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Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2022 às 17:37
O processo contra o vereador Henrique Carballal (PDT) pelo crime de peculato devido a uma acusação de "rachadinha" avançou na Justiça e o pedetista pode perder o mandato caso seja condenado. Carballal e outras quatro pessoas são réus na ação movida pelo Ministério Público estadual (MP-BA) em 2013 após uma investigação que constatou que alguns colaboradores do gabinete do vereador eram "funcionários fantasmas" e repassavam parte do salário para ele. >
Uma nova audiência de instrução do caso está marcada para o próximo dia 20 deste mês, de forma presencial. A Justiça, contudo, tenta localizar o vereador para notificá-lo do julgamento, mas não encontrou. De acordo com último despacho judicial disponível na página do processo, a Justiça determinou "que no próximo mandado de intimação do referido acusado deve constar também como endereço profissional a Câmara de Vereadores de Salvador, onde o mesmo exerce o cargo de vereador". >
O processo tramita 2ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), em Salvador. Também são réus Alex Emanoel da Silva, Nelson José dos Santos, Katia Maria Cavalcante Vergne de Abreu e Tarciso Abreu Portela Pimentel.>
Segundo a ação do MP, Carballal teria "se apossado de vencimentos, total ou parcialmente, dos seus 19 assessores entre os anos de 2009 e 2010". "O referido expediente teve origem a partir das declarações prestadas pelo ex-chefe de Gabinete do primeiro acionado, Alex Emanoel da Silva, segundo o qual Carballal teria nomeado alguns assessores que não trabalhavam, com o único objetivo de se apropriar dos seus vencimentos", afirma trecho da denúncia. >
Em depoimento, Alex disse que, através dele, um dos então assessores, Nelson José dos Santos, morador de Brasília, chegou a destinar "toda a sua remuneração percebida ao vereador" "apesar de não trabalhar".>
Apontada na peça como ex-companheira de Carballal, Andreza Caldas também denunciou o vereador, que, de acordo com ela, "nomeava assessores para a Câmara somente para receber a remuneração dos cargos por estes ocupados, pagando-lhes apenas pequeno percentual". >
Improbidade administrativa Em julho deste ano, Carballal se tornou réu em outro caso, desta vez denunciado pelo Ministério Público por utilizar a estrutura da administração pública e servidores municipais em evento de cunho político-eleitoral que “visava angariar apoio popular com uma suposta prestação de serviços de utilidade social gratuito, à margem do Sistema Único de Saúde (SUS)”. Da mesma forma, o vereador também corre o risco de perder o mandato e ter os direitos políticos suspensos, além do pagamento de multa.>
O caso ocorreu em 2013, quando Carballal ainda era filiado ao PT. Na ocasião, ele promoveu um atendimento médico e odontológico móvel aberto na comunidade de Adutora, localizada no bairro de São Cristóvão, iniciativa considerada de cunho político-eleitoral pelo MP-BA.>
Ao acatar a denúncia, o juiz Ruy Eduardo Almeida Britto apontou “graves indícios” de ato de improbidade e de natureza criminal, como suposta falsidade ideológica. “Os elementos submetidos à apreciação judicial conduzem à identificação dos referidos indícios, alguns com viés criminal, à exemplo, de suposta falsidade ideológica, cuja responsabilização dependerá da oportunidade de cognição a ser desenvolvida naquele feito”, escreveu. Caso comprovado, o crime de falsidade ideológica tem pena de até cinco anos de prisão. >