Familiares e amigos protestam por jovem morto no Curralinho: 'Era um rapaz de bem'

Bruno Lima foi morto a tiros na porta de casa. No ano passado, primo dele morreu no mesmo local

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  • Bruno Wendel

Publicado em 30 de janeiro de 2022 às 09:46

- Atualizado há um ano

. Crédito: Bruno Wendel/CORREIO

Familiares e amigos se reuniram na manhã deste domingo para pedir justiça pela morte do jovem Bruno Lima dos Santos, 26 anos. Ele foi morto a tiros, na porta de casa, na Estrada do Curralinho, na Boca do Rio.

Bruno avisou à mãe que estaria na porta de casa, conversando com um primo. Da janela de casa, a vendedora Cintia Silva Lima, 43,  testemunhou a morte do filho. "Ele estava de costas e não viu o carro chegar. Eram três homens. Dois deles desceram e começam a atirar contra Bruno sem nada dizerem. Na hora, gritei, mas os vizinhos mandaram eu entrar e entrei. Quando eles foram embora, fui atrás de Bruno, mas meu filho já estava morto a 15 metros de casa", contou. Bruno morreu a tiros na porta de casa. Mãe presenciou o crime (Foto: Acervo pessoal) Hoje completam nove dias do crime e, segundo Cintia, a polícia sequer tem pistas dos criminosos. "Meu filho não era traficante, não roubava. Era um rapaz de bem, de família e até agora a polícia não deu nenhuma resposta pra a gente. O que se comenta aqui no bairro é que a morte dele foi mais uma devido à guerra do tráfico, onde inocentes sequer podem ficar na porta de suas casas, pois correm o risco de morrer pelos simples prazer deles", disse ela. Em nota, a assessoria da Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e que a apuração do crime está em fase inicial.

O protesto é um pedido de justiça e também de segurança. "A delegacia daqui nunca tem delegado. O que pedimos é que se a Polícia Civil não tem como agir, que a Polícia Militar instale um módulo policial aqui no final de linha, pelo menos iria inibir esses bandidos", disse ela. O tio de Bruno, o agente de portaria Manoel Messias Santos Cardoso, 58, também falou da insegurança na Rua João Carlos Sacramento. "Antigamente, a gente amanhecia na porta de casa, jogava capoeira, mas agora temos que viver trancafiados com medo deles, que não perdoam ninguém", declarou.

Bruno era o filho único de Cintia. "O pai dele está com depressão e não sai da cama. Estou aqui hoje pela força do Espírito Santo. Eu estou aqui hoje porque não quero que outras mães passem pela mesma dor quando estamos passando. Esse ato não vai trazer meu filho de volta, mas quero Justiça!", desabafou.

Tragédia na família Em abril do ano passado, o chapista Vivaldo José dos Santos Neto, 23 anos, primo de Bruno, foi morto no mesmo local. Ele também estava na porta de casa quando um carro e uma moto chegaram ao local. Eles roubaram algumas pessoas e logo depois atiraram.

Por volta das 20h, um carro sandero de cor escura, com cinco homens, e uma moto, com mais dois bandidos, se aproximaram e pararam em frente às vítimas. Na época, o tio de Vivaldo, o também chapista Derivaldo dos Santos, 42, contou o que aconteceu.

“Alguns deles desceram do carro, rouparam os celulares do meu sobrinho e das outras pessoas [sete aparelhos] e, quando voltavam para o carro, atiraram. Não houve motivo. Não houve reação. Ninguém tinha corrido. Atiraram por maldade”, contou.

Vivaldo foi atingido na cabeça e no tórax. Ele não resistiu e morreu no local. A esposa dele, Cleilane Sousa, 23, recebeu uma bala no pé. O primo, Maurício Dias, 19, e o amigo Edilson Vitório, 22, também foram baleados. O tio, Marcelo Nascimento, 45, passava no momento do ataque e também foi atingido. Marcelo morreu no dia seguinte, deixando esposa e um filho de 2 anos.