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Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2024 às 20:42
O ministro de Direitos Humanos do governo Lula (PT), Silvio Almeida, é acusado de ter cometido assédio sexual no ano passado. A acusação foi feita à Me Too Brasil, uma organização sem fins lucrativos que presta apoio a vítimas de violência sexual. >
Entre as vítimas, estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, de acordo com o portal Metrópoles, responsável por revelar o caso. Procurada, ela não quis comentar o caso. >
Em nota, a Me Too Brasil confirmou a acusação contra Silvio Almeida, mas não citou as denunciantes. >
"A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico", disse, por meio de nota. >
"Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa", acrescentou a organização.>
Em nota publicada no site do ministério, Silvio Almeida repudiou as acusações. "Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo associadas contra mim. Repúdio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade", diz trecho da nota. >
Ainda segundo a nota divulgada pela pasta, ofícios serão encaminhados para a Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Procuradoria-Geral da República “para que façam uma apuração cuidadosa do caso”.>
Confira a nota na íntegra: >
Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país.>
Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro.>
Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro.>
Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso.>
As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram “denunciação caluniosa”. Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias.>
Quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização. Sempre lutarei pela verdadeira emancipação da mulher, e vou continuar lutando pelo futuro delas. Falsos defensores do povo querem tirar aquele que o representa. Estão tentando apagar a minha história com o meu sacrifício.>
Na última quarta-feira (4), uma reportagem do UOL afirmou que a pasta coordenada por Silvio Almeida tem sido alvo de denúncias de assédio moral. O ministério, inclusive, teria aberto procedimentos internos para apurar. >
Ao portal, a pasta negou os casos de assédio moral. Disse que a informação "se baseia em falsas suposições, sem lastro na realidade ou em qualquer registro produzido pelos órgãos de controle da pasta".>
*A matéria foi atualizada às 21h46 para acrescentar o posicionamento do ministro>