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Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2019 às 17:16
- Atualizado há 2 anos
Bassuma é acusado de estuprar filha quando tinha 4 anos (Foto: Robson Mendes/Arquivo CORREIO) O ex-deputado federal Luis Carlos Bassuma (Avante) foi indiciado pela Polícia Civil da Bahia e denunciado pelo Ministério Público (MP-BA) por estupro de vulnerável. Ele é acusado de ter estuprado sua filha adotiva quando ela tinha 4 anos - hoje, a menina tem 5 anos.>
O ex-deputado federal também é julgado pela Justiça por violência doméstica. Sua ex-esposa, Ayla Maria Queiroz de Mello Bassuma, solicitou medida protetiva de urgência contra ele por conta do comportamento violento do ex-parlamentar, "além de problemas que estão sendo apurados com relação à filha menor". A criança foi adotada pelo casal em 2015. O ex-deputado tem outros três filhos com sua primeira esposa.>
"Em razão das providências tomadas pela requerente para resguardar a integridade de sua filha menor, passou a ser ameaçada pelo mesmo e sendo esta pessoa violenta, temendo pela sua vida, pois sempre irá proteger a filha, vem buscar, de maneira urgente, a tutela da justiça, evitando sofrer atos de violência e ter até mesmo sua vida cerceada", diz a inicial protocolada pelo advogado de Ayla em dezembro de 2017.>
Uma tentativa de agressão contra ela teria ocorrido em dezembro de 2017, quando um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (Deam) de Brotas.>
Na inicial à Justiça, o advogado de Ayla também pede providências quanto ao suposto estupro sofrido pela criança. "A pequena e inocente vítima conta com detalhes os fatos ocorridos e relatando com riqueza de detalhes, estando revestida de credibilidade, acompanhada de outros elementos confirmatórios, permitindo uma convicção idônea. No caso em tela, a vítima contou em juízo, detalhes do ocorrido antes e após a prática do ato delituoso", diz a inicial.>
A peça apresentada à Justiça também apresenta laudo de médicos e psicólogos que atestam a existência do crime e de abusos sofridos pela menor e indicam que a mãe tome providências cabíveis com órgãos oficiais.>
Ayla e Bassuma são casados civilmente desde 2014 e entraram com divórcio em 2016. A prática de abuso sexual teria ocorrido durante visitas da criança ao pai. >
Uma audiência para ouvir Ayla e decidir se ela ganhará a medida protetiva está marcada para o próximo dia 3 de junho.>
Ao CORREIO, Bassuma classificou a acusação como "terrível calúnia sem mencionar o outro e verdadeiro lado da história". Por meio de nota, o ex-parlamentar se defendeu. "Ayla, minha ex-esposa e mãe adotiva da criança, até hoje inconformada com o divórcio pedido por mim em função de seus desequilíbrios possessivos, procurou a imprensa e contou a versão que lhe foi conveniente, expondo a minha filha a mais uma grave humilhação e constragimento".>
Ele disse ainda que "as acusações são falsas e foram rechaçadas pela Delegacia de Abrantes e afastadas pelo Ministério Público do Estado da Bahia, em relatório detalhado de 24 laudas".>
Investigação O caso de estupro de vulnerável foi investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), que remeteu ao Ministério Público no dia 6 de maio, com indiciamento por estupro de vulnerável.>
A promotora Eliana Bloizi, do MP, ofereceu denúncia à Justiça na última sexta-feira (10). O processo corre em segredo de justiça na 1ª Vara de Feitos Relativos a Crimes contra Criança, por envolver pessoa vulnerável. >
Procurado, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) afirmou que o magistrado não pode se posicionar por conta do segredo de justiça.>
Bassuma entrou na política pela primeira vez em 1996, quando foi vereador de Salvador pelo PT. Dois anos depois, em 1998, foi eleito deputado estadual. No ano de 2002, elegeu-se deputado federal, sendo reeleito em 2006. No ano passado, Bassuma foi candidato a deputado federal, mas não conseguiu se eleger.>
Leia a nota de Bassuma na íntegra:"O SBT colocou no ar uma terrível calúnia, sem mencionar o outro e verdadeiro lado da história. Fui acusado de abusar sexualmente de minha pequena filha, Maria. A denunciante Ayla, minha ex-esposa e mãe adotiva da criança, até hoje inconformada com o divórcio pedido por mim em função de seus desequilíbrios possessivos, procurou a imprensa e contou a versão que lhe foi conveniente, expondo a minha filha Maria a mais uma grave humilhação e constragimento. >
Esqueceu de relatar que todas essas falsas acusações foram rechaçadas pela Delegacia de Abrantes, sob a atribuição da Dra. Daniele Monteiro. Esqueceu de relatar que todas essas falsas acusações foram afastadas pelo Ministério Público do Estado da Bahia, em relatório detalhado de 24 laudas. >
A Denunciante não mencionou que a Justiça i já arquivou a falsa denúncia. Tudo isso que agora vem à tona é fruto de um inconformismo irresponsável. Em um triste gesto de vingança, Ayla usa a própria filha, causando-lhe mais trauma e dor. Já fui completamente inocentado uma vez e tenho certeza que serei novamente. Essa "nova" acusação, na realidade, nada tem de novo. É um embuste, uma farsa, um crime. >
Crime contra minha honra, crime de tortura contra a pequena Maria. Tudo isso será apurado. Minha consciência sempre esteve e continuará em paz. Continuo confiante na Justiça Humana e principalmente na Justiça Divina. É preciso dar um basta nas falsas acusações. Estou afastado de minha filha há mais de 500 dias. A Vara de Família já determinou que eu retornasse ao convívio com minha filha. >
A "mãe", desde o ano passado, impede o convívio descumprindo 3 mandados de busca e apreensão. A "mãe" desde o ano passado se nega a apresentar a criança a uma perícia séria e isenta do SAOF do próprio Judiciário. A denunciante vem plantando na cabeça da infante mentiras, falsas histórias e grave alienação. Nessa história que a mídia lamentavelmente divulgou há sim crime. Mas crime de tortura, decorrente de intensa alienação parental, e crime de denunciação caluniosa. Quando Deus quiser a verdade será reestabelecida, minha filha será libertada e encontrará novamente a alegria e a paz".>