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Publicado em 2 de agosto de 2024 às 05:00
A Arena Bercy, mais uma vez, se viu dividida entre brasileiros e norte-americanos, agora, no tão aguardado duelo individual e direto entre Rebeca Andrade e Simone Biles. Aos presentes, um verdadeiro espetáculo. Claro que o resultado já era o esperado, com o ouro incontestável e merecido de Biles. Mas, o que a ginasta brasileira conquistou vai além da prata.>
Na verdade, o resultado de um processo que começou lá trás com Daiane dos Santos, passando por Daniele Hypólito, Jade Barbosa, Flávia Saraiva e explodindo agora com Rebeca, pode ser visto nas arquibancadas e do lado de fora da arena. >
“Hoje, eu diria que o Brasil não é mais o país do futebol, não é o país do vôlei, é o país da ginástica artística feminina. Tirando os Estados Unidos, somos a segunda maior potência da modalidade”, comemora o empresário João Paulo Pacífico que, juntamente com a esposa Carolina, decidiu vir aos Jogos Olímpicos de Paris com o foco na ginástica artística por um motivo: as filhas, Beatriz e Letícia, são apaixonadas pelo esporte e já o praticam.>
Crianças encantadas>
A propósito, elas não são as únicas. Vinte minutos em frente a uma das principais saídas da arena foram suficientes para a reportagem do CORREIO conhecer a história de cinco garotas que ainda tinham os olhos brilhando e se mostravam extasiadas com que tinham acabado de testemunhar.>
Beatriz, de 12 anos, apesar de já treinar ginástica no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, ainda não sabe se quer seguir profissionalmente no esporte, mas garante: “Foi incrível ver a melhor e a segunda melhor ginasta do mundo”. A garota não perdeu tempo e já executou uma ponte para trás, finalizando com uma abertura de escala.>
A exemplo de Beatriz, outras garotas de idade semelhante estavam a poucos metros dali, também executando alguns movimentos de ginástica. Sofia Beraldo, de 16, Maria Luísa Benegas, de 10, e Maya Martinelli, de 8 anos, também já praticam o esporte.>
Todas querem viver o esporte como um hobby. Maria Luísa até é muito sincera na justificativa. “Eu gosto, mas eu não sou uma ginasta muito boa”, explica, antes de dizer que seus aparelhos favoritos são o solo e a barra, com preferência para o solo, pois “tem menos chances de cair”.>
Servindo de inspiração para diversas gerações>
Se tornar uma profissional do esporte ou não é uma consequência. O ponto central é que cada vez mais crianças estão olhando para a ginástica e se enxergando em Rebeca Andrade, com uma medalha olímpica no peito e se divertindo no solo, nas barras, na trave e no salto. >
“Eu já fiz ginástica há muitos anos e era uma coisa que a gente não imaginava, uma medalha olímpica brasileira. Hoje, é um sonho realizado. O esporte avançou no Brasil e é inacreditável, fantástico”, celebra a arquiteta Daniella Vasconcelos, de 42 anos, mãe de duas meninas, Clara e Alice, de 10 e 8 anos respectivamente, também já iniciadas na modalidade.>
Conquistar uma medalha de prata em Jogos Olímpicos é um feito gigantesco, ainda mais concorrendo com a melhor de todos os tempos. Mas, conquistar uma nação inteira, como Rebeca fez e faz sempre que se apresenta, é para poucos.>