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Da Redação
Publicado em 20 de março de 2023 às 21:53
- Atualizado há 2 anos
O grupo de pesquisa Estudo Epidemiológico sobre Saúde e Trabalho (EpisSAT Entregadores), da Universidade Federal da Bahia (Ufba), está mobilizando uma campanha nas redes sociais a favor da implementação da Faixa Azul, de uso exclusivo dos motociclistas. A ideia, que já é praticada em três vias da capital de São Paulo, é de organizar o espaço das vias que é dividido por motoristas e motociclistas, o que ajuda a reduzir os conflitos no trânsito e facilita a passagem de quem pilota moto nos dias de congestionamento.
Segundo dados compilados pela equipe da pesquisa, a maior parte dos motociclistas vítimas de acidentes de trânsito é encontrada em situação de vulnerabilidade social. São, em geral, jovens, do sexo masculino, negros e com baixa escolaridade. Ainda há destaque para a elevada proporção de jovens e pretos ou pardos entre os óbitos. Normalmente, os acidentes ocorrem durante o trabalho, visto que muitos exercem a função de entregadores de aplicativos.
Rita Fernandes, professora da Faculdade de Medicina da Ufba e coordenadora do EpisSAT Entregadores, encara os acidentes de entregadores no trânsito como acidentes de trabalho. Para ela, a implementação da Faixa Azul é uma das principais medidas para a redução desses casos.
“A morte desses trabalhadores precisa urgentemente de uma intervenção com políticas públicas e atividades intersetoriais. Temos que contatar profissionais da Engenharia para pensar quais são as vias nas quais a implantação da Faixa Azul pode ter grande resposta. Queremos espalhar isso e trazer esse debate para cá e envolver vários setores. Vemos essa como uma grande alternativa para a proteção da vida no trabalho", afirmou.
Em vídeo publicado nas redes sociais, a equipe de pesquisa reúne imagens do Sindicato de Motociclistas de São Paulo, onde a Faixa Azul já reduziu o número de acidentes no trânsito. “A chamada Faixa Azul deveria ter em todas as capitais, [para que] o entregador possa transitar com segurança nas grandes cidades”, opina Marcelo Barbosa, presidente do Sindicato dos Motociclistas, Motoboys e Mototaxistas do Estado da Bahia (Sindimoto-BA).