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Thais Borges
Publicado em 12 de outubro de 2018 às 17:52
- Atualizado há 2 anos
A partir do dia 19 de novembro, Salvador vai perder o seu maior hotel em atividade. Quase três anos após o fechamento do Hotel Pestana, agora é o Bahia Othon Palace Hotel, localizado na orla de Ondina, que deve encerrar o funcionamento na cidade.>
De acordo com o presidente da Salvador Destination, Roberto Duran, a decisão do conselho diretor do estabelecimento é de manter as portas abertas até o dia 18 do mês que vem. Ainda segundo ele, a entidade tomou conhecimento do fechamento há aproximadamente uma semana. “Estávamos vendo se conseguíamos reverter. Os funcionários ainda vão ser comunicados na próxima sexta-feira”, explicou Duran, por telefone, ao CORREIO.Ele atribui a decisão à falta de investimento no turismo brasileiro – principalmente, na divulgação dos principais destinos do país, a exemplo de Salvador. “Isso foi causado pela crise, pela falta de investimento do governo federal e do governo estadual, que não veem o turismo como prioridade. O pouco que foi feito por Salvador não conseguiu reverter por completo”.>
Ainda conforme o presidente da Salvador Destination (associação de empresas locais que tem como missão promover e divulgar a cidade no segmento de eventos nacionais e internacionais), entre 190 e 200 funcionários trabalham diretamente no Bahia Othon Palace, que conta com 284 apartamentos. Foto: Evandro Veiga/Arquivo CORREIO Menos um centro de convenções Além do prejuízo com a perda de mais um hotel, o presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (Febha), Silvio Pessoa, destaca que a capital baiana deixa de ter mais um centro de convenções.>
Agora, são considerados grandes centros de convenções apenas os dos hotéis Fiesta, no Itaigara, e Gran Hotel Stella Maris, em Stella Maris.“Ele (Othon) tinha um centro de convenções para até três mil pessoas. Isso vai fazer uma falta enorme para a cidade de Salvador. É uma péssima notícia”, afirma.Na avaliação de Pessoa, o fim das atividades do Othon também está relacionada ao grande incentivo para a construção de hotéis nos anos que antecederam a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Para ele, não houve estudos de viabilidade econômica.>
“Além disso, não tem promoção no exterior. A Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) tem apenas 17 milhões de dólares para promover o turismo brasileiro no exterior por ano, enquanto o México tem US$ 470 milhões e o Peru investe US$ 70 milhões. Ou seja, nós não investimos no turismo porque não é prioridade para a Bahia, para Salvador, para o Nordeste”, critica.>
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Todo mundo no vermelho Segundo Roberto Duran, dos 404 hotéis de Salvador, pelo menos 401 vêm operando no vermelho há quatro anos. O presidente da Salvador Destination preferiu não revelar quais são os estabelecimentos que não vêm tendo prejuízo.>
“Ou seja, eles estão pagando para manter as portas abertas. Houve uma melhora no segundo semestre de 2017 e no início deste ano, mas ainda não foi suficiente. Por isso, esperamos não ter nenhuma outra surpresa”, conclui.>