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Paris-2024: Prata de Rebeca evidencia crescimento da popularidade da ginástica no Brasil

'Hoje, eu diria que o Brasil não é mais o país do futebol, não é o país do vôlei, é o país da ginástica artística feminina', diz o empresário João Paulo Pacífico

Publicado em 2 de agosto de 2024 às 05:00

Carolina, Beatriz, Letícia e João Paulo Pacífico
Carolina, Beatriz, Letícia e João Paulo Pacífico Crédito: Victor Pereira/CORREIO

A Arena Bercy, mais uma vez, se viu dividida entre brasileiros e norte-americanos, agora, no tão aguardado duelo individual e direto entre Rebeca Andrade e Simone Biles. Aos presentes, um verdadeiro espetáculo. Claro que o resultado já era o esperado, com o ouro incontestável e merecido de Biles. Mas, o que a ginasta brasileira conquistou vai além da prata.

Na verdade, o resultado de um processo que começou lá trás com Daiane dos Santos, passando por Daniele Hypólito, Jade Barbosa, Flávia Saraiva e explodindo agora com Rebeca, pode ser visto nas arquibancadas e do lado de fora da arena.

“Hoje, eu diria que o Brasil não é mais o país do futebol, não é o país do vôlei, é o país da ginástica artística feminina. Tirando os Estados Unidos, somos a segunda maior potência da modalidade”, comemora o empresário João Paulo Pacífico que, juntamente com a esposa Carolina, decidiu vir aos Jogos Olímpicos de Paris com o foco na ginástica artística por um motivo: as filhas, Beatriz e Letícia, são apaixonadas pelo esporte e já o praticam.

Crianças encantadas

A propósito, elas não são as únicas. Vinte minutos em frente a uma das principais saídas da arena foram suficientes para a reportagem do CORREIO conhecer a história de cinco garotas que ainda tinham os olhos brilhando e se mostravam extasiadas com que tinham acabado de testemunhar.

Beatriz, de 12 anos, apesar de já treinar ginástica no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, ainda não sabe se quer seguir profissionalmente no esporte, mas garante: “Foi incrível ver a melhor e a segunda melhor ginasta do mundo”. A garota não perdeu tempo e já executou uma ponte para trás, finalizando com uma abertura de escala.

A exemplo de Beatriz, outras garotas de idade semelhante estavam a poucos metros dali, também executando alguns movimentos de ginástica. Sofia Beraldo, de 16, Maria Luísa Benegas, de 10, e Maya Martinelli, de 8 anos, também já praticam o esporte.

Todas querem viver o esporte como um hobby. Maria Luísa até é muito sincera na justificativa. “Eu gosto, mas eu não sou uma ginasta muito boa”, explica, antes de dizer que seus aparelhos favoritos são o solo e a barra, com preferência para o solo, pois “tem menos chances de cair”.

Maria Luísa, Sofia e Maya fizeram acrobacias do lado de fora da arena francesa
Maria Luísa, Sofia e Maya fizeram acrobacias do lado de fora da arena francesa Crédito: Victor Pereira/CORREIO

Servindo de inspiração para diversas gerações

Se tornar uma profissional do esporte ou não é uma consequência. O ponto central é que cada vez mais crianças estão olhando para a ginástica e se enxergando em Rebeca Andrade, com uma medalha olímpica no peito e se divertindo no solo, nas barras, na trave e no salto.

“Eu já fiz ginástica há muitos anos e era uma coisa que a gente não imaginava, uma medalha olímpica brasileira. Hoje, é um sonho realizado. O esporte avançou no Brasil e é inacreditável, fantástico”, celebra a arquiteta Daniella Vasconcelos, de 42 anos, mãe de duas meninas, Clara e Alice, de 10 e 8 anos respectivamente, também já iniciadas na modalidade.

Conquistar uma medalha de prata em Jogos Olímpicos é um feito gigantesco, ainda mais concorrendo com a melhor de todos os tempos. Mas, conquistar uma nação inteira, como Rebeca fez e faz sempre que se apresenta, é para poucos.