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Vendedor ambulante tem R$ 150 em mercadorias apreendidos pela CCR Metrô; vídeo

"Só quero trabalhar", protesta Genivaldo "Cafézinho", há 4 anos vendendo no Acesso Norte

  • Foto do(a) author(a) Luana Lisboa
  • Luana Lisboa

Publicado em 10 de março de 2023 às 16:44

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Reprodução/Acervo pessoal

Há cerca de 20 anos que o ambulante Genivaldo, de 48, vende café. Desses, fazem quatro que seu ponto de vendas é a Estação Acesso Norte, em Salvador. É tanto tempo no ramo, que as pessoas já o conhecem como "Genivaldo Cafézinho". Nesta sexta-feira (10), no entanto, pela primeira vez, seu carrinho e toda sua mercadoria foram apreendidos por seguranças da CCR Metrô, com o auxílio da Polícia Militar. Isso aconteceu depois de uma semana em que mais de 30 ambulantes foram expulsos da mesma estação ao tentarem comercializar no local.

"Eu sou conhecido já na estação, trabalho de segunda a segunda no lugar. Nós já temos raízes ali dentro, e agora querem arrancar da gente", reclama.

De acordo com decreto estadual de 2014, no entanto, de fato é proibido o comércio irregular no local. Segundo a CCR, a iniciativa visa garantir a "acessibilidade, livre circulação, conforto, bem-estar e segurança de todos." A previsão é que, em caso de reincidência, seja realizada a apreensão das mercadorias comercializadas.Genivaldo questiona a norma. "Nunca nos proibiram, e querem proibir agora que criamos raízes. Posso até procurar outro ponto. Mas para a gente que é vendedor, a sensação é que ficamos como peixe fora d'água quando precisamos conquistar um novo ponto", explica.Segundo o Sindicato dos Ambulantes, faz cerca de 15 dias que os seguranças da Estação passaram a expulsar vendedores, e os 38 que atuam nas imediações têm sido retirados do local desde então. Essa foi a primeira vez que uma guia foi apreendida.

"Chamaram a polícia e não pude fazer nada. Perdi minha mercadoria avaliada em 150 reais, e antes de ontem perdi de novo porque me expulsaram. Ficavam mandando eu sair, pediram pra eu trabalhar dentro do ônibus. Mas eu vendo café, é difícil trabalhar circulando. Isso quando os motoristas aceitam dar carona para gente", argumenta.

De acordo com a CCR Metrô, todo o material apreendido durante a ação de ordenamento fica disponível para retirada no local após 48 horas da apreensão, mediante apresentação de nota fiscal dos produtos. Mas, no caso das mercadorias perecíveis, estas são descartadas imediatamente.

O Sindicato planeja uma manifestação na região do Acesso Norte no fim da tarde desta sexta. "Queremos fazer uma manifestação pacífica para que não sejamos agredidos pela Polícia", pede Genivaldo.

"Precisamos trabalhar em paz e esperamos que os órgãos responsáveis façam algo para que a gente possa ganhar o nosso pão", finaliza.