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Thais Borges
Publicado em 11 de junho de 2018 às 13:06
- Atualizado há 2 anos
Maurício Barbosa, secretário da Segurança Pública (Foto: Carol Garcia/Arquivo GOVBA) A Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP) investiga se a onda de violência em Salvador e na Região Metropolitana (RMS) no último fim de semana foi uma retaliação pela morte de dois policiais militares na semana passada. Entre sábado (9) e domingo (10), 29 pessoas foram assassinadas, incluindo o cabo da PM Gustavo Gonzaga da Silva, 44 anos.
De acordo com o titular da pasta, o secretário Maurício Barbosa, a SSP investiga até mesmo a possibilidade de ação de um grupo de extermínio. Em entrevista ao CORREIO, Barbosa destacou que foi um fim de semana ‘atípico’ – especialmente por sair de uma sexta-feira (8) em que não houve nenhum assassinato para registrar 17 no dia seguinte. “Hoje temos uma reunião técnica para apurar a possibilidade de ação de grupos de extermínio ou possível retaliação à morte do policial, ou até mesmo ação do tráfico. Mas obviamente foi um final de semana atípico. Duas semanas atrás, tivemos um fim de semana com cinco homicídios e chamou a atenção por ser logo após a morte do policial”, explicou.Ele citou, ainda, uma “possível revolta” da tropa, diante da brutalidade com a qual o cabo Gonzaga foi morto. O PM foi torturado e teve o corpo mutilado antes de ser executado pelos criminosos. Gonzaga recebeu vários tiros na cabeça. Os autores do crime chegaram a arrancar o coração da vítima e deixaram o órgão na região do Nordeste de Amaralina, em uma localidade conhecida como Boqueirão, a mais de 1 km de onde Gonzaga foi assassinado.
“Obviamente, está todo mundo comovido pela forma como o policial foi morto e estamos buscando altivez na resposta para prender e chegar aos autores. E também (estamos buscando) ações individuais que sejam feitas como forma de acalmar esse sentimento que passa por todos os policiais, por ele ter sido brutalmente assassinado”.
O secretário destacou, no entanto, que não necessariamente esses grupos seriam formados por policiais ou apenas por policiais. “Às vezes, têm pessoas com qualquer outra ocupação profissional e que se intitulam de ‘justiceiros’, mas a gente tenta evitar que sejam feitos esses atos”.
Briga de facções Além da suspeita que o secretário chamou de “ação orquestrada” devido à morte do policial, Barbosa destacou que os números do fim de semana incluem homicídios devido à briga de facções.
“Infelizmente, todo fim de semana, a gente encontra acerto de dívida de droga também. Estamos investigando, entre esses homicídios, até questões passionais. Teve a questão do empresário na Pituba e agora não descartamos também nenhuma possibilidade”, concluiu.