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Estadão
Publicado em 5 de agosto de 2024 às 09:20
A natação já conquistou 17 medalhas para o Brasil na história dos Jogos Olímpicos. Desde a geração de Cesar Cielo, Thiago Pereira e Bruno Fratus, as piscinas passaram a ser um ponto fraco do País, que obteve mais medalhas nas águas abertas (maratona aquática), com Poliana Okimoto e Ana Marcela Cunha do que nas piscinas e se tornou a última esperança brasileira para não sair de Paris sem uma medalha nos esportes aquáticos. >
Na Olimpíada de 2024, o Brasil disputou apenas quatro finais, e o melhor resultado veio com Guilherme Costa, o Cachorrão, com o quinto lugar nos 400 metros livre. "Eu queria muito a medalha, tentei de tudo e fiz o que podia. Não consegui, não quero sentir isso nunca mais", disse o nadador, que ainda deve participar da maratona aquática.>
Nas outras três finais, a colocação do País foi a mesma, a sétima posição, nos 400 metros livre feminino, com Maria Fernanda Costa, nos 1.500m livre feminino, com Beatriz Dizotti, e nos 4x200m livre feminino, com a equipe formada por Mafê Costa, Stephanie Balduccini, Maria Paula Heitmann e Gabrielle Roncatto.>
A última vez em que o Brasil passou uma Olimpíada sem conquistar medalha nas piscinas foi nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Fazendo um recorte a partir de Moscou-1980, esse cenário se repetiu apenas na Olimpíada de Atenas-2004 e Seul-1988. Em Tóquio, em 2021, Fratus e Fernando Scheffer faturaram o bronze nos 50 metros livre e 200 metros livre, respectivamente.>
Além dos resultados ruins, também pesou contra o time brasileiro um caso polêmico envolvendo os nadadores Ana Carolina Vieira e Gabriel Santos. Namorados, eles teriam saído da concentração do Time Brasil na Vila Olímpica para passear pelo centro de Paris e conhecer a Torre Eiffel sem autorização do comando da equipe de natação. Ambos foram, inicialmente, advertidos.>
Quando informada sobre uma mudança na formação da equipe dos 4x100m livre feminino, Ana teve uma reação agressiva, fato que provocou a decisão da comissão técnica, liderada por Gustavo Otsuka, e da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) de expulsar a atleta da delegação.>
Nas redes sociais, Ana desabafou no retorno ao Brasil, disse que ficou desamparada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e citou uma denúncia de assédio sexual. A entidade negou as acusações de abandono e disse que não comentaria a denúncia de assédio por se tratar de uma questão sigilosa.>
"Ana Carolina Vieira esteve acompanhada da Oficial de Salvaguarda e líder do Esporte Seguro da Missão brasileira em Paris, que lhe prestou apoio. A atleta falou com a mãe, com o psicólogo da delegação, arrumou suas malas e teve acesso irrestrito a alimentação e hidratação antes de se dirigir ao aeroporto. Tais denúncias (de assédio sexual) são sigilosas e dependem de averiguação da área de compliance, que age com total autonomia em relação ao executivo do COB", escreveu o COB.>
Neste domingo, a natação colocou um ponto final na sua jornada olímpica nas piscinas sem a presença brasileira. Na próxima quinta-feira, o País tem a chance de uma medalha com Ana Marcela Cunha, nas águas do Rio Sena, a partir das 2h30 (de Brasília). Viviane Jungblut, medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 e Santiago-2023, também participa da prova. A prova masculina está agendada para o dia seguinte, no mesmo horário.>