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20 mil mortes na Bahia: relembre 20 personalidades vítimas da covid

Artistas, políticos, ídolos e trabalhadores nos deixaram nessa pandemia

  • Foto do(a) author(a) Daniel Aloísio
  • Daniel Aloísio

Publicado em 19 de maio de 2021 às 05:00

 - Atualizado há um ano

. Crédito: .

Nessa terça-feira (18), a Bahia ultrapassou a marca de 20 mil óbitos por covid-19. Das 417 cidades do estado, somente 173 possuem uma população maior do que a quantidade de mortes causadas pela pandemia. É como se Ubaíra, de 19.877 habitantes, deixasse de existir em pouco mais de um ano. O índice alarmante foi atingido quando o boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) registrou 82 novas mortes. 

No total, são 20.054 óbitos registrados no boletim da Sesab e 961.157 casos de covid-19. Isso significa que o estado tem uma taxa de letalidade da doença de 2,09%, a sexta menor do Brasil, atrás de Amapá, Santa Catarina, Roraima, Tocantins e Acre.  Das pessoas que foram infectadas, 925 mil são consideradas recuperadas e outras 16 mil pessoas lutam para vencer a doença. 

Mas não se trata apenas de números. Das 20 mil vítimas da doença, o CORREIO separou 20 histórias que foram interrompidas pelo vírus. São artistas, políticos, ídolos do futebol e da música e trabalhadores comuns que batalhavam diariamente para sobreviver à pandemia e às dificuldades da vida. São 20 representantes de um universo mil vezes maior e que, com vacinação a conta-gotas e menos medidas de segurança, pode se multiplicar. Confira a lista:

Elsimar Coutinho, cientista baiano referência internacional em planejamento familiar  O médico Elsimar Metzker Coutinho, no auge dos seus 90 anos, passou  quase um mês internado lutando para vencer a covid-19. Morreu no dia 17 de agosto de 2020, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, local para onde ele foi transferido após ter dado entrada no Hospital Aliança, em Salvador. (Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO) Coutinho era baiano da cidade de Pojuca, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Estudou em Salvador, Paris, Nova York e se tornou um cientista pioneiro no desenvolvimento de anticoncepcionais femininos e na fabricação de implantes hormonais. Ele deixou a esposa Tereza Coutinho, filhos e netos. 

Em Salvador, Coutinho se formou nos cursos de Farmácia e Medicina pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Em seu mais de meio século de carreira, fundou o Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana (Ceparh), no bairro da Federação. Ele era autoridade mundial em tratamentos de infertilidade provocada por endometriose e miomatose. 

Leia mais: 'Quem dá ereção a ele é o seu cheiro', afirma Elsimar Coutinho

Keko Pires, músico Além de ser conhecido como um exímio instrumentista de ritmos como rock, jazz e soul, Keko Pires era figura muito querida no meio musical soteropolitano por sua alegria e gentileza. O músico, compositor e multi-instrumentista foi internado no Hospital Jorge Valente pouco antes do Réveillon. após ser diagnosticado com covid-19. Ele faleceu no dia 7 de janeiro de 2021.   (Foto: reprodução) Keko dedicou grande parte dos seus 55 anos a projetos musicais no cenário baiano, onde conheceu grandes amigos, como os cantores Armandinho Macêdo e Gerônimo Santana. Foi com esse último, inclusive, que Pires lançou um clipe da sua nova música de trabalho, Retrato, em setembro de 2020, no seu canal do YouTube. Confira: 

Aracy Gomes, uma pioneira no feminismo baiano.  Mulher que usou biquíni quando nenhuma outra tinha coragem e dirigiu em uma época que só os homens faziam isso, Aracy Esteve Gomes se formou na primeira turma de matemática da Bahia e fez da fotografia um hobby. Ela é pioneira no feminismo baiano. Foi forte o suficiente para fazer história, mas nos seus 97 anos, não resistiu à covid-19.  (Foto: arquivo pessoal) Ela nasceu em Santo Antônio de Jesus, morou em Amargosa e, depois, em Salvador, onde construiu a sua carreira. Aracy ficou internada no Hospital Português e faleceu no dia 3 de março de 2021. Seu genro, o neurocirurgião Luiz Antônio Coelho Silva, também foi uma vítima da doença. Ele faleceu 22 dias depois da sogra. Luciana Gomes, gerente comercial do CORREIO, filha de Luiz Antônio e neta de Aracy, lembra com orgulho da avó:“O maior legado que ela deixa é a questão da liberdade. Homens e mulheres precisam ter direitos iguais. Ela sempre pregou isso e era à frente do seu tempo. Dizia sempre para a gente nunca procurar e olhar o defeito dos outros. Eu tenho muito orgulho de ser neta dela”, disse.Parte do acervo de Aracy está reunido no livro Entre Imagem e Escrita: Aracy Esteve Gomes e a cidade de Salvador (Edufba | 374 páginas). 

Leia mais: Pioneira em dirigir, vestir biquíni e fotografar inspira livro aos 97 anos

Irmão Lázaro, cantor, pastor e vereador de Salvador Olhando para a trajetória de Irmão Lázaro é possível ter noção do quanto a vida pode ser complexa. Ele morreu no dia 19 de março de 2021 como cantor gospel e vereador de Salvador eleito pelo Partido Liberal (PL). Mas ele não era só isso.  (Foto: Agência Câmara) Sua vida foi marcada por várias outras coisas: dos tambores do Olodum à Síndrome do Pânico desenvolvida durante a luta contra o vício em cocaína. Do medo de ter o mesmo destino de seu irmão mais velho, fuzilado pela Polícia, às pregações com tom redentor. Do Melô do Pompompom ao Eu Sou de Jesus. De Lázaro Negrume ao Irmão Lázaro. Complexo. Paradoxal. Assim como é a vida.

Irmão Lázaro tinha 54 anos e morreu em Feira de Santana, onde ficou internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Matheus. Foi em 2014 que ele tentou pela primeira vez um cargo eletivo e foi o terceiro deputado federal mais votado na Bahia com mais de 161 mil votos. Em 2018, foi candidato ao senado, mas perdeu. Em 2020, tentou seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Salvador (CMS) e foi eleito. 

Leia mais: De Negrume a Irmão: Lázaro teve uma vida marcada por reviravoltas

Herzem Gusmão, prefeito de Vitória da Conquista     Prefeito reeleito de Vitória da Conquista, Herzem Gusmão não conseguiu trabalhar no segundo mandato. Eleito em novembro de 2020, um mês depois foi diagnosticado com covid-19, no dia 7 de dezembro. Pouco mais de uma semana depois, foi internado no Hospital Samur, em Conquista, com complicações pulmonares causadas pela doença e, posteriormente, foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde morreu no dia 18 de março de 2020, após três meses de luta.  (Foto: divulgação) Herzem iniciou sua carreira trabalhando em uma rádio, aos 20 anos. Ele é formado em Direito e pós-graduado em Comunicação e Jornalismo pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Em 2014, foi eleito deputado estadual suplente. Um ano depois, assumiu o mandato onde ficou por 15 meses. A saída da Assembleia Legislativa foi para assumir o cargo de prefeito em sua cidade Natal em 2016. Em 2020 foi reeleito com 54% dos votos. 

Quem tomou posse no dia 1º de janeiro de 2021 foi a sua vice, Sheila Lemos (DEM), que seguirá no cargo pelos próximos três anos. 

Leia mais: Levantamento mostra que pelo menos 16 prefeitos morreram por covid em 2021

Clara Mascarenhas, filha do cantor Canindé Com apenas 22 anos e uma enorme carreira musical pela frente, a estudante Clara Mascarenhas, filha do cantor Canindé, morreu no domingo (16). Clara estava internada na UTI do hospital regional Vicentina Goulart, em Jacobina, mas não resistiu ao quadro de covid-19. (Foto: reprodução) Sua mãe, a empresária Luciana Mascarenhas, também contraiu a doença, mas recebeu alta na segunda-feira (10), segundo informou o portal Augusto Urgente. Clara estudava Música na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e integrava o Grupo de Violoncelos da instituição.  

A direção da Escola de Música definiu Clara como talentosa musicista, "dona de uma simpatia enorme e de uma personalidade acolhedora". A jovem, inclusive, fez uma participação no DVD gravado pelo pai, em 2020, tocando violoncelo numa música composta por Canindé em homenagem a ela. Assista:

Haroldo Lima, dirigente histórico do PCdoB Ex-deputado federal, dirigente histórico do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), sobrevivente à prisão e tortura, Haroldo Lima, em seus 81 anos e depois de muita luta, como sempre, não resistiu às complicações da covid-19. Ele morreu no dia 24 de março de 2020, no Hospital Aliança, local onde foi internado no dia 8 de março por causa da covid-19.  (Foto: divulgação/APUB) Sua voz contundente já dava lugar a um tom rouco e abatido. Seu corpo foi cremado no cemitério Campo Santo, na Federação, em cerimônia restrita a familiares. Ele deixou a esposa, Solange Lima, 83 anos, as filhas Lene, Valéria e Julieta e as netas Clara, Letícia e Beatriz.

Haroldo nasceu em Caetité e foi um dos construtores do PCdoB na Bahia. A paixão pela política começou cedo, ainda no curso de engenharia elétrica da Universidade Federal da Bahia (Ufba), de 1958 a 1963, quando participou intensamente do movimento estudantil. Ele se dizia revolucionário em tempo integral e todas as suas ações envolviam a luta pela igualdade e pela liberdade. Foi crítico da exploração dos mais vulneráveis e das ideias neoliberais. 

Leia mais: Uma vida inteira de luta política para perder a batalha para a covid

Maria de Fátima Cunha de Oliveira, a professora que morreu após testar duas vezes por covid  Esse caso chamou a atenção pela crueldade do vírus. A professora Maria de Fátima Cunha de Oliveira tinha 38 anos e morava na sua cidade natal, Valente, a 238 quilômetros de Salvador. Ela morreu de covid-19 no dia 17 de janeiro de 2021 e, de acordo com a sua irmã, Maise Cunha de Oliveira, 29 anos, Maria já tinha sido contaminada anteriormente com a doença, em outubro de 2020. Segundo a família, os dois testes positivos foram confirmados através de exames do tipo RT-PCR. A versão também foi confirmada pela prefeitura da cidade.   Maria de Fátima era professora municipal (Foto: arquivo pessoal) Em 2021, quando os sintomas da covid voltaram a aparecer, a professora registrou sua situação em uma publicação no Facebook a favor da vacinação contra a covid-19. “Se você não quer tomar [a vacina], mantenha distância e tomara que nunca tenha o covid. Tive em outubro e faz três dias que perdi o olfato e paladar, além da febre alta que dá trabalho de baixar”, escreveu Maria, no dia 9 de janeiro. 

Na época, a Sesab disse não ter sido notificada sobre nenhum óbito relacionado à reinfecção por covid-19 no estado. Já a enfermeira Eloisa Helena, coordenadora da vigilância epidemiológica de Valente, disse em nota que, logo após o acontecimento, comunicou o caso ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), que faz parte da Sesab.“Eles me deram as orientações, agora [o caso] irá para análise de um infectologista. Nós enquanto município não temos condições de afirmar que foi uma reinfecção, pois essa analise depende de avaliação laboratorial, que será feita pelo Lacen central, em Salvador”, afirmou, na época. Siegfrid Frazão Keysselt, coronel da Polícia Militar da Bahia Siegfrid Frazão Keysselt tinha 70 anos e uma vida de serviço prestado à Policia Militar da Bahia. Ele morreu na madrugada do dia 26 de fevereiro de 2021, quando a Bahia sofria com uma segunda onda de contaminações da covid-19. Ele estava internado no Hospital Aliança.  (Foto: reprodução) O militar entrou na corporação em 1971 e entre as funções que exerceu está o cargo de diretor do Departamento de Comunicação Social da PM (DCS). Na época que Siegfrid morreu, os agentes de segurança ainda não podiam receber a vacina da covid-19, o que só foi acontecer no final de março de 2021.  

Valdemir Novaes Pina, defensor público estadual Ele fez parte do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA) como membro conselheiro, em 2004, e recebeu menção honrosa no prêmio “Conciliar é Legal”, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na categoria “Mediação e Conciliação Extrajudicial”. Valdemir Novaes Pina tinha atuação reconhecida e destacada, principalmente após o sucesso da instalação do Centro de Mediação e Conciliação (CMC) para questões relacionadas ao direito das famílias. A coivd-19 não foi capaz de apagar esse seu legado.  (Foto: divulgação) Valdemir morreu no dia 12 de abril de 2021, em Salvador, com apenas  64 anos. Ele ficou um mês internado no Hospital Couto Maia, na capital baiana, devido a doença. Tinha 20 anos de serviço e era defensor público de classe final. Nasceu em Vitória da Conquista, onde foi sepultado. Mas sua carreira foi construída em Salvador, onde ele se formou em Direito pela Universidade Católica do Salvador (Ucsal). Valdemir deixou a esposa, dois filhos e uma neta. 

Ialorixá Mãe Laura Sandoiá, referência em Ilhéus  Uma das maiores lideranças religiosas do sul da Bahia, a ialorixá Laura Maria da Silva, mais conhecida como Mãe Laura Sandoiá, foi uma das vítimas da covid-19. Ela partiu com 72 anos, no dia 27 de março de 2021, após ficar internada na UTI do Hospital de Ilhéus, na cidade nova. Mãe Laura era a sacerdotisa do Terreiro Guainia de Oiá, localizado no bairro do Pontal. (Foto: reprodução) A prefeitura de Ilhéus lamentou a morte da ialorixá em uma nota oficial divulgada na ocasião. "Mãe de Santo há 56 anos, Mãe Laura deixa um legado de devoção e fé, sobretudo muitas saudades para todos os seus seguidores e admiradores. Ela, uma referência da religião de matriz africana, organizava com muito esmero as festas de Iemanjá na Maramata. Sempre próxima da comunidade, ao longo de sua jornada, ela trabalhou em favor dos pontalenses e do desenvolvimento da cidade. Ilhéus perdeu uma grande personalidade, que será sempre lembrada por sua dedicação e amor", escreveram, na época.

Clebson Pereira da Silva, 31 anos, o jovem taxista morto por covid Ele atuava em um supermercado na Vasco da Gama e chegou a pedir ao pai, também taxista, que parasse de trabalhar. Clebson Pereira da Silva, 31 anos, não imaginava que seria vítima da covid-19. O taxista tinha apenas 31 anos e morreu no dia 8 de maio de 2020. Segundo a Associação Geral dos Taxistas (AGT), a morte do rapaz trouxe comoção a toda categoria.  (Foto: Reprodução) Na época, o trabalhador foi atendido em duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Na primeira, ele foi medicado e liberado para que retornasse para casa. Após o quadro se agravar, retornou à UPA de Brotas e foi a óbito no dia seguinte. Ele ficou aguardando na Central de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS) para ser transferido para um hospital, mas não resistiu.

Jotinha, humorista que conquistou a internet   Famoso por áudios de WhatsApp, no qual costumava usar o bordão "papá", e amigo de famosos como o jogador Neymar, o humorista e radialista José Luiz Almeida da Silva, conhecido como Jotinha, morreu no dia 5 de novembro de 2020. Com 52 anos, ele chegou a ficar de coma e teve falência de múltiplos órgãos após contrair a covid-19.  (Foto: reprodução) Muito querido, a notícia da sua morte foi confirmada pelo secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas. Artistas chegaram a fazer uma campanha para que ele fosse transferido para um hospital público, já que estava internado em estado grave num hospital particular de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo. Sua família não tinha condições de mantê-lo no local. 

Segundo Vilas-Boas, devido a gravidade de saúde do rapaz, a transferência não poderia ser feita. Jotinha também era torcedor do Bahia e chegou a ser garoto-propaganda do clube, participando de diversas ações de marketing do tricolor. Sua morte repercutiu internacionalmente, ganhando homenagem no obituário do jornal The News York Times. Ele foi sepultado em Elísio Medrado, a cidade em que vivia. 

Leia mais: Jotinha ganha homenagem em obituário do jornal The New York Times

Maria Luiza Câmera, fundadora da Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef),  Uma vida inteira dedicada a luta. A defensora e ativista pelos direitos das pessoas com deficiência (PCD) e fundadora da Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef), Maria Luiza Câmara, também lutou para vencer a covid-19. Ela tinha 75 anos e ficou cerca de 15 dias internada no Hospital da Bahia, no bairro da Pituba, A defensora até chegou a se recuperou da doença, mas dias depois voltou a ser internada com pneumonia. (Foto: divulgação) Nascida em Itabuna, no interior da Bahia, Luiza se mudou para Salvador junto com a mãe ainda na infância por conta dos estudos. Ainda jovem foi diagnosticada com a doença de Still – autoimune, que gera inflamações no corpo, desgastes progressivos nas articulações – e perdeu o movimento nas pernas. Desde então, passou a ser referência nacional na luta pelos diretos das PCD. Em meados do ano de 1980, fundou a Abadef. 

Ela chegou a receber a Comenda Dorina de Gouvêa Nowill, concedida pelo Senado Federal (SF) para personalidades que tenham oferecido contribuição relevante à defesa das pessoas com deficiência no Brasil. Também se candidatou quatro vezes para o cargo de vereadora de Salvador, mas não foi eleita. Luiza Câmara também fundou o Bloco Me Deixe à Vontade, que há 24 anos leva alegria e mensagem de respeito e inclusão às ruas durante o Carnaval de Salvador.

Sapatão, ídolo do Bahia Élcio Nogueira da Silva, ou simplesmente Sapatão, fez sucesso jogando com a camisa do Bahia durante as décadas de 1970 e 1980. Ele atuou em toda a campanha que deu ao tricolor o inédito e até hoje inigualado heptacampeonato baiano de 1973 a 1979. Aos 72 anos, no dia 5 de junho de 2020, morreu vítima da covid-19.  (Foto: Betto Jr./Arquivo CORREIO) Ele estava internado na UTI do Hospital da Bahia após passar mal em casa, com quadro de hipertensão. O ex-zagueiro precisou ser intubado, passou a respirar com a ajuda de aparelhos e foi diagnosticado com a covid supostamente contraída no hospital. 

Além do Esquadrão, Sapatão passou ainda por Flamengo, Fluminense de Feira - pelo qual foi campeão baiano de 1969 -, Santa Cruz e Catuense. Após encerrar a carreira nos gramados, se tornou treinador e dirigiu equipes como Ypiranga, Camaçari, Galícia, América-SE e União São João-SP. Ao todo, com a camisa tricolor, Sapatão entrou em campo 450 vezes e marcou 12 gols. 

MC Dumel, cantor Terrível. Essa é a palavra que define Diego Albert Silveira Santos, o MC Dumel, morto no dia 16 de abril em decorrência da covid-19. O uso do adjetivo não significa uma ofensa. Terrível era a forma como o funkeiro de 28 anos se referia àquilo de que gostava. Dumel tinha apenas 28 anos e foi a 36ª vítima da doença na Bahia. (Foto: reprodução) Em março de 2020, o MC estava no Rio de Janeiro, sua cidade natal, em uma turnê que se iniciou após o carnaval. Lá ele foi infectado e começou a apresentar os sintomas da doença. Todos achavam que era uma gripe. Com a iminência da pandemia e o cancelamento dos shows, o artista antecipou a volta para a Bahia, local onde ele escolheu como sua casa.   

A esposa Andreza Bacellar, 22 anos, também foi infectada e ficou curada. Os dois testaram positivo e foram internados no Hospital Geral Menandro de Faria, em Lauro de Freitas. De lá, o casal foi transferido para o Instituto Couto Maia, onde Dumel veio a óbito. 

Leia mais: Quem é MC Dumel, o ‘funkeiro baiano’ vítima do novo coronavírus

Maria da Conceição Silva Santos (Janaína), a primeira baiana de acarajé vítima da covid-19  Como a maioria das baianas de acarajé, Maria da Conceição Silva Santos aprendeu o ofício com a mãe. Ela era conhecida como Janaína porque nasceu no dia 2 de fevereiro. Sempre impecável, fazia muitos eventos e vendia acarajé na porta de casa, na rua do Japão, Liberdade. A pandemia não a deixou mais realizar seu serviço. Janaína morreu de covid no dia 14 de maio de 2021. Ela foi a primeira baiana de acarajé morta pela doença, segundo a Associação Nacional de Baianas de Acarajé, Mingau, Beiju e Similares (Abam).  Janaína, a terceira da esq. para a dir., vestida de azul, e outras quatro baianas mortas pela covid na Bahia (Foto: Acervo Pessoal) A família acredita que Janaína foi contaminada quando teve que levar o pai dela, seu avô, à uma UPA. Dias depois, estava sentindo falta de ar e a filha a encontrou completamente prostrada. Do candomblé, a mãe disse à filha que tinha visto sua morte no jogo de búzios se fosse ao hospital. A filha ligou para a Samu e a informação era de que elas precisariam ir para a unidade.

Com a ajuda de duas pessoas, foi levada para a UPA dos Barris. Na madrugada, foi transferida para o Hospital de Campanha Memorial do Itaigara, onde foi intubada. Janaína lutou por 18 dias, mas não resistiu. 

Leia mais: 'Estamos passando dificuldade e cestas básicas estão acabando', dizem baianas de acarajé

Fernando Neves, ator  Ele era um dos mais renomados atores do teatro baiano, Formado em Direção Teatral e Licenciatura em Artes Cênicas, pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Fernando Neves foi professor de teatro do Colégio Estadual Severino Vieira e diretor de teatro infantil da Ufba durante três anos. No dia 26 de junho de 2020, faleceu por complicações da covid-19. (Foto: divulgação) Fernando era natural de Belém do Pará, onde começou a atuar, em 1955. Ele encenou diversos espetáculos na Bahia, como “O sonho” e “Check-up”, que ficou em temporada entre 1977 a 1987 no Teatro Gamboa. Um dos seus últimos trabalhos foi na peça Em Família, que chegou a ser indicada no Prêmio Braskem de Teatro.

Gilmar Vasconcelos, cinegrafista da TV Aratu  A covid-19 também atingiu os profissionais da imprensa. O repórter cinematográfico Gilmar Vasconcelos tinha apenas 50 anos e morreu na noite do dia 16 de março de 2020, em Salvador, por complicações respiratórias causadas pela covid. Ele atuava há cerca de 15 anos na TV Aratu e tinha passagens por outras emissoras da capital baiana. (Foto: reprodução) No início de fevereiro, apresentou sintomas da doença, testou positivo e se afastou das atividades. Com os sintomas mais graves, foi internado no Hospital Santa Izabel, em Salvador, onde estava há cerca de 40 dias. Seu sepultamento aconteceu no Cemitério Bosque da Paz, na capital baiana. Ele vivia com a companheira, Arlete, e deixou cinco filhos.

* Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro.