma artesanal e livre de corantes e conservantes, à base de álcool de cereais. A filtragem é feita com algodão para dar mais pureza à bebida. O Dom Gourmet permite aos clientes experimentar uma mistura de sabores, como o caju com hortelã, capim santo com limão siciliano, frutas vermelhas e especiarias. O mais caro à venda é o Sonho Azul, uma mistura de Damasco, Clitória Ternátea, amêndoas e cardamomo. >
Onde: Loja Espaço Conceito Preto Fala de Amor no Pelourinho. Rua Alaíde do Feijão, próximo a Escola do Olodum >
Valores: De R$ 28 a R$ 75. >
Contato: 71 98178-0618>
Se você gosta de licores mais doces, essa é uma boa opção. Todos os sabores são cremosos e à base de leite condensado. "Mas o doce é nada medida certa, de modo que não torna a bebida enjoativa", garante Vanessa Emanuelle, criadora do Licor da Manu. A graduação alcóolica é 15%, mas o doce suaviza a presença marcante do álcool. O carro chefe é o sabor maracujá com pedaços de chocolate meio amargo. Há também os licores de amarula, café, chocolate, coco, maracujá, doce de leite, ninho com nutella e ninho com geleia de morango (esses três últimos sabores são os "premium" do cardápio da marca). >
Onde: Não há loja física, mas dois pontos de entrega a combinar. >
Valores: R$ 40 a R$ 52>
Contato: (71) 99328-8989>
Feira de Santana é um entroncamento para boa parte das pessoas que vão passar o São João no interior do estado. Lá, você encontra o Licor Tia Dadá, um dos mais tradicionais da cidade, com sabores clássicos e cremosos, como o mousse de coco. São 50 sabores da bebida, produzidos o ano inteiro por uma equipe de 12 pessoas. Há ainda os licores afrodisíacos. >
Onde: R. Lázaro Ludovíco Zamenhof, 1127, bairro Brasília, Feira de Santana>
Valores: De R$ 18 a R$ 36. >
Contato: 75 99178-6555 >
Cachoeira é solo fértil de licores e um dos que vale a pena conhecer, para quem vai passar pelo Recôncavo Baiano neste São João, é o Licor Roque Pinto, com 100 anos de tradição. Mas se você vai ficar em Salvador, é possível encontrar filiais nos bairros de 7 de abril e Estrada das Barreiras. A produção é artesanal e as embalagens são recicladas de vidros. São 30 sabores de licores. Há espaço para os sabores tradicionais e cremosos. O carro chefe é o clássico Jenipapo. Mas se você gosta de sabores cremosos, há os "especiais", como o La Creme. >
Onde: Rua Rodrigo Brandão, número 16, em Cachoeira >
Valores: De R$ 14 a R$ 36. >
Contato: 75 8862-8851 (Cachoeira) e 71 9413-6130 (Salvador)>
Em Cachoeira, o licor do Porto começou a ser feito para presentear amigos e familiares. Só depois os produtos começaram a ser vendidos para comerciantes de outras cidades. O segredo da bebida, para Vinícius Mascarenhas, é: tempo, frutas de verdade e amor. O jenipapo que, depois de um ano infusionado em água e álcool, virará licor, vem de comunidades quilombolas e pequenos produtores rurais. Quando a maturação é enfim finalizada, o líquido é misturado com açúcar e água. >
Onde: Rua Quintino Bocaiúva, B2 - Centro. Cachoeira, Bahia - Brasil >
Valores: R$ 29 a 60>
Contato: 75 3425-2844 e 75 9287-3052>
O Naná licor começou a ser fabricado em 1995 e hoje vende 16 sabores diferentes. Os derivados de cacau - como mel de cacau - são os carros chefes Também há os sabores tradicionais, como jenipapo, cravo e canela e chocolate, e os mais raros, como o Licor de Cachaça. >
Onde: Rua do Ribeirão, 37, Itabuna >
Valor: R$20 a R$50>
Contato: 73 98809-3200>
O licor Primavera tem 30 anos de tradição e é encontrado na zona rural de Cruz das Almas, um dos principais destinos juninos da Bahia. Tudo começou quando o casal Geovane Oliveira e Luciana Costa transformaram uma coleta de maracujá em litros de licor. A primeira produção foi domiciliar. Faz distribuição para outros estados para expandir o produto. A partir de abril as vendas começam a subir. Há os licores tradicionais (finos) e também os cremosos, como de milho verde, café e gengibre. >
Onde: Fazenda Andaraí, Cruz das Almas >
Valor: R$ 120 a caixa com 12 licores >
Contato: (75) 9 91454584>
O projeto São João em todo canto é uma realização do jornal Correio com patrocínio da Via Bahia e apoio da Larco Petróleo. >