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Bruno Wendel
Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 10:46
- Atualizado há 2 anos
Ainda era de madrugada quando pelo menos seis policiais do Comando de Operações Especiais (COE) invadiram três apartamentos do Flat Jardim de Alah na Avenida Octávio Magabeira, na Praia de Jardim de Alah, em Salvador. O alvo da megaoperação, que envolveu várias unidades da Secretaria da Segurança Publica da Bahia (SSP-BA), era o traficante João Teixeira Leal, o Jão de Pirajá, baleado no apartamento 328.
A SSP-BA informou, por volta das 10h30, que horas depois de ser baleado Jão morreu em um hospital de Salvador que não teve o nome divulgado. (Foto: Reprodução) Apesar de o administrador do flat, de prenome Marcos, negar, o CORREIO apurou com os frequentadores do edifício de 142 apartamentos que era por volta das 4h quando unidades do COE ocuparam o estacionamento que fica defronte ao flat.
Em seguida, um grupo de policiais cercou todo o flat e, apesar de 4h, a movimentação dos agentes e o barulho das viaturas acordaram alguns moradores. A ação chamou a atenção de funcionários e de quem passava na orla. "Parecia uma coisa de cinema. Nunca vi aquilo. Eles estavam todos de preto, com armas na mão e pareciam procurar por alguém" disse um frequentador do flat.
Pelos menos seis policiais começaram a invadir os quartos no primeiro andar. "Eles arrombaram dois apartrmentos, mas estavam vazios", contou a fonte.
Já no terceiro andar, os policiais invadiram o apartamento 328, onde Jão de Pirajá estava com uma mulher hospedado há cerca de quatro meses. "Eles conversam com ele (Jão de Pirajá). Dava para ouvir que conversavam e instantes depois ouvi quatro tiros. Não acredito que alguém cometeria o suicídio de reagir a tantos policiais. A mulher eu sei que foi presa", complementou a fonte antes de encerrar a entrevista.
Na manhã desta terça-feira (17) , funcionários do flat trabalhavam no conserto das portas arrombadas e na reforma de danos deixados durante a ação policial. "Estamos limpando tudo, resolvendo tudo. Tem muito estrago", disse um funcionário que não quis se identificar.
Jão de Pirajá e a mulher eram discretos e não chamavam a atenção. "Era 'bom dia', 'boa tarde' e nada mais. Saíam pela manhã e só voltavam à noite. Ele era gente fina, não era de confusão. Ficamos até surpresos com isso", declarou um frequentador do flat.
A fonte disse ao CORREIO que Jão de Pirajá não era de ostentação no flat. "Andava sempre simples, nada de esbanjar riqueza", disse.
"Jão de Pirajá usava tornozeleira eletrônica, cumprindo pena em liberdade, e permanecia controlando tráfico de drogas, roubos a bancos, determinando homicídios, entre outras ações delituosas. No momento do cumprimento do mandado de prisão ele reagiu atirando e terminou ferido. Jão de Pirajá foi socorrido para unidade médica para receber atendimento", destacou a SSP-BA.
Conhecido como líder do Bonde do Maluco em Pirajá, Jão havia sido preso em setembro de 2014, em um sítio na cidade de Amélia Rodrigues, com R$ 20 mil em espécie e um tablete de maconha. À época, o traficante respondia a 13 processos por tráfico de drogas e homicídios e tinha um mandado de prisão em aberto.