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Gil Santos
Publicado em 22 de junho de 2022 às 14:01
Quando o Movimento Salvador Vai de Bike foi iniciado, em 2013, a capital baiana tinha 30 km de ciclovias, ruas mal sinalizadas e nenhuma política de incentivo ao uso desse modal. Nesta quarta-feira (22), durante a inauguração do primeiro bicicletário gratuito da cidade, no bairro da Ribeira, a prefeitura anunciou que alcançou 360 km de ciclovias, tem 50 estações de bike, 500 magrelas disponíveis, 80 mil usuários e 3 milhões de corridas já realizadas.>
A estrutura fica ao lado do Terminal Marítimo da Ribeira/ Plataforma e do Final de Linha do bairro, local escolhido para facilitar a integração entre os sistemas, e vai funcionar das 8h às 18h, de terça a domingo. Além de permitir que ciclistas guardem as próprias bicicletas no local por 24h, será possível pegar as “azulzinhas” da prefeitura e utilizar, sem custos, para de deslocar para o trabalho ou desenvolver algum tipo de atividade laboral. O serviço será exclusivo para pessoas que residem na região de Itapagipe.>
O prefeito Bruno Reis fez a inauguração do novo espaço e disse que o equipamento vai ajudar na mobilidade da cidade, oferecer melhor qualidade de vida aos moradores e incentivar o uso das magrelas no bairro. Outros dois bicicletários serão implantados em Salvador, mas os locais ainda estão sendo definidos.>
“Em 2013, Salvador tinha apenas 30 km de ciclovia. Hoje, nós temos 360 km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. Isso estimulou junto com o Movimento Vai de Bike com que as pessoas passassem a fazer a prática da utilização das bicicletas. É comum, às noites e aos finais de semana, a gente ver diversos grupos rodando de bicicleta pela cidade, que passou a ter uma infraestrutura e oferecer segurança para os ciclistas. Enquanto durante o dia muitas pessoas passaram a usar como meio de transporte e atividade física”, afirmou. Equipamentos poderão ser guardados ou alugados (Foto: Betto Jr/ Secom) Ele frisou que além das laranjinhas, oferecidas em parceria com o Itaú, existe as azulzinhas do Bike Comunidade, programa exclusivo do Município presente em seis bairros da capital. A estudante Eduarda Nascimento, 28 anos, tem fotos com as primeiras unidades laranjas, na época em que o programa teve início na capital. Ela contou que no começo pensou que a proposta não teria engajamento e que fez as imagens por diversão.>
“Não apenas eu, muita gente não botou fé no programa, porque apesar de ser bonito no papel a verdade é que Salvador não estava preparada. Eles ofereceram as bicicletas, mas não tinha onde andar de bicicleta na cidade. Depois que começaram a construir as ciclovias, fecharam o Dique aos domingos etc. foi que comecei a pensar que poderia ser uma boa fazer um passeio aos fins de semana. Fiz o cadastro e usei as laranjinhas até comprar a minha bicicleta. Descobri que gosto de pedalar”, disse.>
A adequação da cidade e a sinalização para ciclistas é um dos pontos de avaliação da Pesquisa Urbanística do Entorno dos Municípios, iniciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), na segunda-feira (20). Na prática, os agentes censitários estão observando se os municípios estão bem sinalizados para atender quem anda de bicicleta. O presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur) e idealizador do Movimento Salvador Vai de Bike, Isaac Edington, disse que está tranquilo.>
“Estamos em andamento, capitaneados pela Secretaria de Mobilidade, do Plano Cicloviário de Salvador, um planejamento de curto, médio e longo prazo para o desenvolvimento da cidade. A gente investe muito em comunicação, costumo dizer que não há um único dia em que não tenha um conteúdo sobre o uso de bicicletas sendo divulgado na cidade. Estamos preparados para expandir esse conceito”, afirmou.>
Ele contou que 3 mil motoristas de ônibus foram capacitados para redobrar os cuidados com ciclistas, e que o Município tem parcerias com empresas privadas para treinar entregadores e outros trabalhadores que atuam no trânsito. “Esse conjunto de iniciativas que a gente agrega embaixo do Salvador Vai de Bike é o que tem feito essas transformações na cidade”, disse.>
O bicicletário da Ribeira terá profissionais responsáveis pelo manuseio das bicicletas e atendimento ao público. O cadastro deve ser feito com a apresentação de documento oficial com foto, número do CPF, comprovante de residência e estar presente com a bicicleta no ato. Cada usuário cadastrado pode guardar até três bicicletas.>
Turismo Além de guardar bicicletas de usuários e emprestar equipamentos da prefeitura, o bicicletário da Ribeira terá uma terceira função. O local terá um posto da empresa de turismo Turisbike, que vai oferecer equipamentos para aluguel e roteiros de passeios para a região. Esse serviço terá uma taxa, mas os valores ainda não foram definidos.>
O diretor da Turisbike, Moisés Oliveira, contou que a intenção é explorar os pontos turísticos da Península Itapagipana, como a Orla da Penha, a gastronomia da comunidade da Pedra Furada, o Forte de Monte Serrat, a Ponta do Humaitá, o Santuário de Santa Dulce dos Pobres, o Santuário Basílica Senhor do Bonfim e as sorveterias da região. >
“A Turisbike é uma agência de turismo especializada em turismo de bike. Nós vamos trazer para a Cidade Baixa o que já fazemos na Barra, no Centro Histórico e na Orla Oceânica. Além do estacionamento de bicicletas e do empréstimo das bicicletas da prefeitura, nós vamos oferecer aluguel para quem vem para a Ribeira e não quer trazer sua bicicleta e vamos fazer bike tour”, afirmou.>
Quem se interessar em pedalar sozinho pela região, seja para lazer ou turismo, vai poder alugar as bicicletas. O período máximo de empréstimo é de até quatro semanas. Já os passeios serão guiados. A empresa vai entrar em operação na Ribeira após os festejos juninos.>