Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2023 às 13:35
- Atualizado há 2 anos
Um áudio em que a baiana Emmily Rodrigues, de 26 anos, pede ajuda aos vizinhos do empresário Francisco Sáenz Valiente, 52, antes de cair do sexto andar de um prédio em Buenos Aires, capital argentina, é mais um elemento que pode ajudar a desvendar as circunstâncias da sua morte. O corpo de Emmily, que morava naquela cidade, foi encontrado sem roupas e com lesões.
A polícia foi acionada por um morador, que encontrou o corpo na área externa do edifício na noite do dia 30 de março. Em depoimento, o empresário disse que a jovem teve um surto e se jogou na janela. A família dela não acredita nesta versão.
A gravação (veja descrição abaixo), revelada pelo g1, é do momento em que Francisco conversa com um policial por telefone e diz ter uma mulher “possuída” em sua casa. Ao fundo, é possível ouvir gritos e pedidos de socorro, que seriam da baiana. A polícia suspeita de feminicídio. Francisco, principal suspeito, está preso.
De acordo com o advogado da família da vítima, além da necropsia, a investigação tem colhido informações no celular do suspeito, assim como gravações de câmeras de segurança da redondeza para reconstruir as cenas do que aconteceu naquela noite.
Família acompanha investigações na Argentina A família de Emmily está na Argentina, onde acompanha as investigações e aguarda a liberação do corpo para que ocorra a transferência para Salvador.
Em entrevista à TV Bahia, o pai da jovem, Aristides da Silva Gomes, afirmou que “há provas suficientes de que ocorreu feminicídio”. A imprensa argentina chegou a veicular a possibilidade de um suicídio. “Existem provas suficientes e inúmeras testemunhas, rastro de provas que evidenciam que ocorreu um feminicídio. Não faz sentido algum. Emmily trabalhava como modelo, tinha sonho de ser mãe”, relatou o genitor.
Aristides também citou a possibilidade de envolvimento de uma suposta amiga da sua filha no crime. A mulher, identificada como Juliana Magalhães Mourão, chegou a ser presa, mas foi liberada, de acordo com Aristides. Ela esteve com a vítima momentos antes da queda.
"Ela estava presa e não sabemos o motivo que ela foi liberada, mas o advogado já está cuidando disso. Ela está como acusada, sendo investigada porque tinha marcas de arranhões e mordidas, tanto em Emmily, quanto nessa suposta amiga. A gente não conhecia ela. As evidências são claras de que ela pode ter participado da morte", comentou, ao longo da entrevista.
Ele ainda revelou que os vizinhos, em conversa com a polícia argentina, contou que a jovem gritava por socorro constantemente. "Uma pessoa que está em surto não pede socorro. Vizinhos ouviram que ela pediu socorro. Um dos indícios é esse, o pedido de socorro. Os sinais de que ela foi arrastada", pondera. Leia a transcrição da chamada feita pelo suspeito: • Atendente: "Olá, emergências 911" • Francisco: "Preciso de um policial porque tenho uma garota que está muito alterada" • Atendente: "Uma garota?" • Francisco: "Sim" • Atendente: "Alterada em que sentido?" • Francisco: "Alterada" • Atendente: "É na Capital?" • Francisco: "Sim" • Atendente: "Qual é a rua?" • Francisco: "[Diz o endereço]. Se você puder vir rapidamente, por favor." • Atendente: "Em qual andar, senhor?" • Francisco: “Sexto andar”. • Atendente: “Você a conhece?". • Francisco: “Eu a vi hoje. Eu a conheço através de uma amiga. Ela está gritando muito. Ela está como que possuída." • Atendente: "Seu nome?" • Francisco: “Francisco” • Atendente: "Você é vizinho do local ou gerente?" • Francisco: “Eu sou o dono” • Atendente: “Tudo bem, Francisco. Ele está em seu apartamento?" • Francisco: “Calma! [ele diz a Emmily].