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Wendel de Novais
Publicado em 24 de agosto de 2022 às 13:53
- Atualizado há 2 anos
O relógio ainda nem marcava 7h quando uma funcionária de um condomínio no Campo Grande, que chegava para iniciar seu turno de trabalho, foi vítima de um assalto à mão armada. O crime aconteceu na manhã da última terça-feira (23), no Edifício Pedra D'ara, que fica na Rua Banco dos Ingleses.
Ela já estava dentro da guarita do prédio quando o suspeito invadiu o local, antes que o portão se fechasse, rendeu a funcionária e levou a bolsa que ela carregava. Tudo aconteceu em questão de segundos.
A reportagem foi até o local, mas a funcionária não quis falar sobre o assunto. Procurado, o síndico do condomínio não estava no local. Em conversa com a reportagem, um dos porteiros afirmou que a situação aconteceu sem que alguém pudesse intervir para ajudar.
Moradora de um condomínio vizinho ao prédio em que o assalto aconteceu, a administradora Paula Cardoso, 33 anos, afirma que episódios do tipo não acontecem sempre na sua rua, mas são constantes na região. Ela conta que soube do assalto de ontem por aplicativo de mensagens.
"Eu soube o que aconteceu, me mandaram no celular. Aqui na rua em si não é comum. Porém, na região, eu não me sinto segura. Inclusive, fui assaltada no Campo Grande há dois meses no ponto de ônibus por um rapaz que estava em uma bike. Foi numa quinta-feira às 17h, ele chegou, apontou uma arma pra mim e levou meu celular. É um lugar onde isso se repete", fala Paula.
Casos se repetem Uma outra mulher que mora na Avenida Sete de Setembro contou que presenciou, recentemente, um outro assalto. "Um pouquinho depois do ponto, um senhor foi assaltado por três rapazes. Quando passaram por ele, um deles arrancou a correntinha do pescoço do homem e saíram andando. Eu fiquei paralisada, sem reação. E eles nem correram, seguiram andando de boa", lembra a moradora.
Segundo ela, o ponto de ônibus, que fica perto de uma barraca de revista no início do Corredor da Vitória, e o passeio público onde a estudante Cristal Pacheco, 15, foi morta há menos de um mês, são locais que frequentemente são palco para assaltos.
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O taxista Gilton Djalma Guimarães, 60, pondera que os furtos na região acontecem, mas que a insegurança não é exclusividade do bairro. "Não é sempre que acontece, são coisas pontuais e comuns a qualquer lugar. Vejo que a polícia faz o que pode, mas não consegue estar em todos lugares ao mesmo tempo" fala ele, que já presenciou dois assaltos na região recentemente.
Uma união de moradores, que enviou à reportagem uma nota em protesto pela situação, cobra resposta da Polícia Militar sobre o combate aos crimes na região e indica uma ausência de rondas policiais no local. "Por pouco, outro crime poderia ter acontecido, uma vez que não se toma uma posição definitiva com relação à retirada da Cracolândia instalada na Rua Banco dos Ingleses. [...] O policiamento da região desapareceu completamente e os roubos e assaltos voltam a acontecer, diariamente, à luz do dia", disse o grupo em comunicado.
Procurada, a PM afirmou, em nota, que não foi acionada para o atendimento do assalto à funcionária do Condomínio Pedra D'ara e ressaltou que há rondas diárias nas imediações.
"O policiamento na região do Campo Grande é realizado diariamente pelo 18º Batalhão com o emprego de viaturas (carros e motos), além do policiamento ostensivo a pé. Ainda na região, é posicionada uma base móvel em pontos estratégicos ampliando as ações ostensivas", informou a corporação.
Ainda segundo a PM, não há registros de assaltos constantes na região e informou que qualquer delito precisa ser denunciado de maneira imediata através do 190.