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Bruno Wendel
Publicado em 1 de fevereiro de 2020 às 15:22
- Atualizado há 2 anos
Fotos: Valter Pontes/Secom Antes era uma aflição. “A gente ficava na incerteza se ia ter ou não o presente. Era uma agonia da zorra! A organização de tudo era na semana da festa”, contou o pescador Luís Carlos Santos, da Colônia de Pescadores do Rio Vermelho, logo após o Prefeitura conceder o título Patrimônio Cultural de Salvador à Festa de Iemanjá, que acontece neste domingo (02).
“Agora nós pescadores vamos poder participar ativamente da organização junto com a Prefeitura. Poder planejar com bastante antecedência e evitar problemas, como a falta de recursos para os preparativos do dia. Antes, era uma pessoa só para decidir tudo”, disse Luís Carlos, na manhã deste sábado, logo após o prefeito ACM Neto assinar o documento durante ato solene foi realizado na Colônia de Pescadores Z1, no Rio Vermelho.
“A Festa de Iemanjá leva a imagem de Salvador para o Brasil e o mundo. Esse é um título extremamente justo, e o bacana é que esse evento acontece às vésperas da celebração, realizado amanhã (02), embelezando e enriquecendo ainda mais o Rio Vermelho e a primeira capital do Brasil”, afirmou ACM Neto.
Para o prefeito, o título de Patrimônio Cultural de Salvador à Festa de Iemanjá é mais um sinal de respeito à importância histórica da celebração. "A gente só constrói uma sociedade forte preservando a nossa história e projetando o futuro através da nossa sociedade. E fico muito feliz que a proposta de registro para que a Festa de Iemanjá se tornasse mais um patrimônio da cidade tenha partido da seccional baiana da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil", disse.
Preservação O prefeito lembrou que Salvador é capital da diversidade, e que a gestão municipal sabe estimular e respeitar o convívio com as diferenças, inclusive religiosas. "Nós respeitamos a fé de cada um. Esse momento aqui hoje é mais uma prova disso. Agora, com esse registro, a Festa de Iemanjá está preservada para todo o futuro”, disse o ACM Neto, que no final da solenidade juntou-se às baianas para um samba de roda. Prefeitura conceder o título Patrimônio Cultural de Salvador à Festa de Iemanjá (Foto: Valter Pontes/Secom) A partir de agora, a Fundação Gregório de Matos tem o compromisso de produzir um Plano de Salvaguarda. O documento será elaborado junto com os pescadores da colônia, visando a elaboração de conhecimento, fortalecimento e divulgação da festa. "Essa é a Prefeitura do diálogo, da parceria. Esse ato aqui hoje é de toda a sociedade. Trata-se de um dia histórico para Salvador, mais um proporcionado por essa gestão", declarou Fernando Guerreiro, presidente da FGM.
Registro O processo para tornar a Festa de Iemanjá Patrimônio Cultural de Salvador foi registrado em novembro de 2019, sob o nº 1002/2019, visando a inscrição da festa no Livro do Registro Especial dos Eventos e Celebrações da FGM. A notificação pública de abertura do processo, assinada pelo presidente da FGM, foi publicada no Diário Oficial do Município do dia 19 de novembro.
O pedido partiu da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Bahia (OAB-BA) e teve a declaração de anuência da Colônia de Pescadores Z1, responsável pela realização da festa. Para abertura do processo, a equipe técnica da Diretoria de Patrimônio e Humanidades consultou os pescadores do Rio Vermelho.
O registro é assegurado por meio da lei 8550/14 e constitui ações de valorização e reconhecimento da festa. Vale lembrar que o presente do Rio Vermelho, um cortejo realizado no meio do mar com várias embarcações que levam presentes e a imagem de Iemanjá, vem sendo promovido por pescadores desde a década de 1920 do século passado.