Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Gil Santos
Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 19:38
- Atualizado há 2 anos
Muitas coisas podem ser encontradas no fundo do mar, mas quem diria que até um abadá fizesse parte do cenário. Na manhã desta quarta-feira de cinza, 26 voluntários do Projeto Fundo Limpo entraram no mar da Barra e retiraram 48 kg de lixo. Plástico e latinhas de cerveja e refrigerante lideraram o ranking de objetos apreendidos, mas houve também muitas peças de roupa, palitos de picolé, espetinhos de queijo e até abadás.
O projeto é desenvolvido pela Escola e Operadora de Mergulho Galeão Sacramento, desde 1994, e acontece quatro vezes por ano. Segundo o coordenador geral, Bruno Souza, o objetivo é proteger o meio ambiente e estimular as pessoas a se tornarem mais conscientes. A ação foi desenvolvida entre o Porto e o Farol da Barra.
"Apesar das correntes marítimas, o material que encontramos é típico do carnaval, ou seja, daquela região. Visualmente, percebemos que a quantidade de lixo é menor que a do ano passado, mas ainda tem muita coisa sendo descartada de forma indevida", afirmou. Pneu encontrado pelos mergulhadores (Foto: divulgação) Bruno acredita que o fato dos banheiros químicos terem sido colocados ao longo da balaustrada e de o morro do Farol da Barra ter sido fechado por tapumes dificultou o descarte irresponsável do lixo.
A ação começou por volta das 9h30 e durou até às 12h. Parte do material apreendido foi entregue para cooperativas de reciclagem e o restante para a prefeitura. Esse mesmo mergulho ecológico foi feito uma semana antes do carnaval, quando foram retirados 282 kg de produtos. Latas descartadas no mar (Foto: Divulgação) Em 2017, foram 411 kg de lixo recolhidos dias antes da festa e outros 936 kg logo após a folia. O Projeto Fundo Limpo realiza uma terceira edição entre os meses de julho e julho, e a última em setembro.
"Os voluntários passam por treinamento durante quatro fins de semana, e são distribuídos pelas praias de acordo com o perfil, por exemplo: quem tem resistência física menos fica no Porto, onde a maré é mais tranquila, quem já é mais resistente fica no Farol. Ano passado foram 56 voluntários. Esse ano tivemos menos gente e ficamos menos tempo no mar, por isso, a quantidade de material encontrado foi bem menor que em 2017", contou Bruno.
Para participar do projeto é preciso ficar atento às redes sociais do Fundo Limpo, onde o edital de inscrição é publicado, sempre cerca de um mês antes da ação acontecer.