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Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2020 às 07:29
- Atualizado há 2 anos
Duas crianças de 3 anos foram vítimas de racismo dentro de uma estação de metrô em Salvador. A denúncia foi feita pela mãe das meninas, a técnica em metalúrgica Sandra Weydee, de 37 anos. O caso aconteceu no sábado (25), por volta das 18h30, na estação Rodoviária quando, segundo a mãe das meninas, um segurança chamou as meninas de "bucha 1 e bucha 2", em referência a lã de aço, usada para lavar pratos.
"A gente [mãe e filhas] estava no Iguatemi passeando e ia voltar para casa. Tinha três seguranças, dois negros e um branco, próximos da catraca. O branco estava de costas, quando ele virou e viu minhas filhas, ele gritou: 'Misericórdia' e eu fiquei sem entender. Aí ele completou: 'Bucha 1 e Bucha 2", disse Sandra em entrevista à TV Bahia.
A mulher disse que as meninas começaram a perguntar o que era "bucha". "Elas começaram a me perguntar o que era 'bucha' e porque ele estava chamando elas assim. Uma delas é mais 'para frente' e disse para a outra: 'Ele estava falando do nosso cabelo'", lembrou a mãe das meninas que ficou sem reação após ouvir o ato de racismo e decidiu entrar no vagão do metrô, mas depois mudou de ideia e voltou para procurar o segurança. O agressor não estava mais no local, mas outro segurança falou que era 'brincadeira'.
O caso ainda não foi registrado na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca) por causa da paralisação de 48 horas, dos policiais civis.
Em nota, a CCR Metrô Bahia, responsável pelo metrô, informou que "repudia atitudes racistas ou discriminatórias e está apurando o caso citado pela cliente. A concessionária ressalta ainda que respeita e valoriza a pluralidade da Bahia e reforça o seu compromisso com a promoção da igualdade étnico-racial e de gênero".