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Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2019 às 16:17
- Atualizado há 2 anos
Considerado um dos símbolos mais importante da Independência do Brasil na Bahia, o Monumento ao Dois de Julho, na Praça do Campo Grande, será entregue após a restauração nesta sexta-feira (06), às 11h30. As obras de reparação duraram cerca de cinco meses e custaram R$ 829 mil.>
O trabalho de restauro foi executado pelo Studio Argolo Antiguidades e Restaurações. A última ação do tipo foi feita no monumento pela mesma empresa, entre 2002 e 2003. Coordenado pela FGM, o serviço contou com uma equipe especializada composta por 12 profissionais. >
O restauro envolveu a reposição de peças danificadas e furtadas, limpeza e pinturas, além da recuperação da pavimentação, dos postes e luminárias que cercam o monumento. “Tivemos de repor mais de 200 quilos de peças em bronze que foram roubadas. Só o remo que foi furtado, de uma das grandes figuras que representa o Rio São Francisco, pesa 57 quilos”, explica o restaurador à frente das intervenções, José Dirson Argolo.Rico em detalhes, o Monumento ao Dois de Julho possui diversos objetos ligados a um grande mastro. Argolo conta que foi preciso restituir uma quantidade expressiva de itens pertencentes aos animais que fazem parte da alegoria, a exemplo de águias, leões e jacarés.>
Também foram recolocados 600 letras da inscrição que compõe o monumento, além de peças de mármore, sobretudo, do mosaico que faz parte da pavimentação.>
Uma nova pintura foi feita nos oito candelabros em ferro fundido junto com seus ornamentos. Os itens passaram por tratamento com camada protetora antiferrugem, além da consolidação das trincas e fissuras, por meio do preenchimento com massa de resina epóxi e fibra de vidro.>
No evento de reinauguração desta sexta-feira (3) estarão presentes o prefeito ACM Neto e o presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro. Foto: Bruno Concha/Secom Limpeza Por conta do desgaste natural, proveniente da exposição aos raios solares e das chuvas, e do dano causado por sujeiras generalizadas, especialmente por fezes de pombos, muitas peças do Monumento ao Dois de Julho precisaram de uma limpeza minuciosa. >
Para o processo foi usada a técnica de microjateamento, utilizando máquinas importadas da Itália que operam com microesfera de vidro. A ação também contou com uso de produtos químicos com água destilada e sabão neutro.>
História Criado na Itália pelo artista italiano Carlo Nicoli y Manfredini, e inaugurado em 1895, o Monumento ao Dois de Julho alcança a altura de 25,86 metros e possui uma estética neoclássica. >
É só passar pela Praça do Campo Grande, seja dia ou noite, que dá para enxergar de longe a imponente peça, constituída de pedestal de mármore de Carrara, onde se assenta uma elegante coluna de bronze.>
No topo, chama atenção o principal personagem da composição: um caboclo com 4,1 metros de altura, munido com arco e flecha e armado com uma lança, matando um dragão, que representa a tirania portuguesa. O indígena representa a identidade, a nacionalidade e a liberdade do povo brasileiro que lutou pela independência.>
Na base da coluna, outras duas figuras atraem olhares: uma escultura de mulher representando a Bahia e outra representando Catharina Paraguaçu, a índia tupinambá, mulher de Caramuru, com o lema “Independência ou Morte” em seu escudo.>
Ainda integram a riqueza de detalhes do monumento símbolos e ícones que representam batalhas, nomes de heróis e os principais rios da Bahia, São Francisco e Paraguaçu. Sem falar da cachoeira de Paulo Afonso, as águias e leões instalados na estrutura, que significam liberdade e república. Há também oito candelabros, de sete metros, adaptados para iluminação a gás, além de mosaicos com referências a eventos da História do Brasil.>