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Gilberto Barbosa
Publicado em 28 de novembro de 2024 às 19:42
O presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, Carlos Muniz (PSDB) defendeu, na última terça-feira (26), a proibição do uso de celulares em sala de aula. Na opinião dele, o banimento se faz necessário nos casos em que o aparelho prejudica o aprendizado dos estudantes em sala de aula.
“O uso de celular e de qualquer aparelho eletrônico que venha a beneficiar o ensino, poderemos ser a favor, mas não defendo se for algo que prejudique o aluno na sua atenção. Nós temos que dar exemplo, principalmente na educação municipal. O povo de Salvador merece isso e espera atitude dos seus comandantes”, disse Carlos Muniz.
Atualmente, está tramitando na Câmara dos Deputados, em Brasília, o Projeto de Lei nº 104/2015, que limita o uso dos celulares em sala de aula. O texto proíbe o uso para crianças de até 10 anos, com permissão para atividades pedagógicas a partir dos 11 anos. A proposta foi aprovada pela Comissão de Educação da Câmara no dia 30 de outubro. O Ministério da Educação chegou a anunciar que estava preparando uma sugestão sobre o tema, mas não apresentou.
A proibição é defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Pesquisas realizadas pelo Instituto Locomotiva, a QuestionPro e pela Nexus - Pesquisa e Inteligência de Dados apontam que cerca de 80% dos adultos defendem a restrição do telefone celular em sala de aula. Já o levantamento da TIC Educação 2023 mostra que seis em cada dez escolas brasileiras possuem regras para o uso do aparelho.
Escolas particulares da capital já proíbem o uso do aparelho nas salas de aulas e nos espaços de convivência. Uma delas é a Land School, localizada na Federação. Segundo a coordenadora pedagógica do ensino fundamental II da instituição, Daniela Davis-Becker, a medida tem o objetivo de evitar distrações nas atividades acadêmicas, além de aumentar a produtividade dos alunos.
“Isso resultou no aumento do engajamento dos alunos nas atividades, além de um aumento médio de 12% na performance acadêmica. Também notamos uma melhoria no comportamento, com aumento nas interações entre os pequenos, resultando em relações mais profundas. Outros ganhos foram nas habilidades de resiliência e paciência, já que o mundo virtual é muito imediato e um atraso pequeno já causa ansiedade em quem está usando, se traduzindo na sala de aula”, afirma.
Carlos Muniz afirma que a Câmara prepara um projeto para abordar o tema, mas que só será tratado caso não haja proibição a nível federal. “Se a lei federal for aprovada não é necessário tratar sobre esse tema no município. O que será preciso é respeitar a lei”, frisou.
*Com orientação do editor Rodrigo Daniel Silva