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Gil Santos
Publicado em 7 de abril de 2018 às 18:56
- Atualizado há 2 anos
Dois ônibus foram incendiados no Vale das Pedrinhas e outro em Amaralina no final da tarde deste sábado (7). A polícia acredita que a ação tem relação com a morte de Ítalo Alves de Jesus Pereira, 21 anos, conhecido como Rato. Ele foi morto na noite desta sexta-feira (6) durante confronto com policiais militares na Chapada do Rio Vermelho. Após o vandalismo, o Sindicato dos Rodoviários descidiu suspender o transporte público no Vale. Ônibus em chamas no Vale das Pedrinhas (Foto: Leitor CORREIO) Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), ele era traficante, ameaçava moradores, e entrou em confronto com os policiais. Com ele foi encontrada uma pistola calibre 380.>
Moradores contaram que um grupo de homens armados chegou a pé no final de linha do Vale das Pedrinhas, por volta das 18h, e colocou fogo nos dois coletivos. Houve correria e empurra-empurra. Uma barraca de frutas que estava entre a calçada e um dos ônibus também foi atingida pelas chamas. O que sobrou das frutas ficou espalhadas pelo chão. Ônibus deixaram de circular no Vale das Pedrinhas (Foto: Evandro Veiga/ CORREIO) As chamas altas atingiram parte dos fios dos postes que estavam próximos, mas a energia não precisou ser interrompida. O fogo alcançou também as fachadas de algumas lojas, derreteu parte da proteção contra o sol de alguns estabelecimentos, e a temperatura alta quebrou o vidro das janelas de algumas casas. Assustados, os comerciantes liberaram os funcionários e baixaram as portas. Algumas lojas tiveram as fachadas danificadas pelo calor do fogo (Foto: Evandro Veiga/ CORREIO) Os bombeiros chegaram alguns minutos depois e apagaram o fogo, mas precisaram retornar ao bairro porque o fogo recomeçou em um dos ônibus. "Na hora foi um corre-corre danado. Eu só ouvi o povo gritando e os caras passando armados. Era um grupo grande, vários homens. O pior é que eles fazem isso, mas é a população quem paga porque é a gente que vai ficar sem ônibus", contou um morador indignado que, com medo, pediu para não ser identificado.>
Representantes do sindicato dos rodoviários informaram que o transporte no bairro foi suspenso por tempo indeterminado, e disseram que até a situação se normalizar o fim de linha foi transferido para a Rua do Canal. Fogo alto assustou quem passava pelo Vale das Pedrinhas (Foto: Leitor/ CORREIO) A SSP informou também que equipes do Pelotão Especial Tático Ostensivo (Peto) da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Nordeste de Amaralina), das Rondas Especiais (Rondesp) Atlântico e do Batalhão de Choque estão reforçando o policiamento na região. Não há informações se os ataques deixaram feridos.>
Os policiais do Pelotão Especial Tático Ofensivo (Peto) da 40ª CIPM contaram no posto do Hospital Geral do Estado (HGE), para onde Ítalo foi socorrido, que foram recebidos a tiros quando entraram na comunidade. Eles revidaram e Ítalo foi atingido. O suspeito foi socorrido pelos próprios policiais, e deu entrada no HGE com vida, mas não resistiu aos ferimentos. Ônibus incendiado próximo ao posto de combustível (Foto: Evandro Veiga/ CORREIO) Amaralina Quase no mesmo horário em que aconteceram os ataques no Vale das Pedrinhas, um grupo de homens pararam outro ônibus, desta vez na Rua Visconde de Itaborahy, a principal de Amaralina, e puseram fogo no coletivo. O incêndio foi provocado em frente a um posto de combustível. Os moradores de um condomínio que fica ao lado ficaram desesperados.>
"Ouvimos o barulho, os estrondos do ônibus em chamas, e saímos para ver o que estava acontecendo. Quando vimos a fumaça e o fogo ficamos desesperados. Eu moro aqui há nove anos e não faço nem churrasco em casa com medo por conta do posto. Eles trabalham com gasolina e gás. Ligamos para os bombeiros, mas eles demoraram para chegar. Foi terrível", contou um morador. Bombeiro trabalha no combate às chamas em Amaralina (Foto: Evandro Veiga/ CORREIO) Assustados, alguns deles pegaram algumas peças de roupas, os documentos e saíram de casa. Eles contaram que quando o incêndio começou o posto de combustível estava funcionando, mas os funcionários correram quando viram as chamas. Alguns minutos depois o estabelecimento foi fechado. Apesar do susto, ninguém ficou ferido.>
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Baleado Em fevereiro, dois policiais militares da Peto da 40ª CIPM foram baleados quando faziam rondas na Chapada do Rio Vermelho. Os policiais revidaram e houve troca de tiros. Um dos militares foi atingido no joelho e outro na perna. Ambos foram socorridos para o HGE.>
No mesmo dia, Ítalo deu entrada no mesmo hospital com um tiro no ombro. Na época, os policiais o reconheceram como um dos homens que atirou contra a viatura. Depois de ser identificado, ele ficou custodiado na unidade. >