Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2019 às 13:23
- Atualizado há 2 anos
Cinco pesquisadores da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), do campus Salvador, investem em um projeto que elabora robôs com diversas finalidades, desde a recreação até a prestação de assistência para pessoas com deficiência. Trata-se cadeira de rodas inteligente (CRI), que, de maneira assistiva, pode auxiliar pessoas com necessidades específicas como idosos, crianças e deficientes.>
“A nossa CRI é um robô semiautônomo. Isto significa que o controle central é do usuário da cadeira, mas a mesma possui inteligência artificial para impedir que este usuário leve a cadeira para uma situação de risco como um degrau ou um buraco”, explica o integrante do grupo e responsável pela pesquisa sobre robótica inteligente, Marco Simões.>
Ele conta que o seu propósito é investigar a aplicação da inteligência artificial em robôs. “Entre os principais temas, o que se destaca é um sistema multi-robô, que se trata de um grupo de máquinas que precisam cooperar entre si para solucionar problemas complexos como a criação de transportes públicos autônomos (carros autônomos, ônibus autônomos, etc). Neste cenário, todos os veículos precisam cooperar para garantir a segurança e integridade física de todos os passageiros e ainda pensar no melhor trajeto”, explicou.>
A palavra-chave, de acordo com Marco Simões, é autonomia. Esta é a grande diferença em relação aos robôs que existem no mercado. “Um sistema básico é programado para executar soluções pensadas por humanos, enquanto um sistema inteligente é programado para que ele mesmo encontre as soluções dos problemas.>
Um carro autônomo, por exemplo, se encontrar um obstáculo no caminho que usualmente pega para levar seu dono para casa, irá dar a volta e encontrar outro caminho. Ou seja, ele é baseado em objetivos e não em algoritmos pré-programados com soluções prontas”, ressaltou.>
O professor explica que uma sociedade científica conhecida como RoboCup Federation é a responsável por inspirar partes do projeto. A organização, que criou robôs inteligentes para jogar partidas de futebol, possui como meta criar um sistema capaz de disputar e vencer com um time de humanos.>
Marco explica que quando isso acontecer, a ciência terá o conhecimento necessário para solucionar todos problemas de sistemas multi-robôs, como veículos autônomos, agronegócio, construção civil, nano-cirurgias, dentre outros.>
Atualmente, o grupo de pesquisa é filiado ao RoboCup, mas não cria somente robôs para disputarem partidas. Outros protótipos já criados trazem robôs de serviços, que são responsáveis por interagir com humanos em linguagem natural, obedecer a comandos, reconhecer pessoas e pegar objetos, dentre outras habilidades.>
O dispositivo desenvolvido por eles, nesta linha, chama-se Bill, uma sigla que significa Bot, Intelligent, Large capacity, Low cost, em português, robô inteligente, de alta capacidade e baixo custo financeiro.>
O grupo, composto também por Josemar Souza, Robson Silva, Jorge Campos e Ana Patricia Mascarenhas, conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além do apoio acadêmico das Universidades do Porto e de Aveiro, ambas em Portugal.>
Eles são hexacampeões brasileiros e pentacampeões latino-americanos com o time de futebol de robôs humanoides. Mas, os objetivos não param por aí. Marcos relata que o robô Bill passa por um processo de reestruturação do seu software para dar maior flexibilidade e capacidade de expansão. Já em relação a cadeira de rodas inteligente, foi concluído o mapeamento através de sensores eletromagnéticos das ondas de pensamento para emitir comandos para a cadeira.>