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'Através de ACM entendemos a política brasileira', diz cientista político Paulo Fábio

Escritor lança, nesta sexta-feira (1º), seu segundo livro sobre a trajetória política do ex-senador baiano Antonio Carlos Magalhães

  • Foto do(a) author(a) Rodrigo Daniel Silva
  • Rodrigo Daniel Silva

Publicado em 1 de novembro de 2024 às 08:21

Cientista político Paulo Fábio Dantas Neto
Cientista político Paulo Fábio Dantas Neto Crédito: Nara Gentil/CORREIO

Quase vinte anos depois, o cientista político e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Fábio Dantas Neto, lança seu segundo livro sobre a trajetória política do ex-senador baiano Antonio Carlos Magalhães.

A obra, intitulada "ACM Político Baiano-Nacional: Cronologia de um Fato Consumado", será lançada nesta sexta-feira (1º), às 17h30, na Antessala do Reitor, na Reitoria da Ufba. O primeiro livro, “Tradição, Autocracia e Carisma: a Política de Antonio Carlos Magalhães na Modernização da Bahia (1954-1974)”, publicado em 2006, é fruto da tese de doutorado do autor.

Confira nesta entrevista mais detalhes sobre o novo escrito de Paulo Fábio Dantas Neto.

Por que o senhor decidiu escrever um segundo livro sobre a trajetória política do ex-senador ACM?

É um segundo livro, mas representa uma continuidade. O primeiro, que foi publicado em 2006, foi a minha tese de doutorado. E aconteceu com ela o seguinte. Cheguei no Rio de Janeiro em 1998 para iniciar o doutorado, já com a pesquisa em andamento. O objetivo era fazer uma trajetória completa do carlismo até aquele momento, e o fato principal era a transferência paulatina do comando (de ACM) para Luís Eduardo (Magalhães). Isso significaria uma transição indolor, calma e tranquila. Seria uma adaptação, uma mudança a uma nova realidade que a política de Luís Eduardo representava. Era esse o objeto da minha pesquisa. Só que Luís Eduardo faleceu subitamente (em abril de 1998). Me lembro que meu orientador disse: ‘seu objeto fugiu’. Então, foi decidido fazer um corte (temporal na pesquisa), e minha tese, que virou o primeiro livro, terminou sendo sobre o chamado primeiro carlismo.

A morte do ex-deputado federal Luís Eduardo alterou, então, a política baiana?

Alterou a Bahia toda. Foi um fato muito importante Estava em curso uma modificação do carlismo, que sofreu impacto a partir da morte de Luís Eduardo.

O senhor divide o carlismo em fases. Quais são elas?

São três fases. A primeira é o primeiro carlismo, que tinha conexão nacional, mas de forma precária. Essa fase tem característica regional. Depois é o carlismo baiano-nacional, que vai do final dos anos 1970 ao final dos anos 1990. São duas décadas, subdividida em duas etapas – a transição democrática e o período democrático. E o terceiro momento é o carlismo pós-carlista, que se estende desde as implicações da morte de Luís Eduardo até a derrota em 2006 e a pulverização do grupo após as eleições de 2010.

E o que caracteriza o carlismo baiano-nacional, tema deste segundo livro?

São dois momentos. O primeiro período que eu considero a transição democrática, do governo Figueiredo em diante. O grande fato político foi a adesão de Antonio Carlos à aliança democrática de Tancredo Neves. Ele passou a ter influência dentro do governo Sarney. A segunda fase do carlismo baiano-nacional é a fase do auge. Que é justamente a partir da aliança política do PFL com o PSDB durante os anos do governo Fernando Henrique. Na minha avaliação, o carlismo baiano-nacional, com a participação forte de Luís Eduardo no comando junto com o pai, foi o momento de maior influência e recursos de poder do carlismo. Por isso que a morte de Luís Eduardo causou um impacto tão grande porque ocorreu no auge do carlismo.

O que te levou a estudar a trajetória de ACM no doutorado?

O meu objetivo era estudar a política baiana e suas conexões nacionais. A minha dissertação de mestrado tinha sido sobre isso. Antonio Carlos aparecia como uma esfinge a ser decifrada no caminho. A grande pergunta era: como é que ele, uma figura emblemática do período autoritário, não morreu politicamente como outras lideranças, mas, além de sobreviver nos anos 1990, aumentou o seu poder? Ele se tornou um ator inteiramente ambientado no novo contexto democrático. Essa era a grande pergunta: como isso se deu? Antonio Carlos era um pretexto para discutir o esquema de poder na Bahia, mas o ator se tornou imenso. Através dele a gente pode entender a política brasileira.

Por quê?

Antonio Carlos foi um quadro selecionado pelo regime militar para ser uma ponte regional do regime com a Bahia, mas ele foi além deste script. Ele se transformou numa figura influente, operando a gramática tradicional da política brasileira, que nunca foi a gramática da pura coerção. Ele operou a gramática do que na época se definia de ‘modernização conservadora’. Ele foi um político peculiar, mas formado de competentes que não são singulares; são da cultura política nacional. A memória de ACM reforça uma tradição que veio antes dele, que ele reforçou enormemente e que continua a ter vigência.

SERVIÇO

Livro: ACM Político Baiano-Nacional: Cronologia de um Fato Consumado

Número de páginas: 229

Editora: Edufba

Local de lançamento: Antessala do Reitor, Reitoria da Ufba

Horário: 17h30 às 21h30

Valor: R$ 50,00