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Rodrigo Daniel Silva
Publicado em 23 de abril de 2025 às 15:55
O senador Angelo Coronel (PSD) comparou, nesta quarta-feira (23), o Partido dos Trabalhadores ao “nazismo”, questionou a força do governo Jerônimo Rodrigues (PT) e voltou a sinalizar com um possível rompimento com o grupo petista. A declaração aconteceu em entrevista à rádio 95 FM, da cidade baiana de Jequié. >
Coronel criticou a ideia de o PT preencher todas as vagas da chapa majoritária baiana em 2026, comparando a sigla a “nazistas” que queriam dominar e impor uma “raça pura”. Segundo ele, a gestão Jerônimo não é “essa coca-cola” para o PT ter a intenção de emplacar três nomes na composição do próximo ano. >
“Antigamente, os alemães, os nazistas, Hitler queria sempre manter uma raça pura. Sem nenhuma conotação ao extremo passado, mas inadmissível o PT, de quatro (vagas na chapa majoritária), ele querer três. E, se o MDB se abrir, ele quer fazer até quatro cargos da chapa. Isso é inadmissível. A política é aliança. É a arte de somar e ninguém pense que a situação está assim essa cola-cola, essa bondade toda para ter essa potência de querer achar que pode fazer uma chapa completa só com um partido”, afirmou Coronel. >
Coronel reafirmou que, se o PSD ficar fora da chapa, pode haver um rompimento. De acordo com ele, “a aliança sempre tem um prazo de validade”. “O PSD não concorda com isso (do PT ter três nomes na chapa). Nós somos aliados e a aliança sempre tem um prazo de validade. Se o grupo que está dominando a Bahia, está com o poder, achar que deve excluir o PSD da chapa, Angelo Coronel, vamos sentar com o diretório estadual e nacional para ver qual o rumo que vamos tomar”, acrescentou.>
O senador Jaques Wagner (PT) e o presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, têm defendido que a chapa majoritária seja composta por Jerônimo, pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e pelo próprio Wagner. >
Nos bastidores, como mostrou a coluna do CORREIO nesta semana, integrantes da oposição ao governo Jerônimo estão confiantes de que o senador Angelo Coronel romperá com o Palácio de Ondina e se somará ao grupo oposicionista em 2026. O movimento ganha força diante da possibilidade real de Coronel ser rifado da chapa majoritária governista, para abrir espaço ao ministro da Casa Civil, Rui Costa. >
Com a exclusão da base governista, Coronel deve ser acolhido pela oposição, que já o projeta como nome forte para disputar uma vaga ao Senado. Nos corredores da política, oposicionistas afirmam que o senador tem estreitado relações com o grupo nas últimas semanas e, em conversas reservadas, tem feito críticas à gestão de Jerônimo.>