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Bandidos armados assaltam e levam cachorros de idoso no Itaigara

Amilton passeava, ontem, por volta das 5h30, com seus dois cachorros por uma rua, nos fundos do Hiper Bompreço do Iguatemi, quando dois homens passaram num carro, o renderam e levaram apenas os animais

  • Foto do(a) author(a) Bruno Wendel
  • Bruno Wendel

Publicado em 13 de março de 2014 às 07:26

 - Atualizado há 2 anos

Na sala, as duas vasilhas ainda estavam cheias da ração predileta. Mas  nada de rabos abanando. Pela primeira vez, a família Seabra estava sem Marley, 8 anos, e Scooby Doo, 3, dois shitzus machos. Marley e Scooby Doo foram levados por bandidos armados quando Amilton passeava com os cães no ItaigaraOs cães, tratados como membros da família, foram roubados, no início da manhã de ontem, quando um dos donos, o administrador Amilton Souza Seabra, 63 anos, teve uma pistola apontada para a cabeça enquanto passeava com os animais na Rua Vargas de Santo Antônio, nos fundos do Hiper Bompreço. O assalto aconteceu a poucos metros do edifício onde Amilton mora, no Itaigara. Ele passeava com os cães e havia pouquíssima movimentação de carros e pedestres, quando um Voyage prata parou na rua, um homem que vinha no carona abriu a porta e apontou a arma. “Ele disse: ‘Bora, passa os cachorros!’”, contou  Amilton, descrevendo o homem como franzino, usando camisa vermelha. “Apesar da pistola, não entreguei de imediato. Fiquei puxando (as coleiras). Mas aí ele falou: ‘Não olhe para mim. Me dê logo, senão atiro’. Foi quando cedi”, contou o administrador, que, em seguida, correu para um prédio vizinho. “Tive medo de que um deles atirasse pelas costas”, relatou a vítima. Os bandidos levaram somente os cachorros. Amilton lamenta perda dos animais ejá espalhou cartazes com a imagem dos cachorros.Quem souber de informações pode ligarpara o telefone 8699-6999Segundo o porteiro João Miranda dos Anjos, 47, que trabalha em outro edifício próximo ao local do crime, o Voyage tinha uma película escura nos vidros e já tinha passado por Amilton antes do assalto. “O carro vinha em sentido contrário. Quando viram ele, os ladrões fizeram o retorno e agiram”, contou. O prédio possui uma câmera apontada para a rua, mas, segundo os funcionários do edifício, a única imagem capturada do roubo de Marley e Scooby Doo foi o momento em que Amilton entra no prédio vizinho.  O delegado Nilton Tomes, titular da 16ª Delegacia (Pituba), mostrou-se surpreso. “É a primeira vez que vejo alguém roubar cachorros”, declarou. Até ontem à tarde, os donos dos animais não tinham registrado ocorrência na delegacia. “Fiquei sabendo através da Polícia Militar. Tenho que ter essa informação oficial para abrir as investigações”, disse Tormes.“Olhar e não vê-los com a gente dói demais. São da família”, disse o administrador. “Mas é meu filho mais novo, Hugo, que está sofrendo mais. Ele é o mais apegado aos cães. Ele chora que nem criança”, disse. O estudante de Farmácia Hugo Seabra, 22, achou que era um brincadeira do pai. “Ele me acordou dizendo que Marley e Scooby Doo tinham sido roubados. Demorou para cair a ficha”, disse o rapaz.Desesperada pelo paradeiro de Marley e Scooby Doo, a família Seabra espalhou cartazes com as fotos dos cachorros. “Estamos espalhando nos postes de iluminação pública, em estabelecimentos comerciais, entregando para amigos e até em pet shops”, disse Hugo, que também divulgou o roubo dos cães nas redes sociais. Quem tiver notícias dos cães, basta ligar para 8699-6999 ou entregá-los  na 16ª Delegacia, na Avenida Magalhães Neto. Outros casosApesar da surpresa do delegado, o caso não é único. Em Feira de Santana, a 108 quilômetros de Salvador, a shitzu Cindy, de 8 meses, foi roubada na porta de um condomínio, na terça-feira. As câmeras de um village no bairro de Santa Mônica registraram a ação do bandido. “Um rapaz chamou ela no portão. Cindy é muito mansa e foi para ele. Foi quando ele a colocou dentro da mochila e foi embora”, contou a administradora Patrícia Marques Costa, 31.  As imagens foram espalhadas pelo aplicativo WhatsApp e, por volta das 18h de ontem, um amigo da família informou o paradeiro do ladrão. “Meu marido foi na casa dele. O rapaz, no início, negou, mas, depois que soube que havia a imagem do roubo, ele resolveu devolver Cindy”, contou. “Não perguntamos o que ele ia fazer, mas aqui, em Feira, eles têm o hábito de vender”, contou. O irmão de Hugo, o farmacêutico Amilton Souza Seabra Júnior, 32, acredita que os ladrões tenham pego Scooby Doo e Marley — que foi comprado ainda filhote, na época, por R$ 1.800 — para tentar ganhar dinheiro com a venda dos filhotes. Hoje, um animal da raça pode custar até R$ 3 mil. “Eles podem ter pensando que os dois eram um casal. Podem abandonar um deles quando descobrirem que não será possível a procriação”, comentou, aflito. Donas relatam casos de sequestros de animaisUma moradora do Jardim Apipema teve  a sua  yorkshire de 11 anos sequestrada no ano passado. “Por algum motivo, a cachorra acabou saindo de casa. Ao tentar retornar pela garagem, o animal foi pego por uma mulher”, contou ela, que não quis se identificar. De tão assustada, a dona  não quis revelar o nome nem da cadela. O resgate custou R$ 500. “Quando cheguei em casa, fiquei procurando pela rua. Espalhei vários cartazes. Tenho duas filhas e ficaram doentes com o rapto”, contou a dona da cadela. O sequestro foi filmado por uma câmera instalada nas imediações da residência. Uma semana depois, uma mulher ligou para um dos telefones que constavam nos cartazes. “No primeiro contato, contamos que havia imagens do sequestro, e que o animal era cardíaco e que não poderia ficar sem os medicamentos. Ela acabou desligando”. Horas depois, a mulher retornou a ligação e pediu R$ 700. “Negociamos em R$ 500”, contou a dona de casa. O ponto de encontro do resgate também foi no Jardim Apipema. Mediante pagamento, dois homens lhe entregaram a yorkshire. “Ainda entregaram com uma ração cara. Depois disso, o cão ficou quase oito meses com problemas emocionais, com medo de tudo. Ele era muito alegre”, lamentou. Outra vítima que não quis se identificar teve o seu pug sequestrado nas proximidades da Centenário, também há cerca de um ano. “Dois homens chegaram armados e levaram o cachorro”, lembrou ela. Na época, os sequestradores exigiram dinheiro para devolver o animal e ela amargou com o suspense de ter o seu animal ameaçado por duas semanas. Traumatizada com a agressão, ela contou que entrou em depressão e os netos ficaram inconsoláveis com o desaparecimento do animal. “Depois de um tempo que parecia não ter fim, era enorme nosso sofrimento. Felizmente, tivemos o animal devolvido”, disse ela, sem querer dizer quanto pagou pelo resgate. Chips podem ser implantados em cães por R$ 150A maioria das clínicas veterinárias oferece a implantação de chips nos animais como forma de segurança. Segundo o veterinário Bruno Rapozo, o procedimento custa, em média, R$ 150 e não causa dor ao cão. “O microchip possui o tamanho de um grão de arroz e é implantado na altura do pescoço do cão, sem a necessidade de anestesia”, explica. A partir daí, o proprietário descreve e atualiza através de software as características desse animal e todas as vezes que ele passar por um leitor, presente em clínicas e nos aeroportos, as informações sobre ele serão reveladas.Outro dispositivo são as coleiras especiais, como a SysPet, que possuem um sistema de localização que  funciona através da internet. Ao contratar o serviço (R$ 50 ao ano), o dono recebe uma medalhinha que deve ser colocada na coleira do animal. Ela possui um número único que fica cadastrado no site da SysPet e funciona como uma rede de recuperação, além de poder abrigar todo o histórico de vida do animal. Ao acessar o sistema, o dono pode notificar a perda, que alertará todos os usuários cadastrados e replicará a informação em todas as redes sociais integradas. Além da colocação dos identificadores, outras medidas garantem a proteção do animal de estimação. A advogada Ana Rita Tavares lembra que é importante registrar  o boletim de ocorrência e a queixa para que a polícia possa fazer as investigações.  “Infelizmente, o animal ainda é visto como mercadoria possível de ser explorada”, diz. A criadora de  shitzus, pugs, malteses e poodles Giovana Bião diz que a segurança dos seus cães, além do valor financeiro, passa por uma questão sentimental. “Implantamos chips de identificação nos nossos animais aos três meses de vida e oriento aos nossos clientes a fazerem o mesmo”, diz, ressaltando que, além dessas dicas, sempre orienta sobre horários de passeios e o fato de não deixar que o animal vá para a rua com coleiras muito chamativas, para não despertar a atenção. “Cães como o shitzu chegam a custar uma média de R$ 3 mil e os adultos são roubados para servir como reprodutores”, salienta. Carmen Vasconcelos.

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