Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carolina Cerqueira
Publicado em 12 de novembro de 2020 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Os combustíveis estão pesando ainda mais no bolso dos baianos. E o aumento de preços foi significativo. Em alguns postos de Salvador, a gasolina, por exemplo, ficou até 79 centavos mais cara desde a última terça-feira (10), conforme levantamento realizado, ontem, pelo CORREIO. E é bom o consumidor ir se preparando: é que a Petrobras autorizou um novo reajuste no preço da gasolina e do diesel, nas refinarias, a partir de hoje.>
No Posto dos Namorados BR, na Pituba, por exemplo, o preço da gasolina foi reajustado de R$ 4,29 para R$ 4,69. No posto Menor Preço, que fica na Avenida Anita Garibaldi, o valor passou de R$ 3,90 para R$ 4,66. Já no posto Shell, no Rio Vermelho, de R$ 3,89, o valor subiu para R$ 4,68, uma diferença de R$ 0,79, a maior entre os três locais.>
O reajuste nas bombas dos postos da capital baiana segue-se a dois cortes consecutivos, aplicados pela Petrobras no preço da gasolina e um no do diesel, nas refinarias, no mês passado. A justificativa para os aumentos para o consumidor final, segundo os gerentes dos postos e o Sindicato do Comércio de Combustíveis da Bahia (Sindicombustíveis), é a recuperação nas vendas com o fim do período de restrições mais rigorosas para o isolamento social. >
O secretário executivo do Sindicombustíveis, Marcelo Travassos, diz que o valor nas bombas não tem uma relação direta com a política de preços da Petrobras. “O que mais determina os preços praticados nos mercados são os fatores conjunturais, que se resumem, basicamente, na relação entre oferta e demanda”, explica. >
Travassos avalia que o momento é de recuperação. Segundo ele, já foi possível registrar em outubro a marca de aproximadamente 80% do volume de vendas regular. Em abril deste ano, mês de maior redução na procura, as vendas sofreram uma queda de cerca de 70%.>
“De março a setembro, tivemos uma redução significativa na demanda de combustíveis em função do isolamento social e isso faz com que o agente econômico busque atrair o consumidor com a redução dos preços. Com o equilíbrio na oferta e demanda, mesmo ainda estando abaixo dos números de 2019, os postos também buscam reequilibrar suas contas”, completa.>
Segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada, ontem, pelo IBGE as vendas de combustíveis, na Bahia, registaram uma queda de 9,2% de janeiro a setembro deste ano, na comparação com igual período do ano passado. >
O gerente do posto Shell, Astrogildo Monteiro, confirma que o aumento acompanhou o retorno da movimentação regular nas ruas. “No início da pandemia, os postos ficaram com movimento fraco. Nós reduzimos os preços e agora estamos aumentando para compensar”, diz. Ele conta que as vendas estão se recuperando desde setembro e que março e abril foram os meses que mais sofreram impacto. >
A consumidora Tarsila Lima, 36, não percebeu redução significativa ao longo de 2020. “Sempre que eu venho abastecer, tomo um susto. Toda vez noto um aumento e isso impacta bastante no final do mês”, diz. >
Cenário nacional De acordo com o Índice de Preços Ticket Log (IPTL), divulgado no dia 28 do último mês, a gasolina registrou aumento de 0,94% em outubro em comparação com setembro, continuando uma tendência de alta verificada desde o mês de maio. Atualmente, o valor médio do combustível vendido nos postos do Brasil é de R$ 4,59.>
O pico na média de preços ocorreu em janeiro, quando alcançou R$ 4,72, e o valor mais baixo, R$ 4, foi apresentado em maio.>
Neste cenário, a Bahia ocupa o 19º lugar na lista de preços mais elevados da gasolina entre os 26 estados e o Distrito Federal. O dado é da tabela de preços médios ponderados de referência dos combustíveis, divulgada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) no dia 26 de outubro. De acordo com a tabela, na Bahia, o preço médio da gasolina comum estava em R$ 4,40. >
*Com orientação do subeditor Geraldo Bastos>