O núcleo do Carnaval: foliões aprovam circuito do Campo Grande

Pipocas, palcos alternativos e diversidade de atrações - mais de 300 - chamaram o público

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  • Wendel de Novais

Publicado em 23 de fevereiro de 2023 às 05:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Paula Fróes/ CORREIO

"Virei rato do Centro. Fui na Barra quinta e sexta-feira, mas voltei no meio da noite para a avenida. De sábado para frente, só fiquei por aqui mesmo", conta Thiago Assunção, 35 anos, um entre milhares de foliões que ficaram na região histórica de Salvador durante os seis dias de Carnaval.

Seja na Praça Castro Alves, no Espaço Cultural da Barroquinha ou na Praça Municipal, quando se falou do Centro na folia, duas coisas não faltaram: público e atração. Dois componentes indispensáveis para despertar de vez a festa em um lugar onde ela andava, há tempos, adormecida.

"Eu amo o Carnaval do Centro, mas antes parecia largado. Isso me afastou por um tempo. Quando vi a grade de atrações que tinha aqui, fiz morada. É assim que tem de ser sempre. Se tem artista, tem gente e a festa aqui não morre", fala Marcela Pereira, 45, que ficou todos os dias na folia central.

A fala da soteropolitana tem todo sentido se consideramos os números de atrações que passaram por lá. De acordo com a Prefeitura de Salvador, o circuito Osmar, que abrange o trecho, recebeu 346 atrações contra as 181 do circuito Dodô, na Barra/Ondina. Ou seja, quase o dobro. 

Bruno Reis comemorou o despertar do percurso mais tradicional da cidade e a garantia da permanência dele.  “Acabamos com especulações de qual seria o futuro desse circuito e foram dadas as respostas durante todos os dias, em especial entre domingo até terça”, reforçou.  

Ao todo, foram 512 atrações nos palcos temáticos. Não há, porém, um número que defina quantas foram no Centro, que concentrou a maioria. "Nós estamos fortalecendo mais o Centro. Vamos trazer mais novidades, mais conteúdo. Quem viu as imagens aqui durante esse período lembrou o passado", disse Reis em coletiva.

Quem fez coro por esse fortalecimento foi o governador Jerônimo Rodrigues. Apesar de reconhecer a gestão municipal como responsável pela festa, ele disse que vai atuar conjuntamente para fazer a sua parte. "Já pedi para minha equipe que avalie como a gente pode fortalecer o circuito do Campo Grande. Próximo ano queremos fazer de uma forma combinada e garantir uma programação mais extensa", diz Jerônimo.

Tudo para ampliar uma programação que já foi recheada de artistas e apresentações. Os palcos na Praça Castro Alves, na Praça Municipal ou no Espaço Cultural da Barroquinha garantiram muita música para quem passava e ficava por lá. No projeto 'Donas do Som', teve Larissa Luz, Márcia Castro, Karol Conká, Sued Nunes e Melly. Os Gilsons em palco montado em frente ao Cine Glauber Rocha (Foto: Paula Fróes/ CORREIO) No Palco Brisa, na Barroquinha, teve Pedro Pondé, Ju Moraes, Afrocidade, Vandal, Nêssa e muitos outros artistas. No After da Batekoo, que rolou todos os dias a partir do dia 17, teve Afrobapho, Freshprincedabahia, Tícia, Deise Tigrona e Mu540. Na Praça Municipal, rolou Majur, Diamba e Sistema Pagotrap.

Uma programação que conquistou e reteve foliões para o que havia nos trios elétricos que desciam a Avenida Sete. A multidão que se formou por lá agradou quem se apresentou, como Daniela Mercury, que passou na Castro Alves com seu trio por duas vezes. 

A artista diz que não é preciso abandonar a Barra, mas o centro precisa ser reocupado. "No meu desfile de terça, o circuito do Campo Grande estava lotado. Tinha um mar de gente me acompanhando, uma coisa linda. Meu trio esse ano me possibilitou ficar próxima do público, tocar nas pessoas, sentir esse calor", lembra.

"E na terça eu fiz boa parte do circuito lado a lado com as pessoas. Foi muito especial. O Carnaval do Centro é o máximo", afirma a a cantora.