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Fogo simbólico do 2 de Julho chega em Pirajá e atrai multidão

Tocha chegou trazida pelo judoca José Roberto Araujo Santos

  • Foto do(a) author(a) Gil Santos
  • Gil Santos

Publicado em 1 de julho de 2018 às 17:09

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/ CORREIO

Quem passa pelo bairro de Pirajá hoje, com suas ruas urbanizadas, tem que fazer um esforço para imaginar que aquela região foi cenário de uma batalha sangrenta digna de sitcons épicas. Era madrugada do dia 8 de novembro quando tropas portuguesas e brasileiras se enfrentaram na batalha mais sangrenta da guerra pela independência na Bahia. Menina agita bandeirinha enquanto espera pela tocha (Foto: Almiro Lopes/ CORREIO) Não por acaso, o local foi escolhido para abrigar os restos mortais do comandante das tropas nacionais, General Pedro Labatut, e a pira que representa o 2 de Julho. Neste domingo (1º), a tocha que saiu de Cachoeira, cidade do Recôncavo onde teve início a resistência, chegou a Salvador.

O evento estava marcado para às 16h, mas 1h antes já havia movimentação no Largo de Pirajá. Moradores levaram bandeirinhas do Brasil, da Bahia e do 2 de Julho para agitarem no ar quando o fogo chegasse. Quando faltava 10 minutos para a cerimônia, uma chuva torrencial fez até poças d’água no local, mas ninguém arredou o pé. Estudantes fazem apresentação antes da cerimônia (Foto: Almiro Lopes/ CORREIO) Festa A fanfarra da Escola Municipal Professora Alexandrina Santos Pita, em Pirajá, foi responsável pelo hino ao Dois de Julho e por outras canções que animaram o público. Às 16h o tenente coronel do Exército Josevaldo Costa, deu início ao hasteamento da bandeira do Brasil. Chama chega ao Panteão do general Labatut (Foto: Almiro Lopes/ CORREIO) O vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis, foi responsável por hastear a bandeira do município e destacou a importância do evento para perpetuar os feitos históricos para as novas gerações.

 “Esse é o momento de a gente enaltecer os heróis da nossa história, da data magna da Bahia, que é o Dois de Julhos. Estamos homenageando o nosso passado e a nossa história, e fortalecendo os nossos valores. Isso é conhecimento, é cultura, e forma o cidadão do futuro. Nós estamos aqui para enaltecer nossa história, mas, principalmente, para transmitir nossos valores para gerações futuras”, disse. Vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis, participou da cerimônia (Foto: Almiro Lopes/ CORREIO) O prefeito de Simões Filho, Dinha Tolentino, foi responsável pelo levantamento da bandeira da Bahia. Ele também frisou a importância de se manter a tradição.

“Há 195 anos se travou uma batalha que cominou na independência da Bahia, então, é importante lembrar a coragem de homens, e principalmente, de mulheres que tiveram participação ativa no conflito, como Maria Quitéria, que proporcionou a independência da Bahia e consolidou a independência do Brasil”, afirmou. Judoca carrega o fogo (Foto: Almiro Lopes/ CORREIO) Cerimônia Às 16h05 o judoca José Roberto Araújo Santos chegou ao local carregando a tocha, sendo aplaudido por uma multidão, e entrou no Panteão onde estão os restos mortais de Labatut para acender a pira. Em seguida, foram depositadas flores em homenagem ao comandante e o evento foi encerrado com mais aplausos.

Para o casal Adriano Santana, 41 anos, e Jéssica Santana, 38, a festa lembra um momento de orgulho para todos os moradores de Pirajá e para o país. “Apesar de moramos um pouco distante, todos os anos a gente vem assistir e trazemos nossos filhos. Esse evento é uma aula de história a céu aberto”, contou Adriano que trabalha como professor.

A festa segue nesta segunda-feira (2), data da celebração da expulsão das tropas portuguesas de Salvador. Uma multidão fará o caminho da Lapinha até a Praça Municipal, pelo bairro da Liberdade, seguindo o mesmo trajeto que fizeram as tropas brasileiras durante a guerra, em 1823. Pira foi acesa após chegada do Fogo Simóblico (Foto: Gil Santos/CORREIO) Programação antecipada A partida do Brasil contra o México pelas oitavas de final da Copa do Mundo que acontece na próxima segunda-feira (2) vai alterar a programação da mais importante data cívica do estado: o Dois de Julho. 

A Fundação Gregório de Mattos (FGM), órgão da prefeitura municipal de Salvador, informou que por conta da possibilidade do jogo já havia feito modificações na programação. 

A principal delas é que o carro dos caboclos, que normalmente saem de dentro do barracão, este ano já estará etacionado do lado de fora, na pista principal,  para agilizar o fluxo do desflile.  Estrutura já está pronta para receber os caboclos no Campo Grande (Foto: Almiro Lopes/ CORREIO) A programação também foi antecipada em uma hora e, segundo estimativa da FGM, a previsão é de que todo o cortejo seja encerrado por volta de 10h30 - 30 minutos antes do início do jogo do Brasil. Normalmente, o cortejo terminaria por volta das 13h.

No dia 2 de julho o primeiro momento será a alvorada com queima de fogos na Lapinha, às 6h, abrindo a programação da data. Às 6h30, tem inicio a celebração religiosa do Te Deum que, este ano, vai homenagear a arquiteta e historiadora Socorro Martinez, autora do livro 2 de Julho: a Festa é História.

Às 7h30, acontece o hasteamento das bandeiras por autoridades, com a execução do Hino Nacional pela banda de música da Marinha do Brasil, com a presença do governador da Bahia, Rui Costa, do deputado estadual Ângelo Coronel - presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, do prefeito de Salvador ACM Neto e do presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), Eduardo Morais de Castro. Multidão acompanha evento em Pirajá (Foto: Almiro Lopes/ CORREIO) Em seguida, acontece a colocação de flores no monumento ao General Labatut pelo governador, prefeito, presidente da Assembleia, presidente da Câmara de Vereadores de Salvador e comandantes militares e, na sequência, os carros emblemáticos do Caboclo e da Cabocla serão entregues pelo presidente do IGHB, para que desfilem pelas ruas do bairro da Liberdade, Santo Antônio Além do Carmo, Pelourinho e Avenida Sete de Setembro em direção ao Largo Dois de Julho (Campo Grande). O cortejo cívico que acompanha os carros do caboclo e da cabocla sai da Lapinha e finaliza no Terreiro de Jesus. 

O 195º ano de comemorações do Dois de Julho terminará por volta das 17h, no Campo Grande, em ato simbólico de hasteamento das bandeiras do Brasil, Bahia e Salvador, colocação de coroas de flores no monumento ao 2 de julho pelas autoridades presentes e acendimento da Pira do Fogo Simbólico pelo pugilista Acelino Popó Freitas.