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Bruno Wendel
Publicado em 24 de outubro de 2017 às 15:36
- Atualizado há 2 anos
Um áudio enviado via aplicativo para um outro traficante foi a prova que levou à prisão preventiva de Julimar da Paixão Pereira, o Lenga, pela morte do transexual Thadeu Nascimento, 24 anos, o Têu Nascimento, em maio deste ano.
“Ele mandou um áudio para um comparsa explicando porque matou Thadeu”, declarou o delegado Alexandre Narita, da 1ª Delegacia de Homicídios, na manhã desta terça-feira (24), durante coletiva de apresentação de Lenga, preso no último domingo (22).
Segundo a polícia, Lenga foi o mandante do crime. “Ele disse no áudio que o rapaz (Têu) era informante da polícia - o que não era. Isso porque em algumas ações da polícia em um conjunto em Fazenda Grande II, Thadeu estava na janela usando o celular. Mas isso era porque o sinal onde morava era ruim. Apenas uma infeliz coincidência”, disse Alexandre Narita.
A prisão de Lenga foi divulgada com exclusividade pelo Me Salte, que vinha acompanhando as investigações nos últimos cinco meses. Lenga já responde por homicídio na 2ª Delegacia de Homicídios (DH).
Além de Lenga, o mandado de prisão expedido no dia 18 de outubro pelo juiz José Vilebaldo Freitas, do 1º Juízo da 2ª Vara do Tribunal do Júri, estende-se para Paulo Henrique Ângelo dos Santos, preso por roubo de um carro dois meses depois da morte de Thadeu, e os foragidos Evanildo Santos de Oliveira, o Nildo, Antônio Carlos Ribeiro Conceição, o Capenga, e Jonathas Crisley Oliveira dos Santos, o Jonas 3D. Um sexto envolvido no crime ainda não foi identificado.
Facção De acordo com as investigações, Lenga, que morava no Parque das Bromélia, em São Cristóvão, comandava o Bonde do Lenga (BDL) que a atua em Fazenda Grande II, onde morava – ele deixou o bairro depois que um irmão foi baleado pela polícia há um ano. “Uma extensão de uma organização criminosa”, disse o delegado Alexandre Narita fazendo referência à facção Bonde do Maluco (BDM).
O delegado disse que no dia em que o irmão de Lenga foi baleado, Thadeu estava na janela e desde então Lenga passou e desconfiar de que a vítima passava informações à polícia. “Então, Lenga planejou o crime de uma forma de que não fosse relacionado ao fato, o que não aconteceu”, declarou o delegado.
Crime Evanildo que tinhas ligação com o BDL, reforçou as informações de que Thadeu era informante. Então, Lenga ordenou a execução. No dia do crime, Jonathas abriu o portão de condomínio em Fazenda Grande II para Paulo Henrique e um homem ainda não identificado que invadiram a casa de Thadeu e o amarraram. “Incialmente houve a suspeita de que ele fora estuprado. Mas não foi encontrado nenhum registro de violência sexual pela perícia. Ele tinha o hábito de dormir nu", disse o delegado. A casa foi revirada pelos bandidos para simular um roubo.
Thadeu foi levado para o bairro de São Cristóvão, onde foi torturado e morto a tiros. Segundo a polícia, Paulo Henrique e o comparsa não identificado atiraram em Têu. Após o crime, Evanildo guardou a arma do crime e posteriormente devolveu ao seu dono, Lenga. (Foto: Divulgação) Família Na porta do DHPP, Jucilene Pereira, 26 anos, alegava que o irmão, Lenga, era inocente. “Ele trabalha como serralheiro. Ele nunca foi de se envolver nessas coisas. Tem uma filha de dois anos que está desesperada pelo pai”, declarou. Questionada sobre as acusações imputadas a Lenga, de chefe de tráfico e investigado em outro homicídio, Jucilene respondeu: “Vão ter que provar. A polícia costuma errar na maioria das vezes”.