Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2023 às 19:37
- Atualizado há 2 anos
O rapaz agredido junto com a companheira por seguranças da unidade do Carrefour, que funciona como Big Bompreço, em Salvador, registrou queixa na 12ª Delegacia Territorial de Itapuã nesta quinta-feira (11). O caso aconteceu na sexta-feira (5), após o casal ser acusado de furtar pacotes de leite, alegando que eram para alimentar um filho. Há dois anos, outro homem negro foi espancado até a morte em um supermercado da empresa, em Porto Alegre. >
O jovem, de 19 anos, compareceu à delegacia acompanhado do advogado Walisson Pereira, por volta das 15h30. Em seu depoimento, ele contou ter sido ameaçado de morte pelos seguranças e que eles disseram ser pagos para matar as pessoas que furtam no supermercado. Ainda segundo o rapaz, os funcionários garantiram que só não cumpririam o que disseram porque toda ação foi vista e filmada por outras pessoas. >
Sete seguranças teriam se aproximado do casal quando eles chegaram no estacionamento do supermercado. Seis estavam sem uniforme e, entre eles, um era mais agressivo que os outros. O rapaz identificou alguns deles como Da Paz, Lázaro, Gilson e Lucas. Além de terem sido agredidos e humilhados no estacionamento, o casal foi levado para um local dentro do estabelecimento, onde foram mais agredidos, antes de serem liberados.>
O estado de saúde da mulher não foi informado no depoimento, mas segundo o jovem, ele está com uma marca na perna em decorrência de um golpe com uma barra de ferro. Ele também afirma ter recebido murros na cabeça, costela, chutes e arranhões no mesmo. Além disso, foi chamado de “viado”, “preto”, xingado e questionado se “já viu preto usar tatuagem”. Após o ocorrido, o casal mudou de bairro.>
De acordo com o advogado do jovem, Walisson Pereira, a rede Carrefour afirma que os sete seguranças envolvidos na agressão não são funcionários da empresa, o que é desmentido pela defesa. Segundo Walisson, eles são de uma empresa terceirizada. Apenas um deles não é contratado pela empresa de segurança que presta serviços ao supermercado. “O delegado já entende o caso como tortura”, afirmou o advogado.>
Em nota, a rede Carrefour reforçou que desde que tomou conhecimento do caso registrou a ocorrência de agressão e lesão corporal, desligou a liderança e a equipe de prevenção da loja e rescindiu o contrato com a empresa responsável pela segurança da área externa. "Confiamos nas autoridades para que os envolvidos neste crime sejam punidos", finalizou o texto.>
>