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Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2020 às 13:01
- Atualizado há 2 anos
O prefeito ACM Neto comentou nesta sexta-feira (19) a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, acusado de organizar esquema de rachadinha no gabinete do filho do presidente quando este era deputado federal no Rio de Janeiro. >
"É um caso muito nebuloso, muitas coisas precisam ser esclarecidas. É sério que o advogado era dono do imóvel lá em Atibaia? Advogado do filho do presidente, estava recentemente em eventos do Palácio do Planalto, da Alvorada. É um absurdo", avaliou o prefeito, durante coletiva virtual.>
Ontem, Neto já havia dito que pessoas públicas precisam de clareza em suas vidas e que era à favor da investigação, mesmo sem conhecer detalhes do caso.>
"É claro que a prisão do Queiroz não é uma pauta que agrada o governo, óbvio que não, porque de certa forma o governo vem vivendo com esse fantasma desde que o presidente tomou posse. Eu não tenho elementos para avaliar o fundamento da decisão de prender o Queiroz e das medidas judiciais que foram tomadas. Vi pela imprensa, tive as informações que todos tiveram, não conheço o processo, não me sinto à vontade para comentar isso. Mas é óbvio que se trata de um tema que não é agenda positiva para o governo, é um tema incômodo para o governo. Está certo ou errado, não tenho condições de avaliar. Todos que estão na vida pública devem satisfação, devem agir com transparência. Sou a favor de todas as investigações", afirmou. >
Prisão Queiroz foi preso ontem em uma casa em Atibaia pertencente ao advogado Frederik Wasseff. Ao longo de todo o dia de ontem, o clima no governo foi tenso. A avaliação é de que a prisão do ex-assessor parlamentar em um endereço do advogado ligado ao presidente colocou o caso da "rachadinha" dentro do Palácio do Planalto. Desde o início das investigações do esquema na Assembleia Legislativa do Rio, o governo trabalhou para blindar o mandato do presidente. Auxiliares de Bolsonaro afirmam que o governo continuará insistindo na narrativa de que, se houve algum problema, foi localizado no gabinete de Flávio e, portanto, sem qualquer ciência do presidente. Outra estratégia é evitar comentários sobre o caso, em uma tentativa de, mesmo nos bastidores, passar a imagem de que não se trata de um assunto de preocupação do Planalto. Ao mesmo tempo, integrantes do Planalto avaliam que a prisão de Queiroz reforçará o discurso do presidente de que há uma perseguição política e conspiração contra ele e sua família para desestabilizar o governo. A>