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Traficante do CP assassinado no Pero Vaz foi preso por morte de policial federal

Após morte de João Lenon, alguns comerciantes fecharam as portas

  • Foto do(a) author(a) Bruno Wendel
  • Bruno Wendel

Publicado em 27 de setembro de 2017 às 15:30

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO
IAPI nesta quarta-feira (27)

Morto a tiros por dois homens numa moto no bairro do Pero Vaz, em Salvador, na noite desta terça-feira (26), o traficante João Lenon Santos Oliveira, o John Lennon, 27 anos, era envolvido no assassinato de um policial federal, em março de 2009, no bairro do IAPI. Na ocasião, ele foi preso seis dias depois do crime, durante uma megaoperação, que contou com policiais civis, militares e federais.

O agente da Polícia Federal Leonardo Maia Fonseca foi morto a tiros na invasão Nova Divineia, no IAPI, reduto de John Lennon. Ele foi baleado quando ia entregar uma intimação na localidade. Os outros agentes pediram reforço e grupos de policiais militares, da Polícia Civil e da PF, cercaram a área logo depois. Houve tiroteio e, de acordo com a polícia, cinco suspeitos foram mortos. João Lenon foi preso pela morte de policial federal e respondia a quatro processos (Foto: Reprodução) Após a morte do traficante nesta terça, alguns estabelecimentos mantiveram as portas fechadas, na manhã desta quarta (27), no final de linha do IAPI, nas ruas de acesso para a localidade da Nova Divineia. O CORREIO percorreu os bairros do Pero Vaz e IAPI e constatou o funcionamento normal do comércio, escolas e unidades médicas.

“Cheguei a abrir, por volta das 7h, e já ouvia rumores do toque de recolher, disseminados pelas mensagens no WhatsApp. Como tinha uma audiência, deixei os funcionários avisados para fechar, se necessário. Quando retornei, umas 9h, meu comércio estava fechado, assim como outros aqui. Um dos meus funcionários me ligou depois e disse que a situação estava insustentável”, conta o proprietário de um mercadinho.

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"Alguns fecharam, fechei também", disse o dono de uma lanchonete. A proprietária de um mercadinho mantinha o estabelecimento aberto, mas fez uma ponderação. “Acredito que não passa de mais um boato. Tem polícia por todo o lado aqui. Porém, penso em fechar mais cedo, às 14h. Normalmente fecho às 18h”, diz ela. 

A poucos metros do mercadinho, uma rede de supermercado estava aberta com cinco seguranças posicionados na entrada e com uma intensa movimentação da clientela. “Até o momento, não recebemos nenhum comunicado para fechar”, relata um homem que se apresentou como gerente da loja.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) anunciou o reforço no policiamento no IAPI e comunidades vizinhas desde a madrugada de quarta. Equipes do Batalhão de Choque, da Operação Gêmeos e da Rondesp Baía de Todos os Santos estão no local, após moradores denunciarem a circulação de áudios via redes sociais sobre o fechamento do comércio.

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“Estamos em todo o bairro para garantir a rotina das pessoas. Qualquer informação sobre a movimentação de criminosos pode ser enviada através do Disque-Denúncia (71) 3235-0000 e 190”, afirmou o comandante da 37ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Liberdade), Ricardo Silva. Os ônibus circulavam nos bairros normalmente - ao menos até as 11h30 desta quarta.

O major Ricardo Silva, da 37ª CIPM, negou o toque de recolher. Segundo ele, a ampliação do efetivo policial no IAPI é por uma questão precaução.  “Por conta da morte do traficante, resolvemos reforçar o policiamento, a fim de evitar alguma ação dos bandidos. Estamos aqui para garantir a segurança. Não permitimos que o tráfico ordene. Agora o IAPI tem dono e o dono é a polícia. Vamos ficar aqui por tempo indeterminado”, declarou o major.De acordo com ele, além das equipes da unidade que já fazem o patrulhamento diário do bairro, estão na região cinco viaturas da 37ª CIPM, duas da Operação Gêmeos da Polícia Militar e quatro das Rondas Especiais Baía de Todos os Santos (Rondesp/BTS).  

Histórico John Lennon respondia a três processos por homicídio e a um por tráfico de drogas, segundo o portal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). No 1º Juízo da 2ª Vara do Tribunal do Júri, ele e Alexandre Franklin Santana dos Santos são apontados pelos autores da morte de Gilmar Gomes dos Santos. O processo foi instaurado em agosto de 2015 como homicídio simples, relacionado ao tráfico de drogas. 

Também no 1º Juízo da 2ª Vara do Tribunal do Júri, John Lennon respondia por homicídio qualificado que teve como vítima L.A.S. O processo foi instaurado em julho de 2014, após investigação da 2ª Delegacia Territorial (Lapinha). Em julho de 2016, foi instaurado o segundo processo por homicídio qualificado contra o traficante, tendo como vítima J.F.C. de J. Desta vez foi no 2º Juízo da 2ª Vara do Tribunal do Júri. 

Em julho de 2015, John Lennon passou a responder processo por tráfico de drogas na 3ª Vara de Tóxicos de Salvador. O inquérito foi instaurado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). 

John Lennon fazia parte de uma das maiores facções da Bahia. “Ele fazia parte do CP (Comando da Paz) e era liderança na Nova Divinéia”, declara o delegada Luís Henrique Costa Ferreira, titular da 2ª DT (Lapinha). Em maio de 2014, ele foi um dos baleados durante confrontos com a polícia na Nova Divinéia. Na ocasião, o tiroteio deixou um saldo de dois mortos e quatro feridos.  Policiamento reforçado no final de linha do IAPI (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)  Crime O traficante John Lennon foi morto por volta das 18h30 desta terça-feira, na Rua Meireles. Segundo informações de populares, o crime aconteceu em frente à uma bomboniere, que no momento estava fechada. “Um grupo de pessoas estava reunido em volta de um carro, que estava com o som alto. Todo mundo bebia na hora”, conta o morador. 

“Quando houve os tiros, muitos tiros, todo mundo correu para todos os lados. O pânico foi tão grande, que os alunos do colégio abandonaram as salas de aula e não teve mais condições de aula”, relatou a mãe de um dos estudantes do Centro Educacional Carneiro Ribeiro – Classe II, que fica de frente para a entrada da Rua Meireles.  

Segundo o major Ricardo Silva, três homens distribuídos em duas motos pararam e atiram em direção a um Volkswagen Gol, matando no local John Lennon e ferindo outras duas pessoas. “Não há informações se os outros baleados tinham alguma ligação com o traficante morto ou se são pessoas que foram atingidas quando passavam na hora”, diz o major.