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Professores acampam na Secretaria de Educação: 'Fecharam as portas na nossa cara' 

De acordo com os docentes, em greve há quase dois meses, a ideia era protocolar documento

  • Foto do(a) author(a) Tailane Muniz
  • Tailane Muniz

Publicado em 4 de junho de 2019 às 22:21

 - Atualizado há 2 anos

Pelo menos 70 professores das universidades estaduais estão acampados, na frente da Secretaria de Educação (SEC), no Centro Administrativo da Bahia (CAB). De acordo com a coordenadora da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Lílian Marinho, os docentes foram até a SEC, na tarde desta terça-feira (4), protocolar um documento em que explicam as pautas da nova proposta, formulada em assembleias ocorridas entre ontem e hoje. 

Ao chegarem na secretaria, no entanto, os professores das universidades do Sudoeste (Uesb), de Santa Cruz (Uesc) e de Feira de Santana (Uefs), que se uniram aos docentes da Uneb sequer foram recebidos por representantes do governo, segundo Lílian. Ao CORREIO, a professora contou que, quando chegaram no local, por volta de 14h, foram impedidos de acessar o prédio. Docentes em greve acampados em frente à SEC; policiais 'guardaram' o prédio  (Foto: Divulgação Aduneb) "A ideia era protocolar o documento e, em seguida, realizaríamos uma plenária aberta aqui, como um ato, mas nos deparamos com a polícia lá dentro. Quando anoiteceu, eles apagaram as luzes, mas sabemos que eles estão lá. Nós vamos continuar aqui até que alguém nos receba, porque é inacreditável que professores e estudantes sejam tratados dessa maneira", lamentou ela, acrescentando que alunos também estão no local.

O CORREIO procurou a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) e questionou sobre a presença do Batalhão de Choque da Polícia Militar no prédio da SEC, mas não obteve retorno. A reportagem também não teve respostas do Governo do Estado.

Greve Pelo menos 40 mil alunos estão sem aulas desde que os professores das universidades estaduais iniciaram a greve, no dia 9 de abril, quando decidiram reivindicar pautas como aumento de salário. "Nosso salário já diminuiu em cerca de 24%. Colocamos nossa pauta mínima, que pelo menos 5,9% da reposição infracionária seja concedida", explicou a professora, que afirmou não ter visto o secretário da Educação, Jerônimo Rodrigues.

Ainda segundo ela, pelo menos 300 professores chegaram a ir até o local, à tarde. Os que ficaram resolveram, então, comprar barracas para acampar.

"A última vez que encontramos algum representante do Estado foi no dia 26 de maio, quando nos reunimos com deputados e o secretário, e perguntaram o que a gente queria para encerrar a greve, mas agora, sequer nos recebem. A gente só quer falar com o governador e encerrar a greve".