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Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2021 às 05:00
- Atualizado há um ano
Apesar da pandemia de covid, a incorporadora pernambucana Moura Dubeux tem motivos de sobra para comemorar os resultados de 2020. A companhia alcançou, no ano passado, R$ 710 milhões em vendas líquidas - 25% a mais em relação a 2019. Em Salvador, as vendas líquidas chegaram a R$ 125 milhões no último ano.
Em 2020, na capital baiana, a empresa lançou três empreendimentos, somando 305 apartamentos, com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 234 milhões, o que representa um aumento de 5% em relação a 2019. .
A incorporadora atua em cinco estados nordestinos: Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas. Somando os locais, a Moura Dubeux fez 10 lançamentos no último ano com um total de 1.268 apartamentos (o número de unidades lançadas foi 112,4% superior ao de 2019) e um VGV de R$ 791,17 milhões. Foi registrado um aumento de 107,1% no VGV sobre os R$ 382,02 milhões dos quatro empreendimentos lançados em 2019.
O CEO da empresa, Diego Villar, considera os números positivos dado o grave cenário econômico provocado pela Covid-19, que, entretanto, pontua que ainda mais vendas poderiam ter sido feitas caso a pandemia não tivesse provocado uma crise econômica. Para ele, a incorporadora lançou mais produtos que no ano anterior mesmo em meio a uma pandemia por acreditar no Nordeste e na economia.
Gerente regional da Moura Dubeux para a Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, Fernando Amorim explica o movimento do mercado: “O setor imobiliário passou por uma crise forte entre 2015 e 2019. Pensamos que 2020 seria um ano maravilhoso, mas a pandemia chegou nos dando um banho de água fria no primeiro semestre. Apesar disso, o segundo semestre do ano passado foi espetacular”.
Um comnjunto de fatores permitiu que o setor emergisse da crise. O aumento do tempo passado em casa devido ao isolamento social instigou o desejo dos clientes de se mudar para uma casa mais adequada a sua realidade, o que Amorim caracteriza como uma valorização do imóvel.
A queda na taxa de juros e a maior facilidade para se conseguir um financiamento também pesaram na escolha para comprar um imóvel novo. O baixo estoque no mercado pela redução dos lançamentos no Brasil também impulsionaram a demanda. CEO e diretor regional da Moura Dubeux apresentaram balanço de 2020 da incorporadora nesta quinta-feira (28) (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) A Moura Dubeux estava preparada para esse momento de fortalecimento do setor, por isso, conseguiu aproveitar a alta. “Acreditamos no Nordeste, mesmo com a crise, quando a Selic chegou a 14,25%, nós continuamos nas cidades. Isso, com a abertura de capital, permitiu que a nossa empresa estivesse bem posicionada para oferecer os produtos. Em Salvador, por exemplo, já tínhamos apresentado alguns empreendimentos, como a Mansão Bahiano de Tênis”, pontua Villar.
Com bases em pesquisas, a incorporadora consegue se adaptar às novas vontades dos clientes, que passaram a ter algumas prioridades devido à pandemia. No novo lançamento da empresa, o Mirat Martins de Sá, um edifício de alto padrão no Horto Florestal, foi feita a integração da sala, varanda e cozinha visando as famílias que queriam mais espaço para passar um tempo junto.
“Percebemos algumas mudanças ligadas à pandemia. Existe uma vontade das pessoas interagirem mais dentro de casa, em ter mais espaço para conviver. Por isso, temos um local com quase 100 m² para isso no apartamento no Horto Florestal”, afirma o Gerente Comercial da Bahia, Lucas Pithon.
O empreendimento possui um pavimento inteiro dedicado ao wellness com academia, sala multiuso, terraço funcional além das salas de massagem e jacuzzi que estão em outro pavimento dedicado ao bem-estar.
Esse é um dos últimos três empreendimentos que começaram a ser comercializados pela Moura Dubeux no final de 2020 e terão campanhas de lançamento neste começo de ano. Além do Mirat Martins de Sá, ainda foram introduzidos no mercado o Olhar Caminho das Árvores, de alto padrão, e o Orquidário, no Parque Bela Vista, de médio padrão.
Para atender os novos desejos dos consumidores, a incorporadora também pensa no conforto para o PET, com espaços para tratamentos, espaço delivery e guarda volume para colocar as entregas. A possibilidade de um local para home office é outra preocupação da empresa.
As novas funcionalidades dos empreendimentos da Moura Dubeux para se adaptar ao novo estilo de vida dos soteropolitanos surpreenderam o Diretor-Presidente da Rede Bahia, Paulo Cesena, que estava presente na coletiva nesta quinta-feira (28) na qual os dados foram apresentados.
“É importante a gente apoiar o desenvolvimento do setor imobiliário em Salvador e na Bahia, em um momento muito importante onde novos empreendimentos são lançados, onde tem redução da taxa de juros e consequentemente a maior chance das famílias poderem ter acesso a imóveis novos. Também me surpreendeu a diversidade dos empreendimentos e o plano de crescimento da empresa”, afirma Cesena. Empreendimento de alto padrão no Horto, Mirat Martins de Sá possui um pavimento inteiro dedicado ao wellness (Foto: Divulgação/Moura Dubeux) O primeiro residencial do Nordeste com certificação Aqua-HQE, o que significa maior economia de recursos, é a Mansão Bahiano de Tênis, bairro da Graça, um empreendimento da Moura Dubeux. Villar garante que a empresa sempre teve a inovação dentre suas prioridades, então era natural investir em sustentabilidade e tecnologia embarcada.
“Apresentar produtos que sigam tendência à frente da concorrência nos norteia, nos é demandado e é esperado pelos clientes. A empresa abriu um comitê recentemente com a preocupação de sustentabilidade e inovação, mas com governança e meio ambiente também. Nossos produtos têm que refletir isso, não só quando estão prontos, mas também na fase da entrega”, explica o CEO da incorporadora.
Previsões para 2021 A vacinação contra o coronavírus no Brasil e um futuro controle da pandemia são alguns fatores que fazem a empresa ser otimista para 2021, aponta Villar. A manutenção da taxa de juros a níveis baixos também aponta para um ano positivo.
“O governo ainda abre uma janela com a pauta da reforma fiscal, o que ajuda a melhorar as contas públicas e a economia. O mercado imobiliário deve continuar a ser fomentado. Considerando que não vai ter lockdown, o problema das variantes do vírus será resolvido com a vacina e a reforma fiscal, não tem como não ficar otimista com o Brasil e não investir no Nordeste”, analisa o CEO.
Segundo Amorim, a previsão é que mais de mil empregos diretos sejam gerados nos canteiros de obra da empresa em Salvador em 2021. Nos últimos 10 anos, a incorporadora investiu mais de R$ 1 bilhão na capital baiana. Nacionalmente, o investimento ultrapassou a marca dos R$ 6 bilhões no mesmo período e ainda ocorreu a geração de 6.300 empregos diretos por ano - esse número aumenta em mais de quatro vezes se levada em conta toda a cadeia produtiva.
O bom relacionamento com as prefeituras locais também é importante para a empresa, que tem a preocupação de fazer um empreendimento bom para a cidade e a vizinhança. Em Salvador, o alinhamento não poderia ser melhor.
“A prefeitura de Salvador é a mais ágil e eficiente em termos de velocidade e atenção. Quando é não é não e quando é sim, é sim. Não fica deixando a empresa em dúvida. Se um terreno não puder ser usado, partimos para outro. Queremos fazer o empreendimento em um terreno que seja bom para cidade e trazer um projeto que agregue. Essa parceria está em primeiro plano para a gente”, comenta Amorim.
A incorporadora diz ser uma empresa nordestina e é na região que ela deve continuar, como explica Villar: “com a soma das cidades que atuamos, temos um mercado imobiliário que é metade da cidade de São Paulo, o principal mercado imobiliário do Brasil. Aqui na região, temos um nível de concorrência bem abaixo [na comparação com São Paulo]. Não faz sentido para a empresa estar em um mercado como o da capital paulista. Queremos aumentar o profissionalismo e investir no Nordeste, que é a região que entendemos e queremos desenvolver”. O CEO explica ainda que é mais fácil entender a demanda dos consumidores do Nordeste pela maior semelhança entre os locais e, assim, oferecer um produto mais adequado.
Em fevereiro de 2020, a incorporadora abriu o capital passando a integrar o novo mercado da B3. Para Villar, esse processo dá mais segurança aos clientes e permite comprar terrenos melhores.
“Ter ações negociadas na bolsa e no mais alto nível, o novo mercado, permite transparência, qualidade de auditoria independente e externa, uma comunicação com clientes e fornecedores, agentes públicos e sociedade nos mais altos níveis de exigência. O cliente pode ter acesso aos números e informações da empresa no nosso site. A transparência é muito singular quando se compra um produto que passa da planta até a entrega de 3 a 5 anos. É preciso saber como vai a incorporadora que faz a obra para não ter frustrações de não receber o ativo imobiliário”, explica o CEO da Moura Dubeux.
*Com a orientação da subchefe de reportagem Monique Lobo